#IMAGEM ALÉM DA IMAGEM# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA



Deserto da língua ao sabor da sabedoria
A sabedoria sabe do domus do saber
O saber tornou-se parte da vida em si.
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A sabedoria sacia a sede do perene,
O pensador agora é aquele ser no qual
O impulso à verdade,
Aqueles enganos que sustentam a vida
Lutam sua primeira luta...
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Pérolas, cristais e diamantes
Que riscam as contingências com traços
Das querenças e desejanças,
Após o alento às in-verdades, são imagens
Refletidas no espelho, a imagem além da imagem
É o sêmen de procuras e utopias da liberdade,
Castanhas da consciência e do conhecimento,
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A sabedoria conhece o templo da gnose
Sinto muita sede de um mestre da arte do som
Para que tome conhecimento dos meus pensamentos,
Expresse-os em sua língua,
Alguns acordes, estribilho de músicas traziam-me
À memória tempos e silêncios,
A pergunta de surpresa, o que res-ponder
A "O que é o abstrato?", olhava perdido
A estrutura de uma casa sendo construída,
Areia e cimento na calçada,
A professora explicando a lição,
"O abstrato é o que não pode ser visto,
Invisível, mas o que desperta o sonho...",
Professora surpresa, circunspecta,
Discípulos dispersos...
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Uma casa e uma vida sobremodo isolada,
Ao mesmo tempo o sentimento com o qual
Vivia nas madrugadas de idéias e utopias,
O mais reconfortante de uma vitória
É que ela tira do vencedor
O medo de uma derrota
Sê-lo-ia, se o sonho da liberdade e consciência
Não despertasse o sabor de saber a sabedoria,
Indagá-la,
Perquiri-la,
In-vestigá-la...


#riodejaneiro, 28 de dezembro de 2019#

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