#POLÍCIA EM GUARDA DE MIM# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA



Viver é mais devagar,
Quase parando.
Cultura, princípio de vida,
Ritual? Máxima popular de um povo?
Devagar, chega-se lá?
Aragem dos acasos,
Ocasos de bosques, maresias.
Caso de acasos.
Causos doloridos, dores inestimáveis,
Causuísticas das perdas, ressentimentos,
A volúpia da vida e a vontade de viver,
E o tempo ser exíguo.
Grave sido que me resta.
Na seriedade do mundo, a não-fé,
Na sinceridade do pensamento, o profano,
Das idéias, a heresia,
Do pensamento e do mundo,
O silêncio dos ideais, sonhos....
****
Por não ter consciência dos desejos.
Arbitrariedade, obscuro.
Só, com indiferença pela vida.
Desejos. O arbitrário de mim, carente.
Ser envelado.
Nem me preocupa pensar ou sentir.
Quem sou é o que pensam de mim.
Quem não sou é o que sentem de mim.
Ousam as insofismáveis verdades de mim
Serem a empáfia e a grosseria,
Sentado no rabo, destilando ácidos críticos,
Tendência para transformar ação em fantasia,
Sonho em sorrelfa, esperança em nonada.
Abertura
Polícia em guarda de mim.
Até quando brincar de viver?
Não recuperável.
****
Não mais à beira do abismo.
Próximo do plausível
Fora, nebuloso, ensimesmado.
Des-provido de sentido.
Manhãs que precedem vésperas...


#riodejaneiro, 23 de dezembro de 2019#

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