MARIA ISABEL CUNHA ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA O AFORISMO 778**/ - PROJETO INTERCÂMBIO CULTURAL E INTELECTUAL.



" Há em cada coisa um milagre e um absurdo," Quanta eloquência neste pensamento. O autor, um Ser livre porque ama a Liberdade em plenitude, porque desafia dogmas em busca da verdade. Não são as quimeras que o deslumbram, mas a verdadeira arte, a arte de bem pensar e de bem dizer. Um abraço de parabéns.


Maria Isabel Cunha


Amo, sim, eminentíssima escritora, poetisa e crítica literária, Maria Isabel Cunha, a liberdade em plen-itude da criação, da re-criação, invenção de outras lâminas ardentes do fogo que incendeiam as buscas de utopias, de outras imagens e panoramas das paisagens da terra e dos sentimentos das contingências, amo esta liberdade por haver sido dádiva das palavras por minha entrega a elas, amo-a e busco representá-las nos sons dos ventos e verbos, são mister sobremodo irreverência, insolência, coragem de compor luzes e sombras do tempo e do nada, nestes tempos atuais tão distantes e longínquos, des-afiando os dogmas e preceitos à busca da consciência-estética-ética. De modo algum, as quimeras me deslumbram, envaidecem-me, sou verso-uno do pensar e do sentir, do verbo e do nada.


Eis a minha eloquência.


Muchas gracias. Beijos nossos.


Manoel


#AFORISMO 778/ESPÍRITO LIVRE#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Pudesse eu rasgar os verbos, respeitando-lhes as puras regências, mais íntimos, não me importando se não houver quem neste velho mundo sem porteira possa entender-me, compreender - serem verbos para ninguém e serem verbos para todos -, não digo de aceitar e endossar minhas palavras, mas saber que são as minhas verdades únicas, diria simplesmente que o melhor para mim teria sido não haver nascido, não ser, ser nada.


Noutro tempo, projetei a minha ilusão para além do homem, tal como os transmundanos. Mas para além do homem, realmente? Superei a mim mesmo, levei a minha cinza para o auspício da colina e inventei para mim um fogo de chama mais ardente.


Desejaria ser mais um espírito livre do que posso ser. Seria isto uma quimera, e nos instantes em que penso e sinto esta liberdade de espírito a que tanto aspiro eu não ser possível, agarro-me a ela, fantasiando-a, dando-a contornos de realidade e de uma verdade minha? Seria isto uma fantasia, e nos momentos em que sinto e penso esta liberdade de espírito que tanto busco e intenciono alcançar, sentindo-me no íntimo não só alegre e saltitante, contente e feliz, mas o silêncio em cujas dimensões contingenciais e divinas me ouço ser.


Há em cada coisa um milagre e um absurdo.


(**RIO DE JANEIRO**, 22 DE MAIO DE 2018)


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