#AFORISMO 760/ MASTRO DO POMO INTER-DITADO# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO



Bastidores... Contrárias proezas absortas às rectidões de origem da eloquência, defectuosos termos abrilhantados de untuosas sílabas e tons curvos e circunspectos em designação de interesses da estema e génesis...


Re-versas maquiagens, envelando o manque-d´être dos instintos de sonhos viperinos, re-criando, criando, re-inventando, re-fazendo o Hades terrestre de divinos dogmas do efêmero, nada, re-verbalizando de cores vivas do arco-íris o aquém-genesis do cosmos ter-giversado de vazios à luz do nada-eterno, per-enizando de carne os ócios dos ossos sedentos de cinzas misturadas à terra subterrânea, fraqueza dos instintos, os óbitos de olhares com desdém de que zombaria e me sentiria a mim ufano e satisfeito, envelando de farsas, falsidades, mentiras, ornamentos e arrebiques de serestas boêmias ao longo das pontes partidas de córregos ad-jacentes às imundícies das margens, as doutrinas clérigas do imortal à luz da serpente refestelando-se à sombra pálida da árvore do Fruto Proibido, re-memorando o genesis do hímen ceifado de Eva de-florando o vir-a-ser dos tempos, da impotência de Adão, estendido de ereções preliminares da carne tornada verbo de libertinagem, a boca do inferno se re-abre a todo instante dos séculos e milênios para receber o sêmen do lúmen caliente, dos gozos e clímaces, Livro Sagrado do des-eterno, des-enterrando os restos mortais das nonadas re-fletidas no espelho aquém-criação da vida, mundo, convexo, côncavo do Ser-para-o-Vazio con-figurando míriades desérticas de solidão, Conúbio de Lanarche, prelúdio do Cristalino Eldorado de imagens distorcidas, adulteradas da Noite Inteira, apocalíptica de cânticos, multi-verso abismático e abissal do Ser-para-o-Nada. Outro qualquer ter-se-ia atirado, com olhares e palavras, à compaixão divina para justificar e explicar o enigma de seu pecado, mas sensível que é a entrega aos prazeres e volúpias da carne, advinhara, não sou bastante maltrapilho para re-invidicar, rogar, clamar outra veste - uma ponta de vestimenta e re-iniciaria, re-começaria a gorgolejar, procurando as palavras... as vozes sentem-se em mim, nelas o silêncio, o último sussurro o contínuo prazo de validade, nem perquiro nos olhos estriados aquela indagação; por que o pomo inter-ditado e não o fruto carnudo mais ou menos esférico, algo irredutível ao sopro dos tristes trópicos, das lendas e folk-lores, dos mitos e dogmas, um grito ressoa altissonante e nítido?


Cruzada em bordas de saídas, ligações à claridade do mundo do rosto a ser apreciado. Advertir circos da risota e aljôfar. Pelo manifesto frontaria à arena.


(**RIO DE JANEIRO**, 18 DE MAIO DE 2018)


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