GRAÇA FONTIS PINTORA E POETISA ANALISA O TEXTO /**PERCUCIENTES SABEDORIAS DO IN-AUDITO**/ - #PROJETO INTER-CÂMBIO CULTURAL E INTELECTUAL#




Exatamente o que concerne aqui...agora...o canto extraordinário, exorcizado...belo e pleno. ..Porquanto...outros dormem...a mente vagueia nos interditos inexplicáveis da alma ...Espírito!...Não pensem ser fácil ao leitor!...Discernir num átimo o contexto verbalizado ...a carga estereotipada, metamorfoseada...sentimentos, sensibilidades e emoções em cada verbo, palavras, frases e pontuações. ..Ah, sim...ler e reler... viajar dentre linhas assimilando os sentidos com alegria prazerosa por conhecer ou tentar ao máximo uma aproximação do aparentemente indecifrável. ..Quiçá venhamos finalmente com sucesso penetrar nessa viagem lúdica e contemporânea abrangendo uma linguagem poética, limpa e terna...tornando luz o antes obscuro e inimaginável. ..após. ..adentrarmos neste percurso...o irreal torna-se real...o todo apresenta-se em seu coração ou...É o escritor se apresentando a dizer..a que...por que veio...mostrando através das palavras o tão sonhado mundo...sem limites. .. sem fronteiras e sem razão...simples e categoricamente. ..viver/vivendo filosoficamente a sua... toda existência intrínseca mergulhada numa subjetividade que há muito ainda que se investigar!...Aplausos sempre...


Graça Fontis


**PERCUCIENTES SABEDORIAS DO IN-AUDITO**


Sou quem aplaude sempre a sensibilidade da mulher e da artista, quem espiritual e artisticamente sente a minha obra, sente o meu universo filosófico e literário. Beijos, amor!!!


Epígrafe:


"Amor é uma esperança traçada no peito de uma coruja e seu eterno canto na madrugada à luz da eternidade projetada de imagens límpidas de perspectivas. E fazê-la cantar é recriar silêncios e outros silêncios conceber, gerar, dar a luz a inauditos." (Manoel Ferreira Neto)


Luz de estrelas, marulhar doce das águas,
Melodia constante do vento,
Onde os paráclitos da felicidade
- na lareira, as chamas ardentes -
Aquecem os volos da alma,
Pensamentos longínquos,
Nas asas da águia a perspectivar o infinito,
O tempo já não mais existe.
"O sonho acabou!" - será mesmo?


Tudo na vida são sentimentos, emoções, pers da sensibilidade, retros da subjetividade, sentimento e pressentimento de eternidade no fogo da vela, da lenha.


Olhos de águias, linces do porvir, límpida, cristalina visão do pleno, peren-itude do ser que, na continuidade das buscas das éresis do amor, dimensão espiritual única que trans-eleva a contingência aos auspícios da luz que ressurrecta o espírito do absoluto, refaz-lhe, re-nova-lhe, re-cria-lhe, re-inventa-lhe, não sendo apenas a senda de aproximação, mas veredas da vivência, no contínuo das aspirações e ambições do verbo do espírito de amar que des-vela os volos da alegria, do prazer, contentamento.


Sentidos explícitos. Mensagens trans-parentes. Cócitos rios de águas cristalinas perpassando sítios místicos e míticos, movendo-se no tempo de espaços conquistados, há-de virem de memórias que se trans-literalizam, instantes-limites, em princípios considerados e sentidos absolutos, no curso das travessias, miríades de gnoses que re-velam recônditos inconscientes do nada se amadurecendo para as percucientes sabedorias do inaudito.


Tudo passa... Tudo passa... Tudo passa. (Encontrado escrito num livro, como dedicatória. Repete sete vezes. Li-as a todas em momentos diferentes e ad-versos)


Teremos na alma aquele solstício da angústia enamorada da saudade, do apocalipse profetizando o inaudito do caos, caos da proscrição, caos da heresia, mistério do nada, enigma do vazio, evangelho do In-finito, enquanto o genesis semeava a semente do cosmos. Teremos no peito aquele verbo do sonho de sentir o absoluto configurado de nonadas, des-figurado de etern-idades, pre-figurado de esperanças e utopias no .in-trans-itivo verbo "ser". Teremos no íntimo aquela sin-estesia do desejo da beleza do belo habitada de intuições e percepções do que trans-cende a realidade, as coisas serem como são. Acima de tudo a liberdade, total, absoluta, trans-cendente, abstrata... liberdade de ouvir os sons audíveis.


O tempo que desejo é ramo verde, viçoso, sem distância, sem long-itude numa estrada cristalina, numa trilha de solo íngreme, rachado pelos raios de sol, senão quando é mister atravessar os campos. Amor é uma esperança traçada no peito de uma coruja e seu eterno canto na madrugada à luz da eternidade projetada de imagens límpidas de perspectivas. E fazê-la cantar é recriar silêncios e outros silêncios conceber, gerar, dar a luz a inauditos.


Anúncio da primavera
Tempo nublado, maresia
Manhã
Vai-e-vem da rede
Miquinhos pulando nos fios de alta tensão
Ramos de samambaia baloiçando lentamente,
No chão do alpendre, folhas secas das árvores


A lua continua sendo a lâmpada de muitos caminhos, habitada por donzelas e donzéis, que habitam em castelos, nas margens de riachos de águas cristalinas, rios de águas límpidas em extensos campos floridos.


Concílio de deuses entupigaitados de dogmas e preceitos para o mergulho idiossincrático nas prefundas da verdade que nada é à luz das imperfeições perfeitas do sublime, nas trevas do Absoluto que vazio se projeta no espelho ainda não consumado o croqui do póstumo, quiçá trabalhe com lápis de cor francesa, os efeitos são esplendorosos, a imagem do perpétuo, das perfeições imperfeitas do fim insofismável e incólume, e o inaudito baila saltitante de prazeres a marcha fúnebre das angústias e náuseas do eu que nunca re-vela a poiética da alma, querubins contracenam com vôos rasos a tragicomédia abissal das emoções multifaceladas de pretéritos do não-ser, subjuntivos do apocalipse, particípios do arco-íris das trevas, momento de puro êxtase, sublime gozo da inocência, multifacetadas de declinações do há-de conjugar os genitivos do instante-limite, do absurdo, do nonsense.


Sabedoria. Agnosticismo do verbo que sonha a carne do espírito alimentada, a fome milenar, secular do que auspicia idôneo e lídimo o verdor visceral do divino, nada além do cosmos, nada além da eternidade, nada além do tempo e ventos que seduzem a dinastia mística das plen-itudes reversas, in-versas dos inter-ditos mistérios e enigmas míticos e folk-lóricos, vedas lendárias do estar-no-mundo jogado nos absurdos da liberdade, quando no trapézio das situações e circunstâncias se deve equilibrar no movimento da gangorra das decisões e consequências.


A alma vagueia na lua cheia
O eterno se compõe
Trans-cendentes pre-figurando os lírios do campo
Lírios do campo: cabeça no peito, carícias leves e ternas na face
Lírios do campo: abraços, beijos, entrega
Lírios do campo: êxtase, sono profundo, sereno
Além re-vestido de sonhos, utopias.
Idílios sorrelfam as magn-itudes do uni-verso
Gerundiando os partícipios de trevas e cosmos
Metafísica da des-plen-itude, poeira de ads-emeritudes.


Metamorfose. Metalinguística. Metasemântica da "libertas" precedendo o "quae sera", postergando o "tamen".
O que é isto - a sensibilidade da cáritas? Não unicamente o esplendor do verbo que esperancializa os sentimentos que no vir-a-ser trans-epigrafa o sonho plen-ificado de verdade inscripta no inconsciente do "eu poético".


Cantos idílicos ou nostálgicos, risos e flores brancas ou lilases, vermelhas ou rosas, iluminem o mortal destino, a eterna sina, o desejado ser livre, para o ermo envelar fundo, na essência e ser dele, noturno do pensamento, curvado já em vida sob a idéia dos clímaces alucinados, cônscio da lívida esperança do caos redivivo, eis o que me perpassa a vida em todas as suas dimensões sensíveis, racionais e intelectuais, a carne e os ossos, até mesmo as entranhas das vísceras. Eis o que explica a entrega plena ao verso-uno de amar, do amor.


Con-templo a terra de céu sem nuvens,
De nuvens sem céu.
Espero o amanhã para outras idéias,
Pensamentos que me in-diquem
As poeiras da metafísica,
Efêmeras e etéreas,
As fumaças da antropofagia, da carne viva,
Da antropologia da passagem,
Travessia do ser ao conhecimento,
Da cultura à consciência,
Do nada de trevas à luz do nada..
Lendas.
Simplesmente o eidos
Do verbo solidariedade e compaixão.


Sentidos implícitos, inter-ditos nas linhas de uni-versos salpicados de uno-verso da espiritualidade, horizontes sarapalhados de margem e sem pressa, a vida sempre vai, não volta. A vida vai, a morte vem, dialética do ente que nasce sem razão.


O vento soprou forte, trouxe o tão almejado passaporte para novas folhas de outono, chuvas de março fechando o verão, gritar bem alto o pensamento em plena liberdade.
Frontispício gótico do nada... Palavras ocas, vãs, re-colhidas do antro de venturas, cheio de capricho de felino a saltar por toda janela, zás!, para todo acaso, para todo crepúsculo do ocaso, correr em florestas virgens entre bestas de jubas coloridas, subindo por mentirosas pontes de palavras, arco-íris de mentiras entre falsos céus pervagando, vagueando, deslizando, flanando. Somente louco. Somente poeta.


Miríades de luzes
Perpassando pers de pectivas de longínquos horizontes
Flores silvestres, campesinos lilases
A águia solitária flana as asas levemente, segue o seu itinerário
Sentimentos, emoções, sensações do porvir de esperanças


Lívidas a-nunciações do tempo do ser sussurrando verbos do amor
Inspirações, percepções, intuições da verdade
Infinitas in-fin-itudes pervagando de sonhos de ocasos
Con-tingentes con-tingências circunvagando
De sorrelfas de quiçás


Espírito de nostalgias,
Alma de melancolias,
Garoa de orvalhos
Salpicando as flores de efemer-itudes.


Alvorece novo dia, clima de inverno, tempo agradável, pensamentos e idéias per-vagam dispersos nas nuvens brancas celestiais, circun-vagando as constelações, a alma re-colhe e a-colhe os versos do infinito com-pondo de esperanças o sonho dos gerúndios do vir-a-ser, o amor plen-ificando o silvestre das sendas da entrega, a verdade do verbo ser comungada ao do amor re-versejando no espírito o cristalino da pureza, mergulhando no há-de ser da felicidade a con-templar as belezas do inconcebível absoluto da verdade-casa-do-ser e eu, colocando o café coado na térmica, olho através da janela aberta o longínquo, o distante, o que só o espírito sabe nas suas dimensões sensíveis que o absoluto lhe a-nuncia através das venezianas do eterno às genesis do início, divin-idade antes de quaisquer divin-idades, rituais míticos antes de quaisquer lendas do pleno, folk-lores místicos antes de quaisquer banquetes paradisíacos do pretérito im-perene, solstícios do ocaso.
A esposa abraça-me por trás, beija-me o rosto de lado. "O que está pensando?..." "Fique ao meu lado... Fique comigo."


Manoel Ferreira Neto.
(Rio de Janeiro, 13 de setembro de 2016)


Comentários