ANA JÚLIA MACHADO ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA TECE A "EXEGESE DO SORVEDOURO BÍBLICO" FUNDAMENTANDO O AFORISMO 766 /**EXEGESE LITERÁRIA**/



Exegese do sorvedouro Bíblico


Neste texto vou debruçar-me na exegese- a própria locução inclui uma larga escala de matérias de apreciações: análise textual é a indagação da história e das proveniências de um tema, mas a interpretação pode abranger o estudo dos anteriores históricos e culturais do autor, do texto ou de seu público inédito. Outras investigações abarcam a nomenclatura do tipo de qualidade literária existente no texto e uma investigação de específicas gramaticais e sintáticas no tema precisamente sugerido.


Se dizemos de género literário, dizemos dos protótipos, dos modelos dos desconformes componentes que dispõem um livro. Nesta área a Escritura é simbólica! Assim quanto mais diligenciamos compreender esta visão da literatura bíblica melhor entenderá o texto que deciframos. Esta visão muitas ocasiões é olvidada porque um bom projetco não alicia toda meditação para si. Assim o esclarecimento verboso alude –se ao jeito como o género e o formato influem o modo como um texto deve ser percebido. Assim apuramos os dissemelhantes estilos literários da Escritura e o formato como eles se concertam entre si. A Bíblia discursa de criaturas vivas, logo encaminha o indicador de práticas humanas. Lá descobrimos o indicador de sensações e desaguisados, triunfos e derrotas, danos e mercês. Lá deciframos tramas, suspense, debilidades, desapontamentos, contrariedades e outras práticas intrínsecas ao ser humano.
Por outro lado, dissemelhante do que foi sugerido em tempos transcorrido, a Bíblia foi registada por autores competentes, tinham poder dos começos literários. Suas histórias tinham um dédalo muito bem executado, sabiam ser nefastos e sarcásticos. Enxergavam figuras e analogias. Eram peritos em espécie. Peças, novelas, periódicos, histórias, memórias fantasia, a espécie auxilia a intelecção do texto. É relevante sabermos se residimos defronte de uma missiva ou de uma diegese memorável para compreendermos a palavra.


Quando as criaturas divisam a Bíblia, muitas delas costumam separar uma locução, oração ou alínea e cogitam que eles designam aquilo que elas deparam que designam, sem conduzir em estima o encadeamento, sendo este um dos mais reverentes enigmas no esclarecimento bíblico. Se não levamos em conta a via onde a passagem encontra-se inscrita corremos o risco de decifrarmos o teor de modo errado. Assim precisamos de levar em apreciação tudo aquilo que precede e/ou ocorre o teor que escolhemos. Isto se faculta pela desigualdade científica que permanece entre a nossa cultura e a cultura bíblica. Assim para compreendermos a Locução de Divindade de forma apropriada é necessário esgotarmos a nosso intelecto dos pensamentos, crenças e dos processos hodiernos, conduzindo – nos para a era e o meio em que o tema foi registado. Os renovadores, ao sublinharem o regresso às Bíblias ao aludirem-se à exegese documentada encontravam-se reportando-se ao âmbito cultural em que os livros foram registados. Assim quando dissecamos o entrecho de uma transição necessitamos possuir em espírito: O (s) verseto (s) prontamente precedente (es) e os subsequentes (es); a alínea e o volume em que o verseto se acha; a isenção em que foi registado; a notícia de toda a Escritura; o meio histórico-cultural em que foi registado.


É de síntese interesse entender as eventualidades que cingiam estabelecido livro.


Tanto os autores como os leitores de qualquer espécime de testemunho são influídos pelo âmbito sociável em que habitam. Não lega translúcido que o vaticinador divisava a cidade de Onde atualmente existe a cidade moderna de Mossul, no estado de Ninawa do Iraque.. Ao enxergarmos Colossenses- designação pelo qual é falada a missiva que o evangelizador Paulo escreveu aos cristãos da Igreja situada em Colossos, uma cidade frígia da Ásia Menor, aproximadamente no ano 60 da era vulgar, durante o seu cárcere em Roma. Enxergamos que a igreja local comportava a interferência de uma facção racional e devota de Colossos. Lamúrias só possuem sentido quando recordamos que o autor redigia um canto lúgubre lastimando a aniquilação de Jerusalém. As cartas registadas às sete igrejas da Ásia ostentavam reconhecimentos que conduziam em conta o âmbito cultural de cada cidade onde o templo encontrava-se situado.


Mas finalmente, o que é cultura? Cultura é o agregado de modelos de conduta, convicções, preceitos e valias sociáveis, incorpóreas, pensadoras e palpáveis que exprimem uma colectividade. Ou seja é o que as criaturas meditam, acreditam, verbalizam, agem e obram.


Ao decifrarmos a Bíblia é como se penetrássemos em um país desconhecido e ao enxergarmos os seus hábitos podemos quedar desordenados sem compreendermos. É como um condutor que ao sair de um país para conduzir em outro, se não tivermos em consideração a cultura do local possuirá dificuldades pois a mão de rédea é desigual da que residimos habituados no país onde habitamos


Literatura vaticinadora -Profecias consumadas sobre o porvir aprontando os leitores ou persuadindo-nos à mutação de postura.


A Exegese seja ela qual for, leva-nos sempre a questionamentos. Dependendo sempre da crença de cada um e do modo como interpreta cada tema que lê….Em suma, a vida é uma montanha russa, pontos de interrogação e reticência.


Ana Júlia Machado


#AFORISMO 766/


EXEGESE LITERÁRIA#
GRAÇA FONTIS: PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


#E#legias sediadas nos auspícios das dúvidas do além, silenciam-se ventos desérticos, e#x#tases ao léu das efemérides do tempo dispersam-se nas ondas das luzes fosforescentes, #é#gides" pretéritas bailam aos linces dos olhos tão distantes, longínquos, #g#retas, dir-se-ia frestas, por onde devanear, divagar nas bordas e margens os ontens, outroras de idéias, pensamentos, sonhos e luzes, por campos e matagais palmilhando alamedas, perscrutando as circunstâncias e situações nestas poeiras, cascalhos, pedras, asfaltos, pensando e sentindo outros sítios, observar os movimentos, os gestos, atitudes, ações, #e#mbora as dores acumuladas, término que não termina, princípio que não inicializa, sim não inicia, os frutos colhidos, saboreados, degustados, apesar de haver custado, como dizem as falácias populares, o olho da cara, contudo sentir a empreitada trouxe sossego à alma, #s#endo ritmos e melodias da balada dos nonsenses, inteligências, excentrismos, radicalismos, falácias cínicas e irônicas, a música composta e o som se dispersando nas ondas de si mesmo, a balada das intuições, percepções, indagações, perquiridores, a balada elide pretéritos e sombras, #e#mbora a presença a todo instante, são sementes de utopias outras, ideais que em ondas dos ventos perpassando as árvores do bosque, flui ao longo dos tempos, quiçá na consumação do eterno inda seguindo as trilhas, nas asas dos ventos, colinas, picos, mares, oceanos, da águia de outroras de melancolias, nostalgias, saudades, náuseas, tremores e temores, o semi-eterno do grão de trigo, como, certa vez, em diálogo com o Guru Fesmone dissera-me com alguma saudade muito bem guardada no sítio especial de seu espírito: "A metade do grão de trigo é mínima, se se souber in-vestigar e avaliar é uma dádiva no tempo de outras idéias, ideais, valores, virtudes, outras metades serão encontradas, comungá-las, sintetizá-las brotarão, nascerá o pé de trigo, o espírito será saciado", pedindo-lhes explicações, dizendo-me "O eterno necessita das etern-idades, e só no tempo se realizará, mesmo na consumação de si mesmo..."


#D#iante dos linces de meus olhos o invisível do infinito, o inaudível dos sons, o vazio que esvaziava-se de si mesmo distanciando-se em câmera lenta, as luzes o esperava para #a#-colhê-lo, devaneio, desvario, é a esta senda que a entrega, as sinuosidades das coisas e das palavras complexas de vivenciá-las... Fora o que re-colhi e a-colhi frente à resposta do Guru Fesmone, da ec-sistência à existência: "Papel, respiro-te desde o alvorecer do dia à madrugada do outro, na alcova sonecando no peito do ser amado, no sabão que passas nas minhas mãos, na água o bebo, na fumaça do cigarro saboreio-o, quando por única ambrosia, doce-de-leite e ovos, prová-lo-ei?..." Dir-lhe-ia mais algumas palavras, mas por sua ingratidão por ler em mim sem me decifrar, #As rodas da diligência movem-se, rodam#, a última diligência para o alvorecer, em grandes pastas dos rios, os caminhos se deixam jornadear, ouvindo-lhe a voz na sua tonalidade mais-que-perfeita, a voz do tempo, as respostas habitam a continuidade... fazem-se na sinuosidades das alamedas e becos, quitandas e tabernáculos, tabernas e plantações de orquídeas brancas...


#A#h!... Obliviar os códigos quero, quero falar a língua, esta última flor do lácio, por mais que esta linguagem já está condenada, é lugar-comum, vulgaridade, por que não sou sem ti, não é verdade?, por que não existo, como folha seca, caindo na calçada solitária da noite? Sou-me papel apenas, ipsis verbis perscrutando circunspectamente uma "carteira papelística", brotam-me palavras. #R#e-versos, in-versos, ad-versos... Talvez inda me torne gaveta para guardar-me, acolher-me na bruma de sua prisão, só havendo luz, quando abri-la, mesmo que de um simples vagalume, con-templado através da janela aberta da alcova, mesmo digam não haver janela numa alcova, o sentido crio-o, re-crio-o, in-vento-o, expresso-me assim, a liberdade sempre em questão, o inédito traz no seu bojo outras perspectivas, luzes e contra-luzes, silêncios e algazarras. #T#emplando a mágoa que exalo ser perfume que me unge, cuspida de amor fingindo lágrimas. cascata de palavras, pela sua ingratidão por ler-me sem me decifrar, a mágoa trago-a nos recônditos d´alma, rego-a com o silêncio das palavras, underberg no tinteiro pálido. #Ébrio#, confissões introspectivas requerem papel destituído de quaisquer caracteres, em branco, até as gaivotas pousadas nos barcos na orla do mar abaixam a cabeça no instante de sentir o que se lhe apresenta, a pomba depois de branca torna-se rosa..


#L#uz e brilho da neblina, maresia. Passar os dedos na face branca, não na superfície branca, até mesmo a mais ínfima a-nunciação de letra traz na algibeira a liberdade do #i#dílio, ficar entre as coisas, em todo caso entre as nódoas e manchas da vida. Liberdade e morte são certidões, documento de identidade não é de óbito, mas de origem, desde à e#t#ernidade até a consumação das eternidades, e do #e#terno. Certos papéis são sensiveis, as obras extasiam. Não poderão mais ser uma valquíria e serão confinados, adormecidos, nos auspícios da colina senão indagações, perquirições, questionamentos, à soleira das montanhas de areia - noutra conversa com o Guru Fesmone, dizia-me: "O segredo das letras quiçá seja a liberdade de se dizerem, revelarem, requerem liberdade, deixá-las falar, entende... e elas compreenderem, con-sentirem, permitirem que o sujeito e objeto delas também seja a sua liberdade de dizer... Sentir isto presente no instante de preencher a página de caracteres, esta libe#r#dade mútua, a jornada será longa, compreendendo suas situações e falácias, mas o tempo dará os frutos, mesmo que ínfimos, de gota a gota a taç#a# de vinho se enche, re-colhe-lhe o sabor a boca, a língua extasia-se." #R#e-versos, ad-versos, in-versos ao som da balada, ondas, precípios de ritmos e melodias, abismos de grãos de poeira flanando na dança místic#a# e mítica da linguagem e estilo, soerguendo o des#t#ino e as suas trafulhas no pôquer das perquições e indagações. O papel, a vasso#u#ra, os processos e fases, a porta, os cacos de garrafa na calçada da rua desértica...


(**RIO DE JANEIRO**, 18 DE MAIO DE 2018)


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