GRAÇA FONTIS ESCRITORA POETISA PINTORA ESCULTORA E CRÍTICA LITERÁRIA ANALISA E INTERPRETA O AFORISMO 782 /**SENTI-NELAS - MISSIVA AO FUTURO**/




É sentindo nelas, nas palavras, com linces de olhar, que darei um passeio percucionando e perscrutando mais este magnifico Aforismo enigmático e diverjizado em quase todo seu expoente, provenientes claro, da força inspiradora em êxtase do autor ao expô-las em tempo dentre tempos em chuleios flamejantes e criptográficos, num nítido embaçamento cilicioso! Aí me debruço, também meus artífices inteligíveis ao logo requisitado. Vejo o libelular pacífico,poético, mas incisivo e direcionado: a quem? A alguém, muitos ou alguns, do Escritor, como um alerta ou atentando, que visem o inesperado, inusitado, para que o óbvio esvaeça e que ouçam os sons semiológicos de seus próprios pensamentos.


Creio ser nestes momentos de recolhimento ensismemado d'alma, o aparecimento do espadachim corajoso e audacioso, por vezes melancólico, as vezes ácido; mas é aí que suas palavras saem como relâmpagos, iluminam, destroem e controem e queimam, avultando quando necessário; agita-se corajosamente, destemido e orgulhoso no melhor sentido, não curvando-se facilmente, ou mais exatamente, não se curva nunca diante suas verdades, como a máxima de Shakespeare "Se melhor morrer pela beleza do que viver pelo pão". É nesse espírito de surdina rebeldia o dar-se a sucessividade de tão belas mensagens, pois que pensa, reflete, deduz como um matemático da estética, colhendo de sua intimidade toda fundamentação de seus sentidos quanto ambiguidades, contra-sensos, sonhos e quimeras, tudo numa evidente contribuição literária inovada e original, útil aos novatos escritores ainda sem teatralidade e ênfase, ditos modernos no anti-sentido da mesma (letras).


Em suma, é esse o retrato deste texto, pós profunda observância; Se preciso? Não sei. No fundo... mero expressar de meu pensamento analítico, sentido nelas, nas tuas palavras caro Escritor... Parabéns por esse e outros sucessiveis escritos, certamente tão belos quanto este! Que seja assim, contínuo seu poder de comunicabilidade oriundo desta inesgotável ação inspirada metaforicamente na metafísica, constante tragar e expelir idéias e pensares como um camaleão dentro das letras! Fico por aqui meu Escritor/Poeta favorito até beijos....


Graça Fontis


O que admira-me sobremodo, querida Companheira das Letras, Graça Fontis, são a re-sistência, in-sistência e coragem em superar os seus limites, de pintora a crítica literária, requerendo conhecimentos a priori, que não os tem adquiridos, mas isto nada quer dizer, nada significa, a sensibilidade de artista-plástica desvenda, desvela espíritos do subterrâneo com a dignidade, honra de ser uma experiência real, uma vivência com um escritor, as verdades que re-colhe e a-colhe enquanto lê as obras, escolhe as suas peças de pintura, vive o dia de um casal.


E vencer os limites dos conhecimentos a priori são necessários, para uma crítica, com esta categoria e engenho é de sentir muito orgulhoso de estar aprendendo e movimentando os conhecimentos, dando-lhes nascimentos e vida... Neste âmbito, vendo a sua obra crítica, só tenho a dizer que a sua sensibilidade voa em comunhão com a busca da consciência-estética-ética, assim a pintora se torna crítica literária de relevância na minha obra, antes fora apenas uma cerimônia de chegada na cena da crítica literária.


Teria muito a discorrer sobre a sua crítica, sobretudo nesta passagem "Creio ser nestes momentos de recolhimento ensismemado d'alma, o aparecimento do espadachim corajoso e audacioso, por vezes melancólico, as vezes ácido; mas é aí que suas palavras saem como relâmpagos, iluminam, destroem e controem e queimam, avultando quando necessário...", por ser real isto, nestes instantes de recolhimento ensimesmado d´alma é que tenho de criar, re-criar, reinventar, as palavras saem lavas, relâmpagos, queimam, e faz-se mister mostrá-las fervendo.


Mas com esta outra passagem, creio que deslinda mais este vulcão "... constante tragar e expelir idéias e pensares como um camaleão dentro das letras!" chamou-me sobremodo a atenção por ser algo com que me preocupa: tragar e expelir idéias e pensares, um camaleão, muda-se a face por mudar o que habita o íntimo a todo instante, a multiplicidade de faces de um desejo, sonho do verbo Ser. Recebo com muito amor este dizer "camaleão dentro das letras", identifico-me sobremodo com a metáfora, o signo, a simbologia a mim atribuídas, a verdadeira face é o outro atrás do eu.


Parabéns por este desenvolvimento, crescimento na arte da crítica literária. Enfatizando que só mesmo você, vivendo nossas vidas juntos, é capaz de mergulho tão profundo nesta obra, pois que implica a observância e contemplação da vida do escritor no ato de criar, pensar... Daqui para frente muitas outras se somarão a esta, a todas as anteriores, e o universo se ampliará.


Manoel Ferreira Neto


#AFORISMO 782/


SENTI-NELAS - MISSIVA AO FUTURO#
GRAÇA FONTIS: PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


SENTI-NELAS de limalhas de dialécticas e contradições da in-verdade e mentira os re-versos dos sons e das imagens, os in-versos das metafísicas e metáforas, sine qua non linguagem e o per-correr as terras do mundo, continua e serenamente, um dom amáltico dos desejos e utopias.


SENTI-NELAS de ambiguidades, sarcasmos, dubiedades, contra-sensos do perpétuo e das cinzas ad-versos aos sonhos e quimeras das meta-linguísticas e semiologias, os avessos da volúpia e êxtase, mister sensibilidade e linces do olhar contro-verso, continuos nas passagens de dores e sofrimentos, de alegrias e desconsolos, um talento dos sonhos e sonos do efêmero.


SENTI-NELAS de poeiras dos ventos e entre-pedras do tempo de contro-{versias} e falácias do além do bem e do mal, além do verbo e da carne, de nonsenses e poemetiquices do amor e da plen-itude, luzes na ribalta de outros ideais e utopias, de outras terras contingentes e ad-versas às ideologias dos vencidos e dos vencedores, de emergência, uma luz do eterno pós a consumação das etern-idades.


SENTI-NELAS de trigos e orquídeas no alvorecer sob o vento marítimo de inverno, verso-com com os devaneios e desvarios das imperfeições da alma e da "cachola", doidivana tristeza, verso-ad da fé da esperança, imagine serem as lâminas de outras quimeras da verdade e do ser, uma sensibilidade e espírito sendeiro da magia e da poesia, fundamental saber o por quê e para quê veio, um silêncio da solidão efêmera, deixar os linces dos olhares de paz e solidariedade entre os homens buscar o que o silêncio deixou na memória e na atitude e ação da criatividade da solidão e do efêmero.


SENTI-NELAS de cinismos e hipocrisia no entardecer numa praça pública, a fonte luminosa ativada, os medos e temores de seguir entregue ao destino inédito que se a-nuncia, trans-versos aos limites do bom senso e da inteligência, per-versos à auto-estima, pensai ser uma gotícula de orvalho molhando as pétalas de uma rosa que acaba de des-abrochar para a ciência de que nenhuma verdade é absoluta e eterna, mister sentir o efêmero das coisas e das línguas, uma luz na sombra de um picadeiro, o tempo e os ventos dançam abraçados, sentindo os corações pulsando de entrega e prazer sem limites, fronteiras, obstáculos, muralhas.


SENTI-NELAS de pernósticos e megalômanos versos e prosas de sabedoria e conhecimento, sintomas de carências e invejas, re-versos na linguagem e estilo de erudição e habilidade nos verbos das palavras pronunciadas, in-versos de instantes-limites de inteligência e devaneio, quiçá prelúdio de sandice, pense serem uma migalha de pão para saciar a fome de "e-migalhar" os instintos de volúpia do sinistro e irreverente, a querença do sublime, necessário perceber de simples ilusões às pre-fundas do ser e do tempo muito dom e talento são ipsis verbis inalienáveis.


SENTI-NELAS de ritmos e melodias de músicas nas tabacarias do "Não quero ser nada", tocadas no pretérito piano das tragédias, contro-versos à esperança de um raio de luz, a cegueira odeia a luz, a surdez odeia o silêncio do audível, quando re-tornando ao casebre, à choupana, à casa, intuir serem a visão lúcida e irônica de que a alma moderna carece livrar-se de suas hipocrisias e intelectualoidismos, muita determinação e sapiência do "venho para quê".


SENTI-NELAS de verborréias do universal e do eterno nas academias de palavrórios e nonsenses de dogmas e preceitos, ad-versos a continuidade do ser que se faz continuamente, in-versas e re-versas aos bons princípios da regência e da concordância do indivíduo e do rebanho, con-templai serem tais palavrórios verborreicos que patentearam a perpetuidade da sede de sabedoria e conhecimento, irreverência e insolência do trilhar a saga e sina da humanidade de outros horizontes e panoramas dos bosques e das cavernas, outras paisagens da orla do mar no crepúsculo do primeiro dia de outros tempos, pós a consumação das eternidades.


O que é isto - SENTI-NELAS?
SENTI-NELAS - o que é isto?
É isto o quê - senti-nelas?


Verbo e substância buscando a linguagem e os sons do ETERNO! Sentindo o sentido do sentimento de senti-nelas, ambiguidade do tu e do vós no imperativo dos tempos do vento e do ser, do pretérito e da missiva ao futuro.


(**RIO DE JANEIRO**, 23 DE MAIO DE 2018)


Comentários