#E#legias sediadas nos auspícios das dúvidas do além, silenciam-se ventos desérticos, e#x#tases ao léu das efemérides do tempo dispersam-se nas ondas das luzes fosforescentes, #é#gides" pretéritas bailam aos linces dos olhos tão distantes, longínquos, #g#retas, dir-se-ia frestas, por onde devanear, divagar nas bordas e margens os ontens, outroras de idéias, pensamentos, sonhos e luzes, por campos e matagais palmilhando alamedas, perscrutando as circunstâncias e situações nestas poeiras, cascalhos, pedras, asfaltos, pensando e sentindo outros sítios, observar os movimentos, os gestos, atitudes, ações, #e#mbora as dores acumuladas, término que não termina, princípio que não inicializa, sim não inicia, os frutos colhidos, saboreados, degustados, apesar de haver custado, como dizem as falácias populares, o olho da cara, contudo sentir a empreitada trouxe sossego à alma, #s#endo ritmos e melodias da balada dos nonsenses, inteligências, excentrismos, radicalismos, falácias cínicas e irônicas, a música composta e o som se dispersando nas ondas de si mesmo, a balada das intuições, percepções, indagações, perquiridores, a balada elide pretéritos e sombras, #e#mbora a presença a todo instante, são sementes de utopias outras, ideais que em ondas dos ventos perpassando as árvores do bosque, flui ao longo dos tempos, quiçá na consumação do eterno inda seguindo as trilhas, nas asas dos ventos, colinas, picos, mares, oceanos, da águia de outroras de melancolias, nostalgias, saudades, náuseas, tremores e temores, o semi-eterno do grão de trigo, como, certa vez, em diálogo com o Guru Fesmone dissera-me com alguma saudade muito bem guardada no sítio especial de seu espírito: "A metade do grão de trilho é mínima, se se souber in-vestigar e avaliar é uma dádiva no tempo de outras idéias, ideais, valores, virtudes, outras metades serão encontradas, comungá-las, sintetizá-las brotarão, nascerá o pé de trigo, o espírito será saciado", pedindo-lhes explicações, dizendo-me "O eterno necessita das etern-idades, e só no tempo se realizará, mesmo na consumação de si mesmo..."


#D#iante dos linces de meus olhos o invisível do infinito, o inaudível dos sons, o vazio que esvaziava-se de si mesmo distanciando-se em câmera lenta, as luzes o esperava para #a#-colhê-lo, devaneio, desvario, é a esta senda que a entrega, as sinuosidades das coisas e das palavras complexas de vivenciá-las... Fora o que re-colhi e a-colhi frente à resposta do Guru Fesmone, da ec-sistência à existência: "Papel, respiro-te desde o alvorecer do dia à madrugada do outro, na alcova sonecando no peito do ser amado, no sabão que passas nas minhas mãos, na água o bebo, na fumaça do cigarro saboreio-o, quando por única ambrosia, doce-de-leite e ovos, prová-lo-ei?..." Dir-lhe-ia mais algumas palavras, mas por sua ingratidão por ler em mim sem me decifrar, #As rodas da diligência movem-se, rodam#, a última diligência para o alvorecer, em grandes pastas dos rios, os caminhos se deixam jornadear, ouvindo-lhe a voz na sua tonalidade mais-que-perfeita, a voz do tempo, as respostas habitam a continuidade... fazem-se na sinuosidades das alamedas e becos, quitandas e tabernáculos, tabernas e plantações de orquídeas brancas...


#A#h!... Obliviar os códigos quero, quero falar a língua, esta última flor do lácio, por mais que esta linguagem já está condenada, é lugar-comum, vulgaridade, por que não sou sem ti, não é verdade?, por que não existo, como folha seca, caindo na calçada solitária da noite? Sou-me papel apenas, ipsis verbis perscrutando circunspectamente uma "carteira papelística", brotam-me palavras. #R#e-versos, in-versos, ad-versos... Talvez inda me torne gaveta para guardar-me, acolher-me na bruma de sua prisão, só havendo luz, quando abri-la, mesmo que de um simples vagalume, con-templado através da janela aberta da alcova, mesmo digam não haver janela numa alcova, o sentido crio-o, re-crio-o, in-vento-o, expresso-me assim, a liberdade sempre em questão, o inédito traz no seu bojo outras perspectivas, luzes e contra-luzes, silêncios e algazarras. #T#emplando a mágoa que exalo ser perfume que me unge, cuspida de amor fingindo lágrimas. cascata de palavras, pela sua ingratidão por ler-me sem me decifrar, a mágoa trago-a nos recônditos d´alma, rego-a com o silêncio das palavras, underberg no tinteiro pálido. #Ébrio#, confissões introspectivas requerem papel destituído de quaisquer caracteres, em branco, até as gaivotas pousadas nos barcos na orla do mar abaixam a cabeça no instante de sentir o que se lhe apresenta, a pomba depois de branca torna-se rosa..


#L#uz e brilho da neblina, maresia. Passar os dedos na face branca, não na superfície branca, até mesmo a mais ínfima a-nunciação de letra traz na algibeira a liberdade do #i#dílio, ficar entre as coisas, em todo caso entre as nódoas e manchas da vida. Liberdade e morte são certidões, documento de identidade não é de óbito, mas de origem, desde à e#t#ernidade até a consumação das eternidades, e do #e#terno. Certos papéis são sensiveis, as obras extasiam. Não poderão mais ser uma valquíria e serão confinados, adormecidos, nos auspícios da colina senão indagações, perquirições, questionamentos, à soleira das montanhas de areia - noutra conversa com o Guru Fesmone, dizia-me: "O segredo das letras quiçá seja a liberdade de se dizerem, revelarem, requerem liberdade, deixá-las falar, entende... e elas compreenderem, con-sentirem, permitirem que o sujeito e objeto delas também seja a sua liberdade de dizer... Sentir isto presente no instante de preencher a página de caracteres, esta libe#r#dade mútua, a jornada será longa, compreendendo suas situações e falácias, mas o tempo dará os frutos, mesmo que ínfimos, de gota a gota a taç#a# de vinho se enche, re-colhe-lhe o sabor a boca, a língua extasia-se." #R#e-versos, ad-versos, in-versos ao som da balada, ondas, precípios de ritmos e melodias, abismos de grãos de poeira flanando na dança místic#a# e mítica da linguagem e estilo, soerguendo o des#t#ino e as suas trafulhas no pôquer das perquições e indagações. O papel, a vasso#u#ra, os processos e fases, a porta, os cacos de garrafa na calçada da rua desértica...


(**RIO DE JANEIRO**, 18 DE MAIO DE 2018)


Comentários