ANA JÚLIA MACHADO ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA TECE #EXEGESE# DO AFORISMO 755 /**A ARTE É O SUBLIME QUE HABITA O SER DA VERDADE**/



Apraz-me referir que jamais chegaremos a uma conclusão…
Sempre iremos indagar sobre o tema, eternamente, vamos pôr em questão o que nos reside acerca das demandas da existência…cada ser é um ser e a arte é influenciada por vários sectores de interesse.


Não é acessível a coabitação entre seres humanos. Não é acessível para nós, admitirmos nossas balizas, nossas imperfeições. É sempre mais confortável admitir nossas particularidades e nossas qualidades enobrecidas.


Contudo, bom seria se assimilássemos a habitar e conviver harmoniosamente em estabilidade entre nossas particularidades e as nossas falhas. Com certeza poderíamos viver e conviver superiores. E por assim ser presentearíamos ao outro a possibilidade do descobrimento do preferível curso, para os encantos da existência, em toda sua perfeição.


Pronunciar do pretérito, entre as criaturas, é acontecimento trivial. E falar sem embaraço e sem perplexidade, nos facultar encontrar o trilho mais curto para o porvir em toda sua extensão, sem transtornos e sem desvios.


Que bom seria, se falássemos sem a inquietação do dia seguinte, sem a síndrome parido pelo reconsiderar dos verbos expostos pelo outro.


Os verbos sempre causaram parte da benéfica e da nociva coabitação. Não são eles que estremecem a disposição pacata, coerente e de interatividade concebida pelo que apelidamos de “querença”. O que aniquila a pacificidade desse substantivo é a contravapor tomada pela criatura em uso dos verbos pronunciados.


A comunicação foi, é e será sempre muito relevante, para a imortalidade da querença e da realidade entre os seres humanos. Assimilemos com a vida e com o tempo, que sempre estão aptos a nos alumiarem, mostrando-nos os pontos necessitados de melhorias em nossas vidas.


Entretanto até quando o tempo e a vida residirão determinados a dividir connosco de seus saberes e erudições?


Mário Quintana referia no que concerne às indagações que:
A réplica real, não interessa nada: o fundamental é que as interrogações encontrem-se corretas.


Os resultados da prática da beleza os valores, os sentimentos, os gostos, os discernimentos, as diegeses, as espécies – são as circunstâncias das práticas que vão se corrigindo com a própria história, cujo núcleo é sempre esse esquivo agrado que consequência da autenticação da capacidade de edificar, de originar sentidos que, quando analisamos, ao mesmo tempo
edificamos e produzimos a nós mesmos A razão estética habilita o sujeito para que se construam mundos não apenas a partir de sobre esquema referenciais, mas, igualmente, a partir de sobre a experiência do ato pelo qual um objeto se torna presente sob a forma de imagem do que existe, do ser-aí da história efeituável execução dos limites constituídos pelas formas tradicionais de racionalidade. Novamente reitera-se a ideia de que o que existe não é susceptível de detenção e numa descrição, mas, de outro modo, o que existe é uma compilação descomunal de exemplos. Cada sujeito – figura da ficção, da reminiscência ou da actualidade – – representa uma forma de subjetivação exequível. Perante o mundo, temos a ininterrupta e inacabável faculdade de metamorfosear as realidades inóspitas transfiguradas por ela.


Ana Júlia Machado


A natureza não dá saltos - diz-nos a máxima latina. Tudo tem seu tempo de ser, de acontecer. Há quatro anos estamos juntos nesta jornada das Letras. Você já teceu comentários, ensaios sobre minha obra em vários níveis. Chegou o tempo do Inédito. Comentar ou ensaiar um texto em nível metafísico é complexo e hermético. Da Metafísica à Exegese é uma travessia sobremodo difícil. E agora você tece esta excelência de EXEGESE sobre o meu Aforismo.


#AFORISMO 755/A ARTE É O SUBLIME QUE HABITA O SER DA VERDADE#
GRAÇA FONTIS: PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


Sublime a des-integração do sublime nas asas do tempo que se esplende além do in-finito perpetuado de regências de instantes indefinidos, momentos breves in-inteligíveis, as manhãs submersas na neblina.


Perscruto as vozes do silêncio à cata de sentidos de suas palavras livres e simples que traduzam os sentimentos e sonhos que lhes habitam, conspícuos os signos e símbolos almáticos dos ventos que circundam os abismos do ser, intensificando os poderes da audição, que em átimos de segundos tiram o véu ao contínuo da arte do pensamento e das idéias, às re-fazendas do pretérito e do presente, ao inominável do in-audito das utopias da verdade e do soberano, ao inter-dito das sensações e sílfides do além.


Sublimes os ventos que perpassam os sons dos verbos e das vogais, soprando-lhes, as ondas sonoras ritmando e melodiando as sintaxes da vida e das esperanças de sabedoria, sabedoria do eterno e efêmero que na mov-ência da síntese de si mesmos espiritualizam as dimensões imateriais do ser humano, humanidade do ser, os desejos da Verdade.


Con-templo as luzes que piscam à distância, piscadas intermitentes, quiçá a intenção seja sentir o que habita entre uma e outra, seus segredos e mistérios, a-nunciações e re-velações de desejos e vontades inda não sentidos , inspirações e aspirações inda não id-ent-ificados no trans-curso, per-curso, de-curso das re-pres-ent-ações das quimeras silábicas das palavras e das coisas.


Sublime os remoinhos no mar e os raios de sol a incindirem, performando imagens nas massas rápidas e circulares que nenhuma tinta ou grafite é capaz de pintar, os olhos veem, a alma sente, crescem-lhes os devaneios e desvarios, o que habita o íntimo esvaece-se, esvazia-se o que há de sensorial...


In-vestigo os vestígios de intuições que se me a-nunciaram, quiçá reunindo-as, sintetizando-as, conciliando-as, fosse-me doada a dádiva de assimilá-las, dando nascimento ao que habita o ser do inatingível... Mas, o quê? Percebo as intuições nítidas e trans-parentes, chego até a elencá-las por dimensões, esvaziam-se-me as habilidades, agilidades, capacidades, não mais sinto o que me reside as perquirições da vida.


(**RIO DE JANEIRO**, 16 DE MAIO DE 2018)


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