#SELVA METÁLICA# - GRAÇA FONTIS: TEXTO(AUTORIA)/ARTE ILUSTRATIVA



Divagar rebelde beira o nada carente da imagem perdida, imigra e emigra... a mente é pássaro e permanece até o pouso liberto nos caminhos outonais de bosques destituídos da sensatez, antecipando o verão, e imerge dos labirintos e das grutas aquáticas desaguando emoções inquietantes e disformes. Justa inquietação!
Há astúcias e estultícies na hora das falácias barulhentas repercutirem mesmices dos quatro tempos certos de quem as ouça - tolos ouvirão! Não se deem por vencidos sob os estereótipos sistemáticos e convincentes, mas elevem o inconsciente aos seus mais fantásticos absurdos da sensatez e sensações conscientes aos primórdios da instância existencial com ânimo, mirando a montanha do futuro, beirando o abismo com garras de águia e altivez, e só assim os homens fortes vencem a própria desolação e ocasos em trânsito a que são submetidos com naturalidade passiva, mero destinatário; porquanto a mente anseia determinada ao voo mais alto e odores salutíferos de novas esperanças longe das demências e enganos, aquietando espírito e alma ao retorno da vontade do querer, pois que aos bois não se dão títulos por quando a boiada descampa, o curral torna-se o oásis das pretensões.
Se os homens aglutinassem engenhosidade e sublimidade de novos pensamentos sem estorvos, talvez tivessem toda a sabedoria do universo, dizendo não às descomposturas, favores e obséquios... Legendas sombrias do vir-a-ser lapidadas à busca de abstratas razões das palavras e pensares olvidados. Ainda há o que caminhar, talvez no poço da consciência eletrizante dos sentidos... o louco fale melhor sem que lhe absorvam a alma!
E já é tempo... dos pássaros adejarem sobre a selva metálica.
(**RIO DE JANEIRO**, 27 DE MARÇO DE 2018)


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