#AFORISMO 621/ROSAS MÍTICAS DA SABEDORIA# - GRAÇA FONTIS: PINTURA(#GRUTA DOS SONHOS#)//ARTE ILUSTRATIVA Manoel Ferreira Neto: AFORISMO




Tênues linhas de horizontes,

Sublime travessia.
Sublimes imagens con-figuram

De cores brilhantes
A inspiração do há-de ser a estesia do desejo
Nítido nulo da verdade,
Perpétua magnitude do ec-sistir, tempo finito
Momentos verbais de estar-sendo no mundo,
Encontros, des-encontros,
Nost-algias, mel-ancolias, saudades.


Além alvorecer, os raios numinosos de sóis
Na magia mística do ser que a-nuncia a presença
De sentimentos, emoções que trans-elevam
A divina con-tingência de vazios, nada,
As metáforas solitárias e silenciosas do eterno
Que efemerizam o absoluto,
Cristalizando de estrelas a noite idílica
Suspirando de cânticos a esperança do outro ser,
Mergulhado nos interstícios da alma,
À mercê de revelar a subjetividade, sensibilidade
Do amor uni-versal,
Aes formae speculum est, vinum mentis,
Pre-figurado de lúdicas carícias e toques,
Seduzindo prazeres e êxtases,
Clímaces do sensual.


No limiar de confins,
Sentimentos se a-nunciam,
A vida é outra,
Inda que em nível trans-cendente, abstrato.
Não prometo versos que ninguém possa-lhes contar
De tantos, muitos,
Fraseio falácias, verborréias menos
Que ninguém declama, recita
Em quaisquer níveis racionais, intelectuais, sensíveis,
A alma pervagando sítios,
Alucinada, desejando a liberdade litteris da contingência,
Querendo o verbo dos sonhos encarnado de práxis,
Volando as esperanças frasais in-temporais,
Re-fazenda de buscas outras, interesses outros,
Ec-sistir solene, sendo-em-sendo,
Traçando a alma do espírito nas linhas e entre-linhas
Das contradições que a-nunciam os porvires,
Dialéticas que apresentam vida e morte,
Tecendo no espírito da alma o ipsis verbis
De todos os instantes e momentos do não-ser
Em sua caminhança de dores, sofrimentos,
Via crucis ao longo do tempo, à mercê dos pretéritos
Sendo genesis primevas das esperanças,
Sendo apocalipse secular, milenar da fé,
À luz do presente, único ec-sistir da dialética ec-sistencial.


Não há o amanhã, a aurora, o alvorecer,
Não há o ad-vir, não há o eterno,
Há o caminho do aqui desvencilhado do agora,
Sou o presente, o presente é-me
A imperfeição não são os limites,
Não são as dificuldades,
Não são as mortes a cada milésimo de segundo,
Mas o não-ser inscrito e proscrito no verbo-nada
De contingências à luz obtusa do tempo morte,
À mercê e cavalitas íngremes das dúvidas e medos.
Acum in meta foeni quaerere!


Flores edênicas
Despetalam nos horizontes inter-ditos de linhas horizontais
A verticalidade do belo, da beleza,
Con-figurando verbos e sonhos, des-figurando quimeras, fantasias.
Pre-figurando sujeitos e predicados,
Ao longo da floresta silvestre, sendas e veredas
Alumbrando versos e estrofes trans-cendentes,
Uno e Verso do ser/existência, à luz da primavera
Querubins dançam o corpo mítico da presença
Do perfume que exalam as rosas místicas da sabedoria,
Setembro de re-nascença,
Setembro de re-novação,
Setembro de in-ovação,
Setembro de re-fazenda,
Estação da pureza, estação do singelo,
Estação do sublime-eterno,
Estação do amor.


A vida é o des-conhecido, o inaudito, o indizível,
Adentrar-lhes, penetrar-lhes, enfiar-lhes a mão na cumbuca
Não é arriscar, não é aventura, não é ousadia,
Não é irreverência, não é insolência, não é rebeldia,
Sim cor-agem de não ser verbo ou sonho,
Sim passamento para o vazio da plen-itude,
Sim ponte partida para a náusea da mortalidade,
Sim travessia para o esquecimento absoluto,
Ou absoluto do olvidar do espírito do ser
Nas trilhas e caminhos da roça do caos,
Re-vestido, trajado de sorrelfas do cosmos.
Far-me-ei inteligível aquando?
Far-me-ei o in-inteligível do inteligível aquando?
Quiçá jamais!
A fructibus eorum cognoscetis eos


Aqui, na minha caverna solitária de estalactites,
Con-templando o som do canto da coruja alhures,
Vislumbrando as asas da águia que flanam
Libres no ventinho das alturas,
Teço o nada de mim,
Crocheteio o vazio
Absens heres non erit!


(**RIO DE JANEIRO**, 05 DE MARÇO DE 2018)


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