#AFORISMO 660/IN-FINITIVO IN-FINITO DE MÚSICA E PALAVRAS" - GRAÇA FONTIS: PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO



Epígrafe:


"O que seria da Filosofia sem o jingado, o jingle-jangle do ritmo do ser e do nada, na melodia dos ventos e dos verbos das nonadas e travessia nas paragens nas estradas dos desejos rumo ao in-finitivo? O que seria da Literatura sem os silêncios da música nas palavras?" (Manoel Ferreira Neto, 22 de março de 2018)


Tudo o que
Quer de mim
É "sissiricar" as angústias
E agonias, aquele clima!
Não sissirico angústias e agonias,
No ínterim das regências das utopias
E ideais,
Se sissiricasse, com efeito, negligenciaria
Os êxtases das contingências no instante
De devaneios, expectativas, irreais,
Os clímaces das ipseidades e facticidades,
Tudo acabado mesmo, é só isso,
Sissirico o nada e as nonadas
Nas paragens de estradas, na travessia
Dos ideais, das verdades,
Inda que efêmeros,
Nisto é que está o jingado do ritmo nos passos
Dialéticos, nonsenses, contraditórios, o que sinto e penso
Não é tragado pelo abismo das ilusões, fantasias,
Não mudará a senda e vereda pelas trilhas
De bosques serenos, a neblina caindo leve...


Tudo o que
Quer de mim
É sissiricar as re-vezes
Das esperanças e fé,
E aquela sensação de leveza,
Há ínfimos de instantes que
Re-versar e in-versar
Os desejos e ansiedades de realizá-los
Embora fazendo mister sentir os pingos
De chuva deslizando na vidraça da janela,
Envelada pela cortina,
E isto, é o encontro da alegria e vontades
De conquistas in-versando a melodia em versos,
Re-versando o ritmo em sentimentos e ex-tases
Do ser, flúmen nas madrugadas conciliando-se
Nas pectativas da ex-istência do Ser,
O que penso e sinto não mudará...
Veja por este ponto...
Re-versar e in-versar a música cria
O mundo, no de-curso e per-curso do tempo...


Falling into the night...
Falling into the night...
Falling into the nigtht...


Tudo o que
Quer de mim é in-finitivar as regências
Da areia na ampulheta,
Não tem mais jeito, passadas na garganta
São pretéritos, imperfeitos, perfeitos,
E nas concordâncias
Da liberdade e da consciência
Do nada, dos ventos
Assobiando na orla da praia
A balada dás águas do silêncio
Que correm suaves nos labirintos do ser
Criando, re-criando, inventando
Visibilidade nas coisas invisíveis,
A neve continua caindo na noite,
Molhando os cabelos, refrescando a alma,
Leveza de espírito,
Não só são palavras,
São verdades re-colhidas e a-colhidas...


Tudo o que
Quer de mim é nad-ificar a solidão
Nas métricas e rimas das estrofes
Nas re-vezes da lírica do outro,
Não há modo,
O sonho acabou,
Tempo de luzes, sons, palavras,
Há um des-encontro entre a verdade
E as ilusões,
Querê-lo, ah... não!, é demais,
Boa sorte...
Sigo nestas trilhas de sissiricar
Os inauditos, mistérios, enigmas, solidões
No ritmo melódico de VERBO DE UTOPIAS,
Neblina caindo pelas ruas e avenidas,
Neve molhando as folhas, os jardins de orquídeas brancas,
Orvalho nos campos,
Chuva caindo, levando as coisas, os objetos,
O que sinto e penso da chuva, os pingos na vidraça,
Mudará o alvorecer, raios de sol, as ondas do mar
Espalhando-se na areia da praia....


Falling into the night...
Fallling into the night...
Falling into the night...


(**RIO DE JANEIRO**, 22 DE MARÇO DE 2018)


Comentários