#AFORISMO 658/INSTANTES/VERSO-UNO DAS TRAVESSIAS E NONADAS# - #GRAÇA FONTIS & MANOEL FERREIRA: INTERTEXTUALIZAÇÃO POÉTICA/PINTURA/Manoel Ferreira Neto: AFORISMO




Se é que se pode não acreditar – O sol,
deitando fora a carapuça,
espalhará outra vez os grandes cabelos louros.
Brotarão as ervas.
As flores deitarão aromas capitosos.


A inspiração requer inspiração noutros instantes de imagens nítidas e linguagem, noutras docas de estilo versando sentimentos. Não se imagina a eloqüência destas últimas palavras, lágrimas pujantes e quentes descem-me a face, extasiado por encontro tão subtil, afigura-se estar livre no foggy de sentimentos e emoções novos, um pouco caiada de cremes para não ter rugas, de hidratação, etc. e tal, creio que desejei sempre dedicar aos instantes algumas palavritas sensíveis e bem ternas, daquelas palavritas que as fazem des-abrochar lindas e maravilhosas, exalando aquele perfume que extasia todos os sentidos e dimensões do espírito. Cheio de entusiasmo, prometo, pelo céu e pela terra, que farei tudo para serem ditas intertextualizadas e re-criadas nos in-versos e re-versos de subjetividades e criatividade plástica, onde reside o segredo da poética imagística dos traços verbais e sonorizados.


Frenesi ardente da estação, idílios, sensações que tres-passam a alma!
Transas, trânsitos frenéticos
enlouquecidos bailam colados,
entrelaçados, lacrados pela paixão.
Quê poético!
Poesia de instantes de imagens que no movimento da música e da confecção das palavras, não são apenas metáforas imagísticas, nasceram livres em estâncias de fluxo de sensibilidade, de luzes, contraluzes. Brindam primavera no verão, até inverno no outono sem árvores em movimento, sem vozes, sem lamentos, marolas de desejos, sibilos a ecoarem na solicitude múltipla e íntima dos desejos, as chamas do verbo “ser” nas imanências dos desejos, as palavras dentro de meus olhos, vertendo lágrimas de felicidade com estas metáforas da multiplasticidade do vazio, de minhas mãos que se elevam aos céus de todas as paisagens e panoramas, rogando a plen-itude e subl-imidade do eterno “enquanto dure”, tendo mais bem sido, se o conhecer viesse primeiro que o saber de estrelas e paisagens, as anunciações das cores e tons das cintilâncias, que fecundam o espírito de outros amanhãs e outras noites, de outras madrugadas e alvoreceres, que inundam a alma de outras querências, de águas iluminadas pelos raios do sol que nelas incidem.


Por quanto? Seguem o itinerário, abrindo espaços e caminhos, de outros arrebiques do belo em barrocas tardes de chuva fininha ou de sol incandescente, o espírito de outros amanhãs e outras noites, de outras madrugadas e alvoreceres, que inundam a alma de outras querências, de águas iluminadas pelos raios do sol que nelas incidem, alicerçando a vida acima das diferenças-coisas da inconsciência de situações, circunstâncias e mutações, impulsionados, na pujante con-templação do in-finitivo do mar na sua terna lassidão, no contundente auscultar do silêncio do vislumbrar o horizonte à distância legando-lhes próximo estágio, aquando a flor inerme desperta a vida na sincrônica sublimação a transcender o infinito na poeira do cometa que colhe momentos prazeres dos seus sonhos abelhoados.


Epígrafe expectativada!
De verbos, in-fin-itudes,
Horizonte de regências..
Concordâncias do infinito na poeira
Do cometa que colhe miríades de cintilâncias
Nos re-versos pretéritos, in-versos de particípios
Do nada e o que sinto é o sonho de ritmos e melodias,
Espectro imaginário?
Quiçá, um coração desvairado à soleira da insensatez percurte seu ribombar, tum... tum... tum..., quiçá uma mente alucinada com os sons e tons, ora acordes vem e vão, milimétricos, altissonantes,
sobrevoa em pujança,
flana na unidimensionalidade do vazio,
paira no verso-uno das travessias e nonadas,
Por quanto?


Até que as estrelas apareçam para iluminarem a escuridão sobre o olhar reflexivo no limiar do alvorecer desses átimos de paz no mundo adormecido, porquanto cessam recordações olvidadas outras... até o foggy matutino pouse nos cabelos e porquanto cerceiam lembranças de boa sorte nos
espasmos das ilusões vividas,
explicitados heróis expelidores dos pretéritos identificam-se no
presente, esse que ainda não deixou dor.


O uni-verso na verticalidade do verbo em sua utopia, estética e ética da consciência, se me apresenta in-completo, im-perfeito, defectivo, tenho-lhe de encontrar nas rimas sensíveis, nas entre-linhas do sentido a metáfora que suprassuma a razão, a sin-estesia que trans-cenda o nonsense, o símbolo que eleve a intuição, imaginação, a sensibilidade.


Vívida linear-idade geo-metriza a noite, cristal-iza a passagem de seu tempo
que germina, gera outras perspectivas da aurora, da continuidade do dia,
diante das situações e circunstâncias de todas as contingências, árduas labutas, cansaços e problemas, ao crepúsculo, grávidas de sorrelfas e in-verdades, de idílios e fantasias, de quimeras, sonhos do verbo “PERPETUAR”, utopias de realizações e prazeres, desejos do pleno e sublime, da Verdade e da Vida, concebe outras imagens, por vezes nítidas do in-finito das querências nas ad-jacências dos limites.


(**RIO DE JANEIRO**, 23 DE FEVEREIRO DE 2018)


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