#AFORISMO 641/ MISSIVA À LUZ DO INÉDITO DA ALMA DA KATHARSIS LITERÁRIA# - GRAÇA FONTIS: PINTURA/ARTE ILUSTRATIVA/Manoel Ferreira Neto: MISSIVA AFORÍSTICA



Caríssimo amigo Demétrius Lima,


Pecto pros de utopias iluminando a terra, a floresta re-cobre o chão, o gênio numina o caminho que corre no sangue a passar... folhas de outono sentindo o amor que começa a vibrar. Sensibilidade, amor profundo. A lógica do mundo jamais será entendida, com-preendida; será discutida e vivenciada, mas sempre será enterrada nas mãos de vagalumes, no inverno.


Amor... Verbo im-perfeito de pretérito-pers de pectivas de in-fin-itivos pre-liminares... amanheceu nublado hoje, gotículas de chuva. Tempo de alimentar de carícias e ternura a saudade tres-loucada do gerúndio na intimidade composta de êxtase e gozo, de particípio nos stícios-inter folheado de desejos e questionamentos, o clímax trans-elevado aos auspícios da verdade da vida.


Desculpe-me, excelentissimo companheiro e amigo,
Se lhe envio missiva, quiçá inédita - sabe de minha paixão
Pela criação do novo, creio até existir por isso -
Nos enigmas
Que traz no fundo de seu alforje,
Surpreendo-me com indagando-se,
Por vezes, afirmando
Quisera soubesse os segredos que em mim
Residem, talvez pudesse compreender e entender
Onde busco a inspiração, o eidos de estilo e linguagem,
Então estimaria o saber de degustar os desejos, os sonhos,
E res-pondendo-lhe deixar as águas jorrarem livres na fonte,
Eis a via de entrada nas luzes que se me a-nunciam,
Deixe-se voar nas asas, levá-lo-á a terras-mães distantes,
A lição que aprendi no trans-curso de muitos caminhos já trilhados,
Com o Amor e a Liberdade que encontrei, mudando as veredas e sendas,
E com eles vou criando, re-inventado, re-criando a sensibilidade,
A consciência, a liberdade, a sabedoria de pret-éritas contingências...


Pecto intros de pectivas pers de sentimentos de solidão e compl-etude jacentes-ad aos desejos e volos circun-vagando uni-versos e versos-uni do in-finito, horizontes das "itudes" plenas que per-vagam os cônditos-re do nada per-formando imagens e paisagens que as nonadas do tempo lhe enviam, a-colhendo-as e re-colhendo-as nos stícios inter dos sonhos do além, cada suspiro na velação-re do tempo é senda outra que se a-nuncia distante, longínquo, cada esperança da verdade é outro silvestre do campo a ser con-templado, cada solidão é o dizer in-audito e silencioso do ser que se vai fazendo, re-fazendo-se, re-nascendo-se, re-compondo-se na caminhada sem fronteiras em direção à eternidade, e vai compondo com o espirito da vida, vida do espírito os verbos do ab-soluto, ser-poético, ser-poesia, ser-poiésis, ser-poiético, e em cada palavra que vai silenciando, em cada silêncio que vai palavreando ao longo de suas trilhas a indagação pela Verdade, pelo Vazio que re-colhe o múltiplo, pelo Nada que nas suas algibeiras traz a essência da esperança, o quê das travessias que mostram o novo espectro in-finitivo do In-finito. No silêncio in-audito das palavras, segue pela etern-idade, sonhando o vir-a-ser, o há-de ser, o que tem de ser, jornada de tantas dimensões, de tantas trans-cendências, de tantas con-ting-ências, esperando o encontro sublime da divin-itude do tempo.


Nos tempos de adolescente,
Correspondia-me com uma alemã, de Frankfurt,
Uma namoradinha à moda intelectual,
Correspondia-nos em Inglês,
Já me dizia ela,
Dorothea Kommos,
Nome verdadeiro e real,
Que tinha um "style of saying" sentimentos e emoções,
Memorizei seus dizeres,
Quiçá nalgum tempo carecesse destes dizeres,
Com eles pudesse revelar mistérios e enigmas de meus dizeres
De ser ec-sistido, de ec-sistir,
Defectivos sonhos e esperanças de liberdade,
Outros horizontes careciam, eram ausentes de sentimento e re-conhecimento,
Mas ec-sistir com o que pensa e sente disto - ser-estar-no-mundo,
E ao som de blues, letras, rock-n-roll, jazz, românticas, countrys,
Poesias, poéticas, pós das éticas, poeiras das metafísicas,
Eis a luz de minhas letras almáticas,
Com o amor-verdade de um desejo de ser recordado
Nos sonhos de um verdadeiro, apesar dos limites, mundo,
Os meus ritmos conciliados, sincronizados, harmonizados, em sintese
De minhas melodias dos caminhos do amor, do entrelaçamento da fé


Pecto circuns da alma velada pela luz tringente-ads ao pleno, ao ab-soluto, velada pela cintilância das estrelas, brilho da lua, suas sementes e húmus da Verdade para a qual fora vocacionada desde a imemorialidade do tempo, a missão insofismável, a missão irreversível, a missão in-audível.


A vida na sua plena jornada, sem fronteiras, sem cancelas, viagem pelas palavras, pelas metáforas, pelas sin-estesias, pelos signos, símbolos, no brilho dos olhos a imagem nítida e trans-parente do longínquo, do distante, a paisagem suave e serena do silvestre dos sentimentos e emoções outros, o espírito, e, como não poderia deixar de ser, o coração pulsando o amor, a solidariedade, a compaixão, a cáritas... Coração de sonhador, coração de estudante, coração de sábio, coração de sabedor, coração de mestre, coração de profeta, coração que perscruta tanto as luzes da plen-itude do além, quanto as éritas sombras do passado, enfim, nesta síntese, é que me vejo a minha imagem refletida no espelho, embora esta imagem seja representação de meu rosto, de minha face, e aos olhos alheios, conforme seus pareceres, em verdade, não sei a minha face, tenho de criá-la, inventá-la, sendo o testamento de minha entrega de saciar o desejo de conhecimento, a liberdade de ec-sistir, o ec-sistir da liberdade entre às querências, desejâncias, e assim a companheira desta jornada ao sonho das cores despertou-me, da liberdade numa moldura re-velada mostrou-me nas curvas do caminho olhar e perscrutar as cores da natureza, os raios do sol, luzes e contra-luzes, e nos abismos deste querer o além do bem, do mal, além do in-audito e interdito, além do silêncio e da algazarra, sempre a esperança abraçar os sonhos inspirarem mais ainda a dimensão de espírito de amar e se dedicar ao este amar, a continuidade de eidos almáticos nas asas da vivência, intimidade, Hirszche e Néofo são versos-inversos da entrega, síntese do Amor e Cáritas, Kairos.


Assim, respondo-lhe, caríssimo amigo, Demétrius Lima, a sua última missiva questionando-me o eidos desta viagem "through" o existido, vivido, experienciado, e como a minha companheira revelou-me a busca de sentir as cores da natureza, os brilhos faiscantes dos raios de sol, cintilância das estrelas, as cadentes, as nascentes, o brilho da lua, eclipse, arco-íris, como comungar os sentimentos e emoções, sonhos e esperanças, imagem e poiésis da ópera do silêncio, à busca do inolvidável aos tempos e auroras. Ouça o cantor country Merle Haggard, sentirá o que estou dizendo e sentindo com o espírito de uma vida comungada ao amor, amor comungado à vida.


Com aquele quebra-costelas,


Hirszche e Néofo.


(**RIO DE JANEIRO**, 17 DE MARÇO DE 2018)


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