**ÚLTIMA LETRA DO VERNÁCULO DE ERUDIÇÃO** - Manoel Ferreira


Epigrafe:



É grande a expectativa
Cresce a cada dia
Uma espera incontida
Esperanças a cada amanhecer
Chegando a noite
Onde em sono profundo
E na plenitude dos sonhos
Passa a ver a causa de tanta inquietação e também de grande prazer.
Uma voz, um som, um chamado...
Um clamor de muito longe
Socorro no silêncio do infinito ou...talvez..
Apenas fruto da mente
Que anseia por seu mito?
Está quase demente
Em nível de regressão
Prestes à enlouquecer
Caso este ser inatingível
Não vir à conhecer. (GRAÇA FONTIS)



Silêncio de morte perpassando instantes de vida
A morte do silêncio não cabe nos raios de luz da solidão
A luz da solidão não é prosa da ausência, forclusion
O deserto do tempo na poesia do verbo concebe a regência do sublime
Solidão do silêncio pres-en-ifica movimentos de ideais
Protelem-se as melancolias, posterguem-se as nostalgias
Crepitem as achas de lenhas na lareira da etern-itudes
Des-amarrem os corações do romantismo do amor não correspondido
Des-algemem as almas do subjetivismo da liberdade
De vislumbrar o horizonte de costas para o universo
Da beleza do belo, do esplendor da magia da pureza
Prosa de solidão silenciando a música da luz
Sonorizando os rituais místicos e míticos, erudição
Que epigrafa de letras góticas o símbolo supremo do absoluto
Acordando de notas altissonantes o último vernáculo de lácias
Sin-estesias, metáforas que cintilam inter-ditas de volos,
Querências, desejâncias da esperança primeva do apocalipse
Incongruente de raios cintilantes de sombras, brumas, trevas
Poema de pura música da luz não se escreve no crepúsculo
Povoado de memórias do ad-vir, lembranças do além,
Recordações do absoluto que desvelam in totum mistérios,
Enigmas e segredos do verbo sob a luz da carne que se arde
De volúpias, êxtases, prazeres, gozos, clímax
Prosa de singela luz da música não se epitafia na madrugada
De solidão, do silêncio, presentes todas as carências
Simbolo de sin-estesias sin-crônicas com o barroco das desesperanças da liberdade, da alma na morte das ilusões,
quimeras e sorrelfas da plen-itude in-fin-itiva da felicidade suprema
Erudição sensitiva ao conhecimento lógico
Para aniquilar o raciocínio presente,
Erigindo-o a um raciocínio não só da mente,
Mas do Ser por completo
Última letra do vernáculo de erudição
Signo de metafísicas sin-tônicas com o futurismo de cores ultra dilacerantes ad-jacentes ao in-verno que re-versa a carência do amor
Ontem de quem me fui carente de silêncio, solidão
Ontem de quem me pres-ent-ificavam poemas, prosas
Vislumbrando o nonsense de tudo que é perfeito, essência
Tirando as vestes, nu diante do tempo e dos universos
Conservando os óculos escuros, o chapéu branco de malandro.



Manoel Ferreira Neto.
(14 de maio de 2016)


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