**MINAS GERAIS: PURA MÚSICA DA LUZ** - Manoel Ferreira


É meia-noite... e rugindo
Passa triste a ventania,
Surgem felizes os sibilos de outrora
Passam agoniados os ventos de entre as montanhas,
Como verbo de desgraça,
Como substantivo de esperança,
Como advérbio de sonhos,
Como adjetivo de desejos sublimes e eternos
Como sujeito de sonhos e utopias
Como predicados de dias e noites fugazes
Como grito de agonia
Como murmúrio de desespero.
E eu digo ao vento, que passa
Por meus olhos distantes,
Por meus cabelos efêmeros,
Por minha boca aberta de verbos e figuras de linguagem
Por meus ouvidos sensíveis e imortais:
MINAS GERAIS: PURA MÚSICA DA LUZ



Rimas não há
Felizmente
Há cadências na música do tempo
Nas letras, palavras divididas,
E na música, vôos longínquos
De esperanças pro-jetadas
Nas ilhas solitárias do esplendor e sublimidade
E no tempo há o que não pode passar
Mesmo que as horas deslizem no espaço
De outrora
Meigas as mudanças oferecem mãos
Na matina, ao romper da aurora,
Acordar feliz, encarnado de esperança,
Ao chegar o crepúsculo, dormir o sono
Simples, tranqüilo, sereno de criança
Celebrar o instante de graça
“Vento frio da montanha,
Onde a minha amada está? Longe ou perto?”
Mas como um hálito incerto,
Responde o eco ao longe:
“Onde, oh, Minas Gerais, está?”



Manoel Ferreira Neto.
(11 de maio de 2016)


Comentários