*PRIMEVOS PRINCÍPIOS PRELIMINARES** GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA POÉTICA $$$


 

POST-SCRIPTUM:

Fim de festa merece um poema de presente e gratidão por todos os caminhos trilhados de mãos dadas com minha Esposa e Companheira das Artes, Graça Fontis.

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Epígrafe:

"Sentires sem tabus dispersos nos trinques da língua..."(M.F.N)

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Glória...

Esquecimento...

Memórias...

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Silêncio que dá origem à palavra não são vazio e ausência, sim plen-itude e presença.

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Ideares sem pecados, sacrilégios, juízos,

Pensares destilados nos sarcasmos, ironias,

Sentires sem tabus dispersos nos trinques da língua,

Equívocos inefáveis que clamam, rogam

O néctar de princípios, preâmbulos do derradeiro,

Enigmas indefinidos, inconsciência in-inteligível,

Moléstias incompreensíveis, doenças da mente descabidas,

Surpresa entre o inane de braços dados com

Vazios de antanho,

Minha existência liderada por barcos de confusão

Motim da popa à proa.

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Desde antanhos e agora

Ouvidos comungados a sons e palavras,

Aspirações abissais veemente de revelar-lhes,

Ao ritmo e melodia das existenciálias,

Me não era tão íntimo deles

Desejava poucochito mais que engenho e talento,

Desejava ser-lhes na jornada

De sendas e reversos dos ideais,

Conceituo e sinto profundo

Isto estar com a "Língua nos Trinques",

A imagem refletida no espelho, emoldurada,

A face que a reflete em harmonia, sintonia,

Verbos sarapalhados por cantos e recantos;

Agora sou íntimo,

Agora não é só querença, desejança,

Arregaço as mangas compridas regenciais,

Enfio a mão na cumbuca das vaidades,

Hipocrisias, falsidades, valores espúrios,

Rasgo os termos de como gerencio o destino.

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Sentimentos deslizando o que há além das fissuras das trilhas outras do Ser, vendo os cujos-ditos peregrinos que deambulam solitários nos âmagos do perene que a verdade colhe no olhar de antanhos instantes-limites.

Travessas quebradas,

Passadiços quebrados,

Pontes levadiças arriadas,

Ruas estão cheias com corações quebrados

Palavras quebradas nunca significam que serão ditas,

Tudo está quebrado.

Toda vez que deixo alguma palavra resvalar

As coisas caem em pedaços em meu rosto

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Re-versos pretéritos in-versos de luz, de palavras, extensão de volúpias, êxtases, no recôndito do abismo, ecos de sibilo de vento, con-templo-o, con-templa-me, sinto-o, sente-me. Instante perdido de ilusões, fantasias.

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Sem esperança em poder se desfazerem do caos

A que se submete a humanidade,

Síntese da ignorância e miséria humanas,

Palavras não fluem existindo do tempo

À luz das sinas, sagas, destino criados e tecidos

À revelia do sol + sistere, que não se mexe

Nos sentidos e visões do fugaz no inverno das alegrias,

No verão de angústias e náuseas preenchendo vazios,

Com a luxúria e êxtase da felicidade,

"Denso, nefasto,tenebroso, apocalíptico...

Tempos hodiernos."

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Desde antanhos e agora,

Era tão novo e ingênuo para perceber

Que os ideares multiplicam-se inter-médio as épocas,

Na continuidade das trilhas,

Requerem outras investigações e avaliações,

São prepotentes com a exigência,

Consentem os fingimentos,

Desde que as intenções fundamentais sejam contribuir

Com a abertura deles a todos os uníversos,

Agora estou mais velho e virgem para as perquirições.

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Pleno silêncio. Absoluta solidão. In-fin-itivo presente de efêmeros nadas re-vestidos de vazios e angústias per-correndo livres as linhas verticais do tempo, horizontais do ser, imagens pro-jetadas no além dos primevos princípios preliminares do há-de ser a face inaudita de semânticas e linguísticas das faustas esperanças, mefistofélicos sonhos de perfeição.

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Verbo do sonho, plen-itude. Sonho do verbo efemer-itude. Quiçá a vida de-curse nas sinuosidades dos caminhos, os nonsenses per-cursem nos aclives e declives das montanhas de Sísifo, nos abismos da Esfinge, os despautérios da liberdade e consequências no ínterim das atitudes do logus e ego, gestos do cogito e id, comportamentos lineares da persona, non sum ergo cogito, re-versam latina declinação do abismo aos interstícios do vazio, o sem-fim emerge das profundezas do nada, elevando-se aos auspícios do celeste destituído de estrelas cintilando o ossuário da terra, desprovido de lua brilhando as lápides do cemitério gethsemânico, e nas sombras das trevas perpétuas o símbolo da vida povoada de miríades do mistério concebendo a lenda mística do divino que espiritualiza as crendices do eterno, nonada do éden, alumbrada sob os raios diáfanos que as cores do arco-íris emitem, "... ride the rainbow/rock the sky/Strormbringer comin/Time do die".

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Místicas lendas do efêmero. Efêmeras quimeras do mítico que ori-gregaliza os deuses à luz dos séculos e milênios em nome da continuidade da ec-sistência, perpetuidade do ser humano, mesmo desprovido de alma e espírito.

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Tudo passa... Tudo passa... Tudo passa..., o "eu" passa, origina o outro. O "outro" passa concebe o a-núncio do meta-outro, outro além dos inauditos mistérios e enigmas do trans-cendente.

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Cinzas da con-tingência.

Vestígios de chamas vorazes

Refluem vagos preâmbulos

De ideares maleáveis, escancarados.

Poeiras da eternidade.

Verbos dúbios, simulados

Nas conjugações impuras

Adversando as perspectivas

De poetizar as sinistras bordas do vazio.

Pós metafísicos do divino perpétuo. Grânulos da essência re-vestida de joios do ad-stringente que trigam o campo de caminhos para o uni-verso das travessias, impressionismo do não-ser, expressionismo do verbo para o ser, realismo dos trambiques do nada, tramóias da mente. Côdeas árabes do pão sagrado recheadas de pimentas do sublime, cebolas do simples, tomate e cebolinha da humildade...

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Carente de sabença da metáfora dos introitos das origens, ascende-se à son-ética das metafísicas, des-ritmias das poiésis, reverbera-se o espírito do tempo, descendo às antípodas do visível visível à soleira da única perspectiva que sensibiliza, profusa sentimentos. Eu era tão mais velho, então; mais novo do que antes, agora. Revezes imperfeitas de antemãos.

#RIO DE JANEIRO(RJ), 27 DE SETEMBRO DE 2020, 07:13 a.m.#

 

 

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