Manoel Ferreira Neto ESCRITOR E CRÍTICO LITERÁRIO COMENTA O POEMA Adversidades Afugentar DA ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA Ana Júlia Machado $$$


A honra, a dignidade, a sinceridade e seriedade com as próprias atitudes, ações, com o pensamento do mundo, com as idéias das relações existenciais - isto está presente, evidente, nítido em toda a sua obra literária-poética, o preto no branco registrado e patenteado. E você, inestimável amiga e discípula, não troca alhos por bugalhos, não se envereda pela vulgaridade, não é a sua vereda, os alhos trazem em si o cheiro peculiar e os seus benefícios alimentares da estética, da beleza, a Arte, coisas que a vulgaridade jamais será capaz de criar, não existe nem no imaginário. Isto, efetivamente, concebe invejas, despeitos, mal estares, discriminações, preconceitos, além do mais a algazarra ridícula das análises e interpretações sem qualquer senso, apenas para denegrir. A sua Arte é a sua Vida, cumpre-lhe tecê-la com suas experiências e vivências, dores e sofrimentos, identificando-se, dizendo o que a sua Existência traz-lhe de seiva para a busca do Existir, a sua existência por inteira. Há-de ser escritor mesmo para estabelecer estas condutas e posturas com a vida e o mundo, não é fácil isto, se na sua caminhada o escritor olha para trás visualiza um deserto a perder de vista, ninguém ao seu lado, senão alguns amigos que também cuidam do mesmo. A responsabilidade e o compromisso separam com louvor no métier dos artistas e intelectuais, dos sonhadores. A responsabilidade e o compromisso com as idéias, o que habita em seu coração, alma, espírito, o desejo e a vontade de orientar o mundo, transformar-lhe, isto são a responsabilidade e a liberdade de pensar o mundo e o pensamento. Não estando neste nível, o interesse é a fama, o poder, isto é a vulgaridade, estes são paparicados pelas editoras pois que é o vulgar que dá lucro, dá os orgulhos da celebridade.

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Este poema de sua autoria, inestimável amiga e díscípula, Ana Júlia Machado, é o auto-retrato de sua personalidade, caráter, de sua posição diante do métier das letras, por sua responsabilidade com o Pensamento e as Idéias, as discriminações e atitudes de não que lhe circundam. Isto é que é resposta bem dada: "Não há quem ou o que me cale. Sou eu..." Os grandes passaram pelas mesmas experiências, hoje são imortais e per siempre serão sementes para outros ideais e utopias da existência humana. Pode-se dizer: os vulgares vão, os responsáveis ficam. 

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Nestes versos " Optei por caminhar na via a entoar./Para infortúnios escorraçar.", creio que tenho que lhe agradecer, pois que sempre afirma que segue as trilhas de minha postura e condutas, serei sempre seu mestre: a minha caminhada é na via de entoar os sonhos, as utopias do Ser, e você entendeu isto com perfeição. Quem encontra amigo no métier da Literatura pode ter a certeza de que encontrou um tesouro, muitas amizades se tornaram eternas, muitas se desfizeram pelas circunstâncias e situações na História das Artes, das Ciências. Seremos sempre amigos, Aninha, e o que eu puder fazer para contribuir com a sua carreira farei com muito prazer e amor. Aqui no Rio de Janeiro dizemos: "Tamo juntos". Continue os seus passos, não se esqueça: os vulgares vão/os responsáveis ficam.

Beijos nossos a você, à nossa amada netinha Aninha Ricardo, à nossa família.

Manoel Ferreira Neto

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ADVERSIDADES AFUGENTAR

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Presentemente, esbanjei a sensatez

Ambiciono com urgência sair

desta multidão hipócrita,

Não necessito dela de modo algum

Optei por caminhar na via a entoar.

Para infortúnios escorraçar

Sei que sou satirizada, mas não interessa-me a reprovação

E do que os outros cogitam de mim,

Creio que muito Ser permanece

Com avidez de enxergar-me assim.

Entoar é saudável para a alma

Quem entoa atenua a angústia,

Hoje, é deste jeito que diminuo

As mágoas da existência

Ana Júlia Machado



#RIO DE JANEIRO(RJ), 09 DE SETEMBRO DE 2020, 08:06 a.m.#

 

 


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