#RUAS DA NOITE E DOS EQUÍVOCOS🏹# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA


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Há um túmulo sem cruz, sem flores,
porto sombrio, rastro sobre o mar...
Há uma porta aberta para a claridade e para a escuridão,
e um aroma, que conheço,
sobre leito abandonado, desolado,
perfumando o lençol, a coberta, o cobertor,
transpondo as venezianas semi-abertas...
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Epopéia dos jogos da mente...
Ainda quando peregrinava sozinho,
perscrutando os olhares duvidosos, inquiridores, incompreensíveis, ininteligíveis,
olhares de escárnio:
"de que tinha fome a minha alma,
nas ruas da noite e dos equívocos?",
sem direções, rumos, veredas,
sem destinos,
E quando andava nos dormentes
da linha de trem de ferro,
equilibrava-me no trilho, a quem imaginava encontrar,
o que intencionava fundamentalmente atingir, alcançar?
Era um ser bisonho que desejava partir,
desde que pudesse ver a luz do fogo?
Era voar para dentro de mim, até que...
Chegaria o instante da última viagem,
sem volta, sem retorno.
Cansaram-me as peregrinações.
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Plen-itudes estéticas do sublime versando na luz o brilho linear de pers estrelares pectivando o além de estilísticas!
É hora de os homens admitirem que nada neste mundo faz sentido. Só tolos e charlatães pensam que sabem e compreendem tudo. Quanto mais estúpidos são, mais amplos supõem ser seus horizontes. E se um alguém resolve declarar que não entende nada do que vê, isto por si só constitui uma considerável clareza na esfera do pensamento e um grande passo à frente.
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Exultando salmos da liberdade laminada de ideais,
sonhos e esperanças do vir-a-ser de horizontes sagrados,
theos e nous do espírito
vers-ificam sonéticas semiologias enveladas
nos fios tênues e frágeis de metafísicas
do além tempo
sonorizado de silêncios ritmados e melodiados
com as notas inter-ditas
de metáforas sin-estésicas com as ilíadas oníricas
da verdade da fé e do símbolo sagrado,
da mentira dos pecados capitais e do signo pagão,
das inverdades da alma e o espírito
sob a luz do pensamento e o mundo,
artes, religiões, gaias ciências,
Ascese das travessias do ser-tao de sublim-itudes
ao tao-ser divino sin-cronizado
com os verbos do sonho plen-ificar o espírito do ser.
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Ex-tases trans-cendentais da sensibilidade verbalizam númenes lunares sob as égides semânticas de sonhos templares - qualquer coisa des-conhecida há a meu redor, olhando-me pensativa, seria que temesse dizer a verdade, é o gênio maligno?, olham-me os linces da resposta não ser temer ou ter medo de dizê-la, mas dizê-la singular e serena; interstícios subjetivos de sentimentos trans-versais versejando teogonias de in-fin-itivos in-finitos de ventos uni-versais da verdade una que versam compostos da poesia mística e mítica da etern-idade, para além do bem e do mal, prelúdio edênico de silvestres veredas, sibilando no espírito de verbos espirituais, a vida do SER-DE PUREZA.
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Ex-tases con-tingenciais
das idéias e pensamentos
proseando abismos da alma
sob a luz do
FOGO DAS PAIXÕES E DELÍRIOS NA SOLIDÃO...
#RIO DE JANEIRO, 26 DE ABRIL DE 2020, 07:39 a.m.#

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