#ONDE VERBALIZA A DISTÂNCIA# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA



onde a raiz dos desejos e volos do eterno
em cujas ad-jacências e bordas o sentido
profundo da verdade se re-vela,
a-nunciam-se outras esperanças do belo?,
***
onde o tempo que é tempo de semânticas
e linguísticas dos verbos do amor e entrega
em cujas dimensões sensíveis e trans-cendentes
mora o espírito do perpétuo?
***
onde as origens que são testemunhas da aparição
e metáforas de instantes-já das alegrias e tristezas
sob olhar da serpente recusaria contradizer
ventos das ilusões, estrangeiras utopias,
reconhecer imagens pretéritas,
presente e forte a consciência das sendas vividas?
***
onde querer ser pessimista do desespero; jamais querer ser otimista que ignora o mistério da morte para o indivíduo e para o mundo? Percurso e decurso inviáveis para o pensamento e o mundo, a adesão de ambos. Se alguém quiser chamar esse outro ponto de vista de realismo, tudo bem.
***
Onde?... Onde?... Onde?
Sob o solo onde a semente "palavra"
germina o ad-vir, o há-de ser.
***
Onde o onde verbaliza a distância,
oração subordinada adverbial... mistério,
quiçá nas bordas do in-fin-itivo in-finito...
***
Onde o longínquo a saciar a fome e sede da verdade,
Alhures aos conceitos de suas características,
Algures às definições de sua natureza e estrutura...
***
Inter-dita nas metafísicas do arco-íris no crepúsculo,
Sombrios os pensamentos, nauseabundas as idéias,
Perquiridos instantes, reflexivos átimos de segundos,
Uma língua nova, dar à nova interioridade...
*** .
.. Corpo novo, um som novo,
Elevar a língua para que ela possa fazer ressoar
Outra vez um sentimento, elevada
Paixão por elevadas máximas e ideais.


#RIO DE JANEIRO,M 28 DE ABRIL DE 2020, 07:07 a.m.#

Comentários