#HUMANIDADES A CORES DESBOTADAS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA



Vazio branco de linhas curvilíneas
Por onde observar as nuances
De contradicções e nonsenses aderindo-se,
Falsas idéias e mesquinhas personalidades
Germinando ideais escusos e hipócritas
Imagem real e verídica do mundo,
Concebendo solidariedades, compaixões mentirosas,
Gerando moléstias psíquicas inestimáveis,
Sofrimentos e dores, desgraças e fracassos
Da humanidade são sementes, germens
De alegrias do poder, do sucesso, da fama,
Que instante mais divino e supremo, hein!
A vida cospe, escarra, vomita na face de "salauds",
Abraça quem a reconhece, considera solene,
Abraça os sonhos, esperanças, ideais, fé, utopias,
Oscula desejos, vontades, liberdade,
A consciência do Ser e do Tempo,
Oferece frutos deliciosos aos que a enleva e glorifica.
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Nada purpúreo de páginas efêmeras
Silêncio a cores desbotadas a desenharem símbolos, signos,
O mundo é quiça, se não for apesar
De acasos a re-verterem lembranças à deriva,
O mundo não tem sentido, se não for embora
Timbres de indizíveis figurações,
Não saber que tangem os sinos no domus das igrejinhas
É como se o som não houvesse nascido,
Nascesse de esquecidos tempos
Perdidos das memórias...
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A existência é "quem sabe?" as impurezas
Das sombras cinéreas da luz crepuscular,
Embora as respostas venham frias,
Venham tarde, ausentes e abstratas,
Apesar de a alma ir pairando no orvalho
Noctívago, esquecendo ad-vérbios que entre vírgulas
São lições esquivas,
A existência é "fazer o quê?", o verbo lácio da flor
São letras inscritas na lápide,
Embora não apaguem com as chuvas,
Apesar de a mensagem ser esquecida,
Mesmo o sol incidindo nelas...
Tudo isso é falso, tudo isso é mentira,
Embora tudo aspire dizer
Apesar de pensar que metafísica melhor
Sonhe verter a esperança o tédio invade...
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Vazio cinéreo de pós a flanarem livres no vento
Nada fora de todas as lógicas concebidas, esquecidas,
Solidão de chocalhos a tremelicar as ausências
Sempiternas, de inexistências almáticas do sublime.
#RIO DE JANEIRO, 10 DE ABRIL DE 2020, 11:10 a.m.#

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