#VAZIO DO NADA - ESTÉTICA REVERSA DA SOLIDÃO DO EU# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: FILOSOFIA



EPÍGRAFE:


Tempo, vazio, nada, solidão: Tudo encaminha ao autoconhecimento, projecto do Saber, Sabedoria, levando-nos ao desprendimento das coisas materiais, fazendo-nos ver que a única certeza da existência é a da alma.(Manoel Ferreira Neto)


A poesia é re-velação sensível, a-nunciação do espírito, é a subjetividade, o "eu poético", cuja linguagem e estilo são imagens metáforicas, semânticas, linguísticas, entes do trans-cendente, verbo do con-ting-ente, pura sensibilidade.


Seria que pudesse o "nada", após o efêmero das quimeras, ilusões, fantasias, sorrelfas da estética, da beleza esvaecerem-se nele, o "eu poético" nadificado, encontrando no vir-a-ser alguma pers de esperança do verbo poiético, entregando-se e superando-se da ausência da eidética sine qua non da sensibilidade?


Tomando em consideraçao que, esvaecido o efêmero no nada, resta o In-finito, em princípio mero idílio no horizonte distante, longínquo, luz ínfima de pectivas para outros sonhos e esperanças, nele habitando o verbo da éresis do "eu poético", a sensibilidade para o desejo do verso-uno da beleza estética, o in-fin-itivo da iríada do "espaço poético do eu", em cujo eidos habita a inspiração do volo das sublim-itudes do espírito, re-pres-"ent"-ado pela imagística semântica do divino, linguística da travessia do silêncio à solidão do ser, metafórica da ponte partida dos mistérios e enigmas, lapsos do "ser poético" perdido ao longo do tempo nas dialéticas e contradições do ser e não-ser, do ser-com os inauditos do verbo, que se tecem de rituais eidéticos do sublime, para a continuidade do In-finito de "persianas" abertas à luz do perpétuo, desejando o raio numinoso da vida na anti-poiética poiésis dos versos e estrofes que sin-estesiam as querências, desejâncias da uni-versalidade poemática do belo, suprassumida através, por inter-médio do nonsense da semântica da pá que lavra o significante.


Baile platônico do sensível sonhando, idealizando o espírito estético do verbo regente das nad-itudes da imperfeição perfeita, versos e estrofes carregados de vernáculos eruditos ritmados de sons, melodias e acordes, do que trans-cende o In-finito, mas nonsense do uno-verso da verdade da "estesia" que origina, dá luz ao prazer no baldio da alma, preenchendo-a de "éritos" do tempo, do absoluto poético, metafísica de forma e conteúdo, perfeição imperfeita de cujos úteros do tempo e do ser nascem a fé con-ting-ente no Espírito do Verbo, no Verbo do Espírito, sin-cronia, sin-tonia, harmonia de excelência, por excelência para a verdade do Espírito Poético do "Eu Poiético".


Nada de baldio entre os éritos e o vir-a-ser, há-de ser, porvir do nada que posterga os finitos do ser em nome do ente que se prolonga nos campos líricos para a eidética poiética da poiésis do pleno que con-templa a plen-itude do nada-efêmero.


Estou no cinema vendo um filme de Charles Chaplin, que ando na rua de cabeça baixa, olhos baixos, para que ninguém desconfie, ninguém perceba que a noite, a madrugada inteiras estive trocando dedos de prosa com o Nada, o Vazio, ouvindo música, nalguns instantes lágrimas ameaçando deslizarem na face, e de repente ouço a voz de uma viola, e lá vou eu cantando o nada, o vazio...


O nada é a esperança, é o sonho virgem da Arte, dimensão do In-finito, a dimensão pura e prática da verdade, verbo completo de modos para serem conjugados na iríasis do espaço poético às iríadas do uni-verso metafórico, semântico, linguístico, para a visão-[do]-numinous do verbo, luminosidade da Imagem esplendida ao ilimite do tempo, ao eidos do ser-para a vida da sensibilidade, para a Inspiração, piração do inner em nome do "nous" do ser.


#RIODEJANEIRO#, 15 DE OUTUBRO DE 2018)

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