LÁ FORA, MUITO FRIO PARA ANJOS VOAREM# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: ORAÇÃO PROSAICA-POÉTICA



EPÍGRAFE:


A ek-sistência é uma dádiva!(Manoel Ferreira Neto)


Seren-itude de papéis...
Folhas brancas de palavras,
palavras semânticas,
eivadas de in-fin-itivos,
palavras linguísticas,
alimentadas de buscas
e questionamentos da verdade do ser.
Páginas são a vida, a significação, o sentido
Nelas vivem as palavras eternamente
(Nada no mundo é eterno?
Palavras são eternas, símbolos
Da vida humana na terra, no mundo,
Metafísica dos desejos, vontades,
Sentido, esperanças, sonhos)
Nascem consciência, utopias, liberdade
De sendas, a verdade.
Da verdade, sendas
Outras que vão sendo tapetadas
Com as perquirições do ser e nada, as utopias,
Fé,
Conquistas, realizações, prazeres, felicidade,
Ao longo da jornada do ex-sistir,
Expectativa do Ser,
Sabendo entender e compreender as contradições,
Dialéticas, nonsenses,
Ziguezague de situações e circunstâncias,
Vai-e-vem de dores, sofrimentos,
Atitudes e consequências
São o sêmen da seren-itude da alma...


Oh sábio do eterno, tudo o que se possa averiguar, tudo o que se possa in-vestigar, e o que deve permanecer sob mistério, sendo o mistério a luz que haverá de sempre despertar o mergulho nos sonhos e utopias, sob os enigmas envelados de rituais e lendas, sob o in-cognoscível do efêmero e ab-soluto, os signos do céu e os da terra. O nada ser a inspiração de que liberdade é que concebe, gera a questão destino, é o progenitor do ser.


Vívida linear-idade geo-metriza a noite, sin-tax-iza insônia e sono, quando os minutos e segundos regenciam sentimentos de angústia e vontades das luzes do dia, cristal-iza a passagem de seu tempo que germina, gera outras pers-pectivas da aurora, concebe outras luzes no crepúsculo, da continuidade do dia, pectivas do crepúsculo, diante das situações e circunstâncias de todas as contingências, árduas labutas, cansaços e problemas, ao entardecer, grávidas de sorrelfas e in-verdades, de idílios e fantasias, de quimeras, sonhos do verbo “PERPETUAR”, utopias de realizações e prazeres, desejos do pleno e sublime, da Verdade e da Vida, concebe outras imagens, por vezes nítidas do in-finito das querências nas ad-jacências dos limites e trans-cendências dos contingentes liames entre o lícito e o ilícito, a verdade e suas in-verdades de percepção e análise, das utopias que habitam o espírito, por vezes en-veladas do uni-verso de equívocos, clar-itude de silêncios, nas linhas ilimitadas de nenhures e arribas, na vers-ificação espontânea e livre de outros amanhãs, de outras veredas.


Páginas de orvalho...
Lágrimas que ameaçam escorrer
Na face, pujantes e quentes,
Ah, sábio do eterno
Não imaginas o quanto dói intimamente
A morte,
Não ser eterno o corpo é sábio
Não suportaria...
Existir é uma dádiva,
Embora as contingências, sofrimentos dores,
Incertezas, dúvidas, mistérios, enigmas,
A questão é ter consciência de que a dádiva
Só será alcançada na sua plenitude,
Através da consciência do nada, a responsabilidade
Em criar o destino, buscar o Ser....
Linhas de neblina...
Garatujar letras para metaforizar o "ser", sin-estesiar os interstícios da alma, sem sentido, sem significação, melhor o silêncio, con-templar o inaudito, nada a dizer, nada a expressar, olhar perdido na frincha do horizonte.
Margens esquerdas de neve
Margens direitas de garoa...
Terceira margem de ondas marítimas
Espalhando-se na praia,
A sua visão com os linces do olhar
São húmus, sêmens, sementes
Da compreensão e entendimento
As águas são alimentos dos sonhos...
Folhas de góticos vernáculos...


Escrever poemas até nas asas do vento, prescrever filosofias até no éter, no etéreo efêmero das con-ting-ências.


Grito antigo é altissonar a voz da solidão,
fluí-la livremente,
re-velar a verdade de solidar o verbo,
florá-la na floração da eterna
linguística da palavra "entrega",
Da efêmera
Metalinguística das regências verbais
Da Verdade,
Da obtusa In-verdade da Verdade
Metafísicas das conjugações
Do Verbo
Ser.


Vão desejo, inútil vontade de entender os tempos infinitivos, indicativos, subjuntivos, gerundiais, imperativos da a-nunciação do egrégio genesis do absoluto, da paisagem campesina da divina esperança da estesia, panorama desértico do chapadão, da visão marítima da eterna liberdade de criar outro destino, paisagem bosqueana da ilha.


Manusear a palavra, re-versá-la de semânticas e linguísticas do desejo, semiologias do sonho, com ela levar-nos por todos os universos, é justo considerar íntegra a palavra que semeia os grãos do verbo e do in-fin-itivo que são dádivas para o encontro e a vivência do ser.


Oh sábio do eterno,
uma lâmpada acesa atrás
da janela do templo
vigia no coração secreto da noite
a estrela prisioneira vista
no gelo do instante.
Dizei-me uma palavra ao sabor das in-versões entre o devaneio e a realidade, entre o desvario e o real. A casa distante e sua luz que ambos con-templamos é para mim, diante de mim, a casa que olha para fora - bem a seu modo, estilo e linguagem!, com um irrepreensível pormenor, os raios in-fin-itivos das constelações atrás da lua nova. Poesia da casa na noite.


Dizei-me o espírito do alvorecer na manhã do ser e da verdade.


Lá fora, muito frio para anjos voarem!...


#RIODEJANEIRO#, 09 DE OUTUBRO DE 2018)

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