#PRIMEVAS INSPIRAÇÕES E INTUIÇÕES...# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA FILOSÓFICA



Epígrafe:

@Da obra-prima, primevas inspirações e intuições fecundam e febundam as utopias da estética do espírito, há-de vir a alma de comer o eterno sonho do verbo estético com a voracidade de eu para mim, sobrevivente a mim-mesmo roubado na algibeira do que me cega e ilumina a visão-{de}...@(Manoel Ferreira Neto)   

O caçador, o pescador sabem onde tem de armar as suas redes para apanhar o cervo, o peixe; conhecem os vales onde grunhe o javali; o passarinheiro conhece o arvoredo; o pescador, com seu anzol, conhece as águas piscosas. O primeiro sabe as condições do bosque, da floresta para a conquista de sua presa ao longo e extensão da terra, o segundo intui e sente as águas de suas perquirições para o peixe que sacia a fome das profundezas, maresias do sublime.

Portanto, tu que andas à busca do objeto que prenda longamente teu amor, este amor supere e suprassuma os amores con-ting-entes, eivados de justificativas e explicações, também deves saber antes onde poderás encontrar grande número de quem o con-temple in-finitivo, verbo de criações e entregas, de quem o patenteia con-ting-ente de regências e gerências de conquistas e outros sonhos que ad-vieram dos ideais, que ad-virão da consciência-estética-ética. Tua busca não há de levar-te pelo mar,
Afora as montanhas, ilhas, bosques,
A fora os ideais, utopias, quimeras,
Nem por longo tempo,
Oferecem todos os tipos de beleza que o mundo gerou.
Estivera já num mundo cheio de mentiras, nada estou procurando nos olhos de ninguém. Seria bastardo, fizesse-o; não o sendo, a escolha radical de buscar a luz com os linces de olhos mais que particulares, congêneres às peculiaridades.

Efêmeros sentimentos trans-elevam desejos do além, no infinito raios de sol brilham nítidos e nulos. De solertes emoções fluem miríades de luz, nos becos profecias concebidas às cavalitas da solidão, nas ruas algazarras e bufonarias à mercê das línguas e dialetos, gírias e expressões periféricas, reggae, funk de linguagem esdrúxula, verborréia agressiva e imoral, falácia ideológica e arbitrária, nos devaneios noturnos, casas, baiucas, bistrôs, cabarés, bordéis, zonas meretrícias, casebres noturnos à luz de velas, lampiões, as quotidianidades das sinas, sagas, destino, nos salões as etiquetas e diplomacias, as nobrezas que ideologias, farsas, falsidades, corrupções edificam, "salauds" artificiando poderes escusos e obtusos.   
 
Surpresa. O tempo cobre com sudário verdades fugazes à do eterno instante-limite do ser. Amor, verbo do sonho. Dia outro será o ontem de amanhã. Trans-elevam espectros no entardecer pálido e sombrio, agonias, lembranças, re-cord-ações, memórias, pret-érito de sonhos, carência, até mesmo os solip-sismos e ip-seidades, in-imaginável isto que seja, a hora está chegando. Ontem outro será o amanhã de hoje. Pret-éritos pret-erizando pret-erizadas vontades in-auditas, aqui-e-agora de outros horizontes nominais, pró-nominais, pré-nominais,  uni-versos ads con-templados são a retina apocalíptica re-vestida de essências e nonadas, aquém o livre-arbítrio pros-crito de heresias, libertas quae tardia non sum, ases do sentido metafórico do eterno que embevece o éter que exala seu odor ao longo de nuvens celestes brancas, des-lizando no espaço poético, ritm-ando ger-úndios de sons clássicos, in-versas a-gonias res-plandecendo a-nunci-ações in-auditas do eterno-ser do espírito, alhures, algures pres-critos de epi-táfios, subs-critos de epí-grafes, que pre-nunciam o alvorecer in-terdito de imagens lúdicas, trans-lúcidas. Pareço estar a mover-me, mas estou ainda parado.

Sete horizontes pro-nominais elevam espectros
No entardecer pálido e sombrio,
Agonias, lembranças, record-ações, memórias ,
Pretéritos sonhos, carências, a-nunciações inauditas
Do eterno ser do espírito,
Sete águas do espírito, quanto mais se toma,
Maior é a sede,
Sede de gerúndios de sons eruditos
Melodiando a lírica das ausências, faltas,
Sede de linguísticas de versus clássicos
Às semiologias e metafísicas do verbo e sujeito,
Às metalinguísticas do vento e nada
Embevecendo de carências, memórias pretéritos das presenças
Avessiadas as agonias re-vérberas, re-criados tremores e temores,
Atra-vessadas as pectativas da ec-sistência,
Se rios tivessem prazeres e gozos ao luar,
Os rios seriam homens insanos, desvairados,
Desmiolados, ensandecidos,
Doentes, numa única palavra.

Enquanto  a  Fênix  do  louco  “Profeta”  está  na  dimensão  de  uma embriaguez  da  imaginação, êxtase e gozo das falácias do verbo, verborréias das palavras e letras, letretas-palavroréias a  Fênix  do  pobre  de  espírito  é  uma realidade imediata, quase intangível...

Sete pretéritos de sonhos prescritos de epitáfios,
Perscritos, de inauditas sorrelfas e vazios
Do eterno-ser metafórico do eterno
Que embevece o etéreo que sopra
De resquícios de neblinas
Deixados pelos questionamentos,
O que é bem na crença e o que é bem, verso-único
Largados pelas perquirições e elucubrações,
O que melhor seria para compreender o inter-dito
Visível à luz de silêncios e vozes que nele habita 
Sete futuros do pretérito a denegrirem sui generis:
Espírito das maledicências e idoneidade de venenos
Que fluem palavras e olhares obtusos e perspicazes,
Levados pelos ventos e vazios à luz da sensibilidade
E intuição do aqui-e-agora, instante-limite da liberdade,
Sei que entendo e compreendo a existência por dentro
Da dialética do vazio, do nada que lhe pós-cede,
Uma utopia.
Da contradição do abismo e de sua superfície,
É preciso descer para o subir ao encontro da luz,
É preciso subir para a sabedoria do que é isto descer...   

Intransmissível Um-Verso de eloquências de devaneios, entrançando de imagos, ópticas, lobos do "rosto-ser", sensibilidades sôfregas, pejadas ornando de ânsias, imaginações, expectativas coligações do "eu"/"tu", "nós" de pesquisas do outro mundo. A feitiçaria do contacto, blandícia, a magnificência do enlevo, a deleitação do tempo nas alas das expugnações, execuções, alvoroços paliando de existência a área de recompondo de posturas, momices, procedimentos, proferindo o espírito na palavra da concupiscência, consciências em sinopse experimentada, vivida, um-poema de termos que patenteiam exactidões do ser-nós, verso-uno da criatividade da caridade que reside na alma de natureza do excelso em noitadas de lua, e resplandeceria de astro o ser-verbo-do-pleno, "adorar a querença" - idolatram-se encanastrados, em sinopse do irrepreensível e do inacabado no superior exemplar esplendoroso ao futuro do tempo que pressagia o alvorejar da insubstancialidade.

O  verbo  fica
Agitado, excitado, alucinado,
Quando  duas  palavras, 
Duas  grandes  palavras,  se  chocam,
Contradizem-se, ad-versificam-se,
Contrariam-se.
A palavra  então  é  descondicionada. 
Ela  é  libertada  de  seu  hábito  de
Rematar   frases  
Sem   desfrutar   bem  
Os   seus   impulsos   para   falar...

Sete posturas, momices, mesmices,
Nas alas das expugnações,
O ser libertador,
O indivíduo porfiam no que andará pelo Espaço,
No seu rumo, fulgura e exorciza
De justificação, ocorrida e não redigida,
Feito do fortuitamente entre o inacabado frutífero
Pois tudo que cunha e que des-abrocha
É embrião em prenhez de índole ou Númen
Vida noturna de Fase e xis que recresce,
Personificação do imo alheio e empobrecido...

Eu-caçador de mim enbrenho-me num bosque. Perturbo-me, surpreendo-me de ver os pés se trocando livremente ao longo do ziguezague dos passos entre as árvores a sentir o silvo do vento, a intuir as vozes dos subterrâneos do espírito, e todo o horizonte do mar, as águas e as nuvens se confundindo, visto à distância, sarapalho-me através dos traços que faço com as idéias e pensamentos num papel imaginário branco, e nada digo, nada mostro senão os sons de silêncios que habitam todas as dimensões humanas, os silêncios são as claves das baladas da verdade e efêmero, efemer-idade da verdade, etern-idade da in-verdade sonhando a postura de efígie, mas sempre vencida, seria a sua sina, saga, a imortalidade dos desejos e vontades...?    

Incriada, dissimula nas tenebrosidades, a veracidade da possança e brilho ao sulco arado fecundante..., das efemeridades dos rituais, pomposos e/ou pagãos, latinas efígies ou gregas esfinges,  pernósticos ou bastardos, da consciência dessa sensação às luzes dos planetas às bordas da soleira dos in-finitivos verbais, dos particípios, no fundo de tudo, há uma noção dormida de muitas agitações na altura, a noite fecha-se, sossego, vontade tresloucada, desejo desvairado de haver estado a dormir, sonhando algo, o universo fosse um erro descabelado, o vento flutuando incerto, indeciso.

#RIODEJANEIRO#, 27 DE OUTUBRO DE 20180

Comentários