@ANA JÚLIA MACHADO ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA ANALISA E INTERPRETA A PEÇA DE PINTURA "#FRUTO DA TERRA#, DESENHO: Manoel Ferreira Neto/PINTURA: Graça Fontis




Nesta bela Obra descrevo de forma poética e elementar a vida no campo, a ligação e o relacionamento entre grupos de empregados, que mesmo em meio a pressões e brigas vivem em um encantamento harmonia, embora a obra não o demonstre. Avista-se uma criatura com um certo cansaço e seu trabalho realizado.


Poderei verbalizar que embora os rurais hajam hábitos particulares responsabilizáveis pela sua importante multiplicidade, estes não hão energia eliminadora da paridade mais vasta, qual seja, o habito de espécie campestre, responsável último pela deslocação das disparidades no assentamento, na demanda diária pela invenção ou reinvenção do jeito de vida camponês, pela expugnação da terra, enquanto habitação da existência.


Nesta unidade nacional todos se entendem, do contíguo mais vizinho ao mais longínquo se possui incessantemente um caso para enumerar e um sobrenome a patentear, sabem igualmente daqueles que ausentaram-se para outros estabelecimentos na procura por terra, são seus frutos, são frutos do vizinho, são sem-terra do abarracamento que a míngua apoiou a aniquilar.


Dizer que aqui e ali tem um ajustamento conta muito pouco desta história de mutualidade e de divergência, de dignidade e de paridade, de independência e de captura, desta percepção bota-de-elástico e fundamental que, na peleja pela (re)criação campesina, subsiste a tudo que recusa o não-camponês e que, por isso, coloca em tema a sociedade completa, Na borda das vias, no sindicato, labutando de sociedade ou como subordinado do feitor, o sem terra quer ser possuidor familiar e ter um naco de chão para ficar em cima, ele almeja se retratar como camponês, dentro da coerência que entende. Lógica interior que não carece do outro, do distinto, porque ela tem seus alicerces na irmandade de terra, na independência, na lida familiar, na liberdade. Ao seguir e ser seguido pelo legado da terra, ou seja, pelo hábito, o sucessor vai desatando área para que, enfim, um adquira usufruto do outro. Sua contenda, a princípio, não é pela modificação do capitalismo - a não ser como potencialidade - mas para a efectivação de seu modo de existência, modo de existência dúbio que será completamente vivenciado quando da expugnação da terra. Modo de existência no qual lugar de habitação e de lida, dentre outras coisas, serão parte indivisível de um ímpar ser social: o camponês. Por outro lado, o hábito particular lhe concede escolhas de luta completamente arroladas com sua história fora e dentro da terra; contudo, este habitat próprio e os planos de dignidade concebidas por ele não barram a faculdade de um sentido de espécie, ou melhor, de uma classe de hábitos a lhe conceder uma direção usual, um costume. Aconselhado de outro aspecto, a opção de desempenhar, estacionar ou labutar coletivamente, não pode ser encarada um divisor de lágrimas do campesinato, é somente a distinção abrangida no habitus se enunciando. Desse modo, estes escravizados não cedem de ter um sentido de classe rural com sua peculiaridade e especificidade porque uns amputaram a cerca e outros não. É, logo, uma identidade urdida ao lado de uma sucessão de outras disparidades. Desta forma, o estabelecimento vai sendo emprenhado a partir da sua adequação, que retrata a unidade edificada a partir da paridade de luta, das diferentes pelejas de seus agentes, uma unidade que visa auxiliar os de “dentro"
Cumpre recordar que, embora aprovemos que os camponeses não são socialmente desiguais, daí a observação ponderada numa praticável unidade da classe comparada pela campesina dade, pelo hábitos de espécie, a sua rotina contém a multiplicidade derivada basicamente das multíplices estratagemas de proliferação impetradas por essa classe como formato de subsistir ao açambarcamento da terra pelo capital, aditada do facto de que sua coerência de recriação é repleta de incoerências, situação que alude que a unidade unicamente pode subsistir se for executada na fronteira desta variedade.


Neste sentido, cabe ainda adir que os camponeses não brigam e nem compreendem a peleja. Sobre os enigmas de exegese a respeito do campesinato, E aqui com esta bela obra faríamos uma tese, bastava enunciar Marx a respeito dos camponeses. Para rematar e não sei se a análise é a mais correcta, mas a partir de uma obra desta é o que me apraz dizer…faz-me lembrar efetivamente a vida dura e não respeitada desta gente. Mães que para sobreviverem, mal acabam de parir já levam os seus filhos em cestos para o campo, para não faltar algo na mesa.


Ana Júlia Machado


Sem palavras, minha inestimável Companheira das Letras, Aninha Júlia, Ana Júlia Machado para tecer uma resposta a esta análise tão primorosa, genial, de excelência, deste DESENHO de minha autoria, PINTURA de minha Companheira das Artes, Graça Fontis.


Você sabe e conhece bem que o Desenho é um modo de espairecer a mente da Literatura, Filosofia, Poesia, um descanso. Não sou desenhista e nem intenciono sê-lo, embora me sinta eivado de uma felicidade e alegria ilimitadas por estar desenhando. Jamais pensei que um dia seguraria num lápis para desenhar. A pintura de Graça Fontis incentiva-me a seguir esta trilha do desenho - Desenho de origem intelectual. E com esta sua crítica, então, sinto-me ainda mais feliz e alegre, um incentivo, apoio enormes. Só tenho a dizer-lhe: "Gracias muchas, querida." Graça Fontis e você são a Luz desta caminhada plástica. Virão muitos outros Desenhos, pode ter a certeza disso.


Beijos nossos, querida!


Manoel Ferreira Neto
#RIODEJANEIRO#, 23 DE OUTUBRO DE 2018)

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