#NÓS - QUEM SOMOS VERSUS SOMOS QUEM DE NÓS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA POÉTICA E PSICANALÍTICA



Nós - quem somos?
Somos - quem nós?
Quem - nós somos?
Nós quem somos?
Somos quem de nós?


Laços de comunhão: emoções e sentimentos
Volitando o que trans-cende o toque, a carícia, o afago,
Elevando-nos ao verso-uno dos tempos, as origens
Do "eu" e "tu", cáritas da entrega, da doação,
Do "vós" recíproco de encontro de ideais e sonhos
Vales lonquínquos de veredas e sendas da inspiração,
Da intuição aquelas regências e con-cordâncias
Dos verbos defectivos e sujeitos com-postos
De sons e silêncios das letras, de vozes e algazarras
Das palavras, das imagens que deslizam no ar e no
Tempo de visões do que habita a sin-cronia das cores
Bosques distantes de trilhas,
Estradas de mata-burros, cancelas, porteiras,
Do "eu" e "tu", versos reversos de poesia e pintura,
Do "nós" e "voz", troca de amenidades.
A diplomacia empreende a viagem do desprezo,
Prosas avessas às in-versões do estilo e linguagem,
Re-vezes da imagem,
Vis-à-vis desejos da beleza do belo, o verbo amor
Sonhando o "travesseiro de pluma" de outros afagos,
Inda mais plenos de entrega, doação, vice-versa,
A con-templação livre da sereia, refestelando-se na doca
Madrugada, a neblina sarapalha flocos na extensão do mar,
Iriasis velando as ondas a caminho da praia desértica,
Re-velação pura da alma, ad-vinda dos baldios interstícios
A-nunciação leve das paisagens do in-finito,
Dos vagos Âmagos,
Pre-núncio do panorama
Das colinhas e serras,
Nós - assinados os nomes nas estrelas - perscrutamos
As cons-telações, paisagens, versos e estrofes bailando
Ao som do silêncio os vernáculos estilos e linguagem,
Às imagens de além,
Croquis de sensações, percepções, intuições,
Outras mãos, entrelaçadas, produzindo alvoreceres,
Amanheceres de ósculos, abraços, à furtiva nos
Instantes de criação,
Nós, ad-versos nas ad-versidades das artes
Nós, verso-uno de esperanças, utopias da beleza do amor,
Jogos da mente,
Iriasis dos entrelaçamentos, iriasis de aderências,
Comunhões, koinonias,
Pés e mãos que sonam entrelaçados, andando e criando,
Olhos e coração que ressonam, percrutando e sentindo,
Alamedas de toques, carícias, afagos, entrega,
Cor-respon-dentes as luzes de inspirações a iluminarem,
Usei de preocupar-me com o som dos sentidos e ideias,
Aspirações a desenharem nas folhas signos, símbolos,
Imagísticas do pleno, das plen-itudes, sublim-itudes,
Os tempos têm mudado bastante...


Nós, olhos nos olhos letras e imagens se re-velando,
Sentimentos, doações, aquela fissura das águas do oceano,
A banharem-nos os pés na caminhada, corrida em direções
Contrárias, o encontro, ósculos, abraços, abraçados
Con-templando as águas, o oceano, o que podemos
Visualizar no longínquo
Sonhadores eternos do sublime, corações pulsando,
Esperanças esvoaçam livres na orla do mar
Velhinhos, mãos dadas, tantas lembranças, tantas re-cordações,
Tantos aplausos, tantas palavras de carinho recebidas,
Nos bancos de mármores, na extensão do calçadão,
À beira-mar degustando o sabor de Brahma,
Do peixe frito, do frango a passarinho, carne seca e aipim,
E continuamos nossas andanças, sempre em frente,
Somos o condor, águia atravessando céus e universo,
Lado a lado, e por vezes para brincar deixamos nossas
Asas inertes, lado a lado,
Nòs, "tu" e "eu",
Perscrutando-nos,
Con-templando-nos, buscando-nos inda mais os terrenos
Baldios de nossa alma, preenchendo-lhes de presença,
Velhinhos, sentados no banco de mármore no calçadão,
Lembrando-nos de termos regado com água límpida
As árvores ao longo de nossos caminhos,
A terra e o mundo de nossos mais doces sonhos,
Quimeras,
Sorrelfas,
Fantasias,
Imaginações fertéis,
E plantamos as sementes que fomos re-colhendo e a-colhendo,
"Veja lá, amor,
Duas ondas rolando lado a lado...


Cuidado, benzinho,
A poça dágua..."


Sou:
I-ntimas chamas de desejos, volúpias, ex-tases
R-essonâncias de sons das ondas tocando a superfície das docas,
I-nerentes à alma de lâmina de águas sopradas pelos ventos,
A-lém das rolas, as maresias sentidas e cheiradas, aromas de amanhã,
S-inestesias do espírito, das sensações emotivas, afetivas,
I-nner,
S-in-tagmas das alegrias, tristezas, glórias, in-genuidades, in-ocências, genuidades versus ocências, inda chegará o dia em que sensações e sensibilidades não-reconhecidas
vozerirão os sons das regências do verbo de ser,
A solidão e os vazios do silêncio
Criando e inventadas outras baladas
Cujos temas e temáticas são o sujeito e o verbo de auscultar
As oito badaladas do sino à Hora do Angelus,
Seis horas das tarde.


Deusa da síntese das águas e do silêncio, sem filosofias, sem verdades, deslizando nas ondas da liberdade a lírica da balada das águas em direção à praia, homens, pássaros, condores, águias alimentando-se do que deixam na extensão da orla dos corações e dos sensíveis sentimentos que esvoaçam na maresia das ruas, avenidas, alamedas, becos...


Seguimos, velhinhos, de mãos dadas,
De volta ao quintal de nossa residência
Onde colhemos abóboras, pitangas, mangas, maçâs..
Boldo, limão
Às nossas madrugadas de fantasias, poesias,
As baladas das letras e das imagens
No baile das utopias do mar que florará na floração
Do jamais deixará de ser outras pós a ponte
Quebrada. rachada ou não, nas ondas de águas que
Sarapalharão as areias de outros sentidos.


#RIODEJANEIRO#, 27 DE OUTUBRO DE 2018)

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