SONIA GONÇALVES ESCRITORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA O POEMA #PROFUNDEZAS AOS CORISCOS DO SOL#



 
Obra perfeita, Manu. Integração completa entre a melodia e a poesia universal. Figuras linguísticas transcendentes, inspiração sublime do escritor poeta com o mundo das palavras expressivas. Impressão pelo lado interno da alma estendendo ao exterior mundano, demonstrando de modo bem sutil o que pensa sobre o amor, as aproximações, as suas aspirações plurais sempre usando o sentido uno. Realmente um texto riquíssimo com pormenores oníricos e psicossomáticos. Aplausos muitos pra ti e para a pintura que casou tão perfeitamente com o lindo texto!Parabéns Manoel Ferreira Neto estendido à Graça Fontis...Bjão para os dois queridos.


Sonia Gonçalves


Me não recorda quem de vocês minhas críticas referiu-se à música, a música encaixar-se no poema, vice-versa, a sincronia, sintonia, harmonia entre as palavras e os sons. Se faço um retrocesso, não consigo lembrar-me de um só escrito fora escrito sem a música, a companheira, sem a música habitando nas palavras, nos verbos, não há a mínima possibilidade de poesia, a música é a estética das regências e das buscas, a inspiração sublime. O que habita mui profundo sendo a-nunciado na musicalidade das palavras e seus sentidos inauditos, interditos, o templo do silêncio. Você já deve ter observado as músicas que hoje fazem parte de meu quotidiano, inspirando-me sobretudo para outros horizontes do espírito e da alma.


O que sinto e penso sobre a música: o húmus, a semente, o grão que fecunda o som dos sentimentos, o que me permite febundar as criações e criatividade de metáforas do sublime e metafísica das contingências.


Aquela sempre gratidão pela amizade e reconhecimento de nossa obra!, Soninha Son. Beijos nossos!


Manoel Ferreira Neto


PROFUNDEZAS AOS CORISCOS DO SOL#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: POEMA


Deve ir atrás do sol, inclusive na sombra. Qual é o melhor caminho para subir a montanha, só mesmo subindo os caminhos se patenteiam. Não sei quem sou, giro e rolo em volta de mim mesmo, sem parar, não gosto, nem aprecio o próximo tão perto de mim, preciso vencer, correr atrás do sol, é o que vale, o que tem consistência e percuciência, longe demais já está o amigo mais próximo. A estrela Sirius acena: o que falta? Das indagações, não-respostas, viés de respostas, medos, faltas, do suor do rosto bebericar o vinho na taça, a dose como manda a etiqueta dos bons figurinos, saboreando-lhe, degustando-lhe. Vim muito cedo, vim muito tarde. Excesso de luz persegue a escuridão, as árvores são valiosas por causa das sombras. O pé também quer escrever, firme, determinado, arguto, corajoso, passa ora pelos campos, pelas orlas do mar, pelos vales, ora pelas linhas do papel, passos mui comedidos, não querem expor as poeiras ao léu dos ventos.


Deve ser a música o húmus, a semente,
o grão
que fecunda o som dos sentimentos
e das emoções, o ritmo das utopias e felicidades,
a melodia dos desejos e vontades da liberdade de ser,
de ser a liberdade de querenças e desejanças outras
que continuam a fecundar
o peito de amores e resplendores,
palavras de poeta? Não,
palavras de quem isto sente.
E quem re-presenta na imagem, na pintura
os sons da música
do espírito e da espiritualidade
deve ser não a musa que inspira
mas a inspiração
que é musa
a "Majestade do Som e Pintura"


Devem ser ainda a luminosidade, a luminância, a numinância a abrilhantar as lágrimas, a refulgir suas pingas, largar-lhes ao aspecto dos simulacros clandestinos, suas ópticas visionárias pelas casualidades do brilhante e do prestidigitador, seus cantos trans-lúcidos, trans-numinosos de colorações e riscos di-versos de sentir e misticismo,de vislumbrar e miticismo, atirar-lhes a cilada, acarretando-lhes suas profundezas aos coriscos do sol, a claridade da lua e das estrelas, sob a claridade das locuções, é quimera, é fantasmagoria secular e milenar, sê-lo-á por eternamente, os seus riscos pintados de vivenciados dédalos - preparativos
De hemolinfa nas veias do susceptível e do perene anseio das boninas do éden divino acarretam, de modo elementar e instintivo, às estremaduras e ao sesso do Empíreo divo dos criadores?!


Devem ser ainda as labaredas a abrasarem as sensualidades, des-ampará-las independentes para a sublimidade do que se me comunicou bem consciência? Deve ainda ser a lapeira a altear-me as sensibilidades, experimentar seus resplendores dentro em mim, insinuando-me a enredar literaturas distintas, poemas sui generis, experimentando diversos cosmos de percepções, diferentes impressões existentes se declarando, abrilhantando algumas tenebrosidades que posso sofrer, assombramentos que posso entrever, engolfar-me neles, assim percebendo um pouco do que ocultam, do que en-velam, em dialecto e espécie alegóricos e racionais, morais?


Devem ser os acordes, ritmos,
melodia, harmonia
olhados pelos linces da imagem,
as metáforas dos sonhos,
utopias,
as linguísticas e semânticas
do Verso-Uno,
NÓS,
devem ser visões do uni-verso
músicas que tocam
o verbo do Ser
nas cordas de violão.


Conjecturo-me assim, são esses os interpelamentos que me faço, sugerindo-me a dizer o que me irrompe, o que intervém nas bordas deles, como sou apto, é-me lícito compô-lo.
Tudo continua em tranquilidade, como um duplicado mutismo; tudo continua em plácidas águas perfilhando o roteiro, todos os seres de sua profundeza em imperecível frenesi, fruindo formosuras e quietações, florando estesias e seren-idade, repimpando-se de quietudes e deleites, outra perspectiva de estesia, de bonitezas e o harmonioso arrebatando os mergulhões, sucedendo de por baixo de ligações, tudo detém-se em luminosidades fosforíferas à diafanidade dos anseios e esperanças, da crença e de cada as fantasmagorias do estético e da pulcritude, da estesia das querenças à claridade das entalações e dádivas verídicas e autênticas.


#RIODEJANEIRO#, 28 DE NOVEMBRO DE 2018#

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