#QUIMERAS DA ALMA# - TELA INSPIRADA NO POEMA DE ANA JÚLIA MACHADO POEMA: ANA JÚLIA MACHADO DESENHO: Manoel Ferreira Neto PINTURA: GRAÇA FONTIS




Há alguns dias a poetisa, escritora e crítica literária Ana Júlia Machado tecera, de excelência, análise e interpretação sobre um DESENHO de minha autoria, PINTURA de GRAÇA FONTIS. A primeira crítica recebida de minha "brincadeira" de desenhar.

Lançou-me Ana Júlia Machado um DESAFIO. Enviou-me este poema abaixo para me inspirar e fazer um DESENHO. Efetivamente um desafio, pois que não sou desenhista e, além do mais, criar um desenho fundado, fundamentado num poema jamais o fizera. Fosse quem fosse, se me lançasse este desafio, diria com todas as letras: "Não tenho pedigree para esta empreitada", e não desenharia. Sendo o desafio lançado por esta inestimável amiga, decidi aceitar. Li, reli, tornei a ler o poema, deixei-o vagar, vaguear em mim por alguns dias. Sentei-me e compus o desenho. Dei à minha Esposa e Companheira das Artes, Graça Fontis, as diretrizes da imagem para ela pintar, tendo ela lido o poema para pintar a peça.

Intitulo-a QUIMERAS DA ALMA.

Não fora empreendimento fácil. Valeu a experiência de arrancar uma tela de um poema num DESENHO.

Só você mesma, Aninha Júlia, para alcançar isto de mim. Agora fica a seu critério dizer se a Tela é condizente com o eidos do Poema.

Gracias Muchas, inestimável amiga. Beijos nossos!

Manoel Ferreira Neto
(15 de novembro de 2018)

Temperamento estilhaçado
Gatafunho no ramo desligado da minha fantasia
Lineamentos de temperamento estilhaçado
Pelo desgaste da existência acelerada
Que maltrata um involuntário inconsolável
Sumida na obscuridade dos anseios sem som.
Enxergo riscos desunidos que a pena do desiludido
Porfia em esboçar sem ab-rogar
Representação caótica de um intelecto
Que peregrina ao diligenciar no desamparo
O atalho de regresso
Suspirando a reminiscência de um caminho
Localizado durante a saída e a entrada
Da audácia da utopia renitente
Por se revelar desprotegida
Em página riscada pelo espírito
De cesuras ajaezadas,
Asfixiada pela vedação do raciocínio.
Uma agitação que ventila
Sobre a minha página de escrito
Acarreta-a na roda-viva de um divertimento de feiras
De minutas que imploram para ter molde
Conjeturando-se um equino que pula
Para diferente extensão, essa que tão-somente compreende
Quem não se camufla no anteparo da meditação
Criaturas que se desdizem, invalidam,
Carrascos de súplicas íntimas,
Almas açaimadas, apavoradas
Pelo temor de sofrer, almejar, gracejar, lacrimejar,
Clamar, estimar e um sem fecho de termos
Que representam inércia do engrandecimento íntimo,
Ignorância de instantes de fervor.
Miro o equídeo que me conhecia ávida
De afagar a sua juba de confiança
A fêmea faculta espaço à catraia que no seu interior
Porfia em exibir que é crucial fantasiar,
Sem titubear invado a corrida muito veloz no ser com existência
Carrego uma astro para alumiar a vereda,
Uma centelha de astro-rei para esquentar o isolamento,
Um naco de paraíso para aspergir de anil a negrura...
Assim represento-me como montadora de quimeras...
Busca-me num naco de bloco,
Numa pista esmaecida, numa vigília de claridade da lua,
Num brilhar sumido, num lance de sensibilidades,
Num poder espiritual que ressoa, num gomo prostrado num solo,
Numa aragem que te embala a cabeça, no coro
Da tua trova olvidada...
Presentemente fruir de abalar...
Recordei-me de uma verdade
Que licenciava extinta...
Vou enumerar-te uma discrição
Psiu…A quimera dirige a existência!

Ana Júlia Machado

#RIODEJANEIRO#, 15 DE NOVEMBRO DE 2018)

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