#CACTUS IMAGINÁRIO PERSCRUTANDO LÍRIOS DO SUBLIME# Manoel Ferreira Neto: DESENHO/GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA POÉTICA



No alvorecer, após esta noct-{ívaga}, delírios e divagações, madrugada de lenhas na lareira, as gotículas de orvalho nublando a vidraça da janela, visão límpida e clara do mar, entregue plenamente, a questão do infra-silêncio colocada à luz das margens sem pressa no ser da liberdade.


Gotículas de orvalho nublando a vidraça da janela, a madrugada custando a passar, o alvorecer distante de primevas luzes, raios do sol, nada de olhar perdido no longínquo das yalas uni-versais do In-finitivo, elencando sentimentos e emoções que nascem puros, mostram-se límpidos e cristalinos, pres-ent-ificam-se sublimes e singelos, escafedem-se misteriosa e surpreendentemente, re-nascem outros, re-velando a presença da sede da perfeição, querência do sublime, desejância do que trans-cende o eterno, do que trans-eleva as soleiras do absoluto, solsticiando o além de imagens do perpétuo que se dista à mercê dos ventos do tempo, mostrando outras dimensões a inspirarem a entrega lúdica, sementes do sonho de outras conquistas e glórias, de outras real-izações, e em consequência a alegria e felicidade, húmus da fé que esplende a todas as con-ting-ências e forclusions as iríasis da verdade que enaltecem e enobrecem, tornando o vir-a-ser de todos os verbos que conjugam as nonadas do nada e as travessias do efêmero com os in-fin-itivos do não-ser à luz inter-dita das ipseidades do a-temporal, entre-linhas das facticidades do in-temporal, com as in-fin-itu-idades do ser sob, às cavalitas... da poesia simbólica do místico que namasteia os re-cônditos inters-ticios do ab-soluto, com as numinosas ilíadas do divino, divin-itudes de ex-tases líricas das poiésis do sublime, do poema simbolista do mítico que exala de versos e estrofes os sons do há-de ser, sem métrica, sem rima, "representação caótica de um intelecto/Que peregrina ao diligenciar no desamparo...", que traço a imagem nesta dimensão, que cores, que tons..., tudo lá representado?
O atalho de regresso, o espírito lendário que per-corre os rituais, da prosa realista e psicanalítica, cujos personagens sofrem de sérias moléstias da psiquê, embusteiros, que despertam a curiosidade de saber e conhecer as coisas da alma, sem subjetivismos, fantasias, quimeras, ilusões, imaginações..., auto perscrutando os interstícios da inconsciência, con-sentindo o que habita ser uma das côdeas do pão que é alimento de todos... con-sentir não é silenciar, é preâmbulo de questionamentos e vontade de superação, suprassunção...


Pers-vestidos de yalas dos mistérios
Que são pedras angulares
Para as esperanças na fé
Serem espectros de paisagens
Na jornada sem limites,
Sem fronteiras,
As buscas do saber,
Da sabedoria,
A fé nas esperanças ser o
Porta-estandarte do silêncio,
Da solidão,
Bandeira lilás do vazio,
Do verbo,
Alteridades do ser-aí,
Do estar-aqui,
Vers-ificando,
Vers-ejando,
Dividindo as palavras,
Tornando-as categorias ontológicas,
Fenomenológicas...


Alhures de além que não são se mostrados no lampião de luz que ilumina a noctívaga madrugada que se passa entupigaitada de cactus do imaginário perscrutando os lírios da sensibilidade e inspiração à busca, querência, desejância do simples sentir, emocionar, sensibilizar com as yalas de ritmos, melodias, acordes, pers-crevendo, ins-crevendo, epigrafando nas páginas da estética poética, poesia da estesia, sorrelfas idílicas, oníricas do espírito lívido e trans-parente do inaudito, harpas do genesis, cítaras do além, violino do nada, guitarra do efêmero, instrumentos, quiçá utensílios do In-finito som almático e con-tingente, onde o pasmo, perdição, afogamento e depois ressarcir.


Maresias do mar esplendendo pelo bosque, estradas de poeira, buracos, quase crateras, ruas cobertas de areia fina, o dia alvorecendo, atravessando de carro o bosque, final de semana, ecos já não correspondendo aos apelos, a des-necessidade de gestos impossíveis, do canto, da música, a limpeza das cores no papel, sin-tonia de traços e perspectivas, harmonia de imagens e contra-luzes, alfim a tela, a peça, nem braço a mover-se para apanhar alguma coisa no criado mudo, nem unha crescendo, já sem arrebique ou comentário melódico, o mar transborda de peixes, há pessoas que deslizam de prancha nas ondas como se patinassem na neve, uma torneira pinga, o chuveiro chuvilha, a chama azul do gás silva no banho, pomba pousada no braço direito do Cristo Redentor, o Largo da Carioca ao sol.


#RIODEJANEIRO#, 09 DE NOVEMBRO DE 2018)

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