#VERBO LÁCIO DA FLOR# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA




Vazio branco de linhas curvilíneas
Nada purpúreo de páginas efêmeras
Silêncio a cores desbotadas a desenharem símbolos, signos,
O mundo é quiça, se não for apesar
De acasos a re-verterem lembranças à deriva,
O mundo não tem sentido, se não for embora
Timbres de indizíveis figurações,
Não saber que tange os sinos no domus das igrejinhas
É como se o som não houvesse nascido,
Nascesse de esquecidos tempos
Perdidos das memórias...
A existência é "quem sabe?" as impurezas
Das sombras cinéreas da luz crepuscular,
Embora as respostas venham frias,
Venham tarde, ausentes e abstratas,
Apesar de a alma ir pairando no orvalho
Noctívago, esquecendo ad-vérbios que entre vírgulas
São lições esquivas,
A existência é "fazer o quê?", o verbo lácio da flor
São letras inscritas na lápide,
Embora não apaguem com as chuvas,
Apesar de a mensagem ser esquecida,
Mesmo o sol incidindo nelas...
Tudo isso é falso, tudo isso é mentira,
Embora tudo aspire dizer
Apesar de pensar que metafísica melhor
Sonhe verter a esperança o tédio invade...


Vazio cinéreo de pós a flanarem livres no vento
Nada fora de todas as lógicas concebidas, esquecidas,
Solidão de chocalhos a tremelicar as ausências
Sempiternas, as inexistências almáticas do sublime.


#RIODEJANEIRO#, 10 DE ABRIL DE 2019#

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