#DOS AUSPÍCIOS DA HUMANIDADE# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA




Oh, minh´alma, ensinei-te arrabiscar ausências de verborréias da verdade, deixar as linhas brancas, e tu aprendeste a erudição do nada.


Oh, minh´alma, ensinei-te a não enaltecer rebanhos de princípios e valores da liberdade que envelam as hipocrisias e farsas, e tu aprendeste a in-vestigar as almas humanas e suas intenções de trafulhar a História.


Oh, minh´alma, ensinei-te a dispensar pensamentos e ideais que não tecem quaisquer visões do que habita os mistérios e enigmas das con-tingências, e tu aprendeste a não gastar palavras com futilidades e mesquinharias, guarda-as a sete chaves para o instante propício à criação da humanidade do ser.


Oh, minh´alma, ensinei-te a não compor versos e estrofes que enobrecem as in-verdades, elevam a poesia do vácuo e do caos, e tu aprendeste o vazio as metafísicas dizem de êxtases dos desejos do Ser.


Oh, minh´alma, ensinei-te a des-considerar as falácias do porvir, visto não regenciarem e gerenciarem as dialécticas das estradas e atalhos dos bosques longínquos, e tu aprendeste uma série de contas-entes ligadas, aderidas, comungadas por um fio-memória.


Oh, minh´alma, ensinei-te a tecer a rede de pescar, com os seus vazios, onde os peixes se emaranham, e tu aprendeste a saciar a fome, sentir a vida pulsando, o ser continuamente chocando o ovo das utopias.


Oh, minh´alma, ensinei-te a alimentar as serpentes da insolência, irreverência, cor-agem e ousadia, e tu aprendeste a serpentear sonhos e esperanças, a liberdade das ideias, onde habita o ser da verdade.


Oh, minh´alma, já não há em quaisquer recantos e cavernas, alma mais amorosa e de maior âmbito e amplitude do que tu. Agora, quem de nós deve agradecer e tecer tributo ao outro? O anseio da superabundância olha pelo sorridente mar da suprema humanidade das águas.


#RIODEJANEIRO#, 29 DE ABRIL DE 2019#

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