VÊNULAS UNI-VERSAIS DO TEMPO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA




O tempo elabora, burila, aperfeiçoa as experiências,
Vivências, o que fora sendo re-colhido,
A-colhido ao longo das peregrinações,
Entregue ao in-fin-itivo do verbo esperança,
Ao sujeito de curvos pensamentos,
Matizes da luz purpúrea,
E no absoluto do tempo que é a continuidade
Haver-se-á sempre de re-fazer, criar,
Re-versar a luz que ilumina a alma
Para o mergulho nos interstícios do ininteligível,
Re-criar os caminhos já percorridos,
Vestígios do nada e efêmero são pedras de toque
De outros alvorecer e entardecer dos ocasos.


Manuscrevo as incongruências duplas das
Nonadas gerundiais do vir-a-ser
Que desfilam nas nuanças do tempo,
Alvura de um cântico,
Perpassam as contra-dicções e dia-lécticas
Do ec-sistir jogado na terra,
Exilado nos bosques de segredos,
Mesmo que a erudição haja aberto
As persianas dos caminhos para a
In-vestigação dos enigmas do eterno,
Mesmo que as vênulas uni-versais do tempo
Esplendem o sangue quente
Dos desejos de glória para a gnose do sempiterno.


Um dia você des-cobre que a inteligência
Trouxe no amanhecer as contro-vérsias calientes
Das terras e dos mundos,
Dos amores contro-versos e das situações
Exemplares que não surpreendiam, suspeitavam.
A liberdade em questão.


O verbo do sonho na pauta da jornada sem fim.
Fascinante o ziguezague da pena
Nos contornos da prosa que vers-ifica as razões
Pers-criptas no tabernáculo do vernáculo
Das travessias em pontes,
Verseja a sensibilidade no paráclito do erudito
Das veredas do Uno-Verso.


Ah, "humanidade do ser",
Esta miríade de cintilância
Que habita o espírito da alma,
Sensibilizando as dimensões sensíveis
A regenciarem a plen-itude sob
O desejo puro da trans-cendência,
Trans-cendência trans-itiva
De divinas macunaímas do ser
Verbalizando utopias simbólicas do póstero,
Embora o póstumo delineie outras visões,
Apesar de o efêmero demolir o pó de tudo
Que atravanca o dis-forme no desarvorado
Campo nu,
Inspirando a poiésis do sentimento de amor
A versalizar o tempo de cânticos sin-estésicos
Ritmados e melodiados com a essência da luminiscência
Que habita a lua,
E o sol sempre a con-templar
Através da libido do eterno.


Quimeras e anseios de um ser...
Quando malogrados, são rosas dilaceradas,
Corações desagregados, sensibilidades ignotas...
Quando bem-sucedidos, são corações
Encarcerados pelo amor,
São rebentos de rosas oriundos do resplendor,
São emoções bem admitidas...
E por mais que não alcance
Uma favorável novidade diariamente,
há razões de excedente para existir rindo.


#RIODEJANEIRO#, 09 DE ABRIL DE 2019#

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