GRAÇA FONTIS PINTORA POETISA E CRÍTICA LITERÁRIA COMENTA O DISCURSO DE LANÇAMENTO #CAMINHO DE LUZ NAS TREVAS#




Mais um trabalho, trabalho excepcional e crítico desse Escritor, que, ao tomar conhecimento, faço questão de reverenciar com aplausos e admiração. Nesse #CAMINHO DE LUZ NAS TREVAS#, sua opinião crítica e até afetiva pela proximidade inerente a uma cidade onde todos se conhecem tem sua razão de ser na medida em que o crítico tem condições plausíveis e suficientes de imprimir diretrizes determinantes e específicas a uma análise imparcial do dito contextualizado da obra, sabendo não haver uma previsão predeterminante de resultados ou rumo nessa estrada ainda desconhecida, não sabendo o que lhe aguarda no final... mas, é vislumbrando belezas e discernimento dos muitos aspectos tanto externos e internos do conteúdo abrangente e visionário refletidos no cotidiano dessa cidade de exigências frívolas e banais (para não dizer hipócritas), que se fez lançar-se com paciência, perseverança e dedicação ao colher e acolher todos os dados históricos invisíveis para alguns, tornando-os visíveis para muitos, quiçá ao mundo, feito este sem dar mínimo às opiniões alheias por conta apenas dessa sede audaciosa de suas verdades dentro da decisão refletida sobre o conteúdo propício que como uma catapulta o levou a alinhavar suas próprias exigências e as dos autores em suas simples #Palavras# e com traços que definiram com propriedade e satisfação, a aprovação de todos, numa via única e determinante possível à veracidade da obra... a priori num processo racional, condicionado e reflexivo, totalmente sensato e pelo visto com aprovação de outros sensatos e até mesmo pela Unesco... assim se revelou esta bela imagem literária, extraída durante um palmear intuitivo e consciente da sua responsabilidade e fidelidade quanto aos propósitos norteados pelas memórias diamantinenses sem deturpação... tão íntegras quanto autores e crítico! Parabéns meu querido, seu objetivo foi alcançado!!!💋💋💋💋💋


Graça Fontis


De excelência o comentário, inestimável Esposa e Companheira das Artes diante deste Discurso de Lançamento do livro de Antônio Carlos Fernandes, Wander Conceição.


Durante toda a leitura deste texto, estive a imaginar, pensar o que Toninho Fernandes diria diante deste comentário, após dezesseis anos de lançamento de sua obra - com efeito, ficaria imenso feliz, faria o seu próprio contra-comentário, reconhecendo os seus talentos e dons para crítica literária, ele quem sabia e bem reconhecer os valores. Infelizmente, é falecido desde abril/2010. Procurei Wander Conceição na Internet, não o encontrando, mas ele ficaria tão feliz quanto ficaria Toninho Fernandes. Onde quer que Toninho Fernandes esteja, sei que está feliz por o seu comentário frisar e delinear com engenhosidade o que ele sempre defendeu em vida A VERDADE HISTÓRICA, e fora sobre este solo da veracidade que teci o discurso, por isto enviado à Unesco pela ACID.


Parabéns por comentário tão de excelência, merecedor de reconhecimento.


Manoel Ferreira Neto


#CAMINHO DE LUZ NAS TREVAS#
GRAÇA FONTIS: FOTO
Manoel Ferreira Neto: DISCURSO DE LANÇAMENTO


TEXTO ENVIADO PARA A UNESCO ATRAVÉS DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL E INDUSTRIAL DE DIAMANTINA(ACID), PRESIDENTE JUSCELINO BRAZILIANO ROQUE.


De início, primeira linha, correspondendo à Apresentação, surge num instantâneo, após o título, a dedicatória... Encontramos uma imagem, que é a bússola de leitura, inspirando-nos este Caminho de Luz nas Trevas, desta obra que então se torna outro capítulo de nosso acervo. Encontramos esta imagem “na movediça fronteira da lembrança e do esquecimento”.


É-se observados nitidamente pormenores de quem está iniciando a ler, esperando, no percurso da escrita, intuitivamente, descobrir o sentido de os autores e nós havermos encetado com esta imagem, pensando que à falta de um título para esta lembrança de egrégio lançamento, escolhemos este. O título talvez estranhe alguns, pois que fora lançado no programa da Rádio Cidade, Páginas de um Sonho, patrocinado pela Associação Comercial e Industrial de Diamantina, Roque Car, sempre incentivando a Cultura e as Artes em Diamantina.


A intenção é de revelar a idéia de Responsabilidade do historiador. A faca própria e particular de descarnar um osso de pescoço, muitíssimo afiada, pontiaguda, por se tornar necessária a habilidade de contornar cada agulha do osso, desejando que não recorte a carne, não a pique, o osso saía branquinho e a carne uma manta. Não é tarefa fácil descarnar um osso.


Com a imagem da “faca”, podemos, com engenhosidade e arte, compreender o que é isto, a responsabilidade do historiador. Súbito, sente-se viva e forte a sensação de se estar nas trevas, aquela necessidade de detalhes e pormenores, às vezes perdidos, tornando inda mais necessário investigar, buscar a luz nas trevas, os contornos e estratégias, as perspicácias de intuição e observação, as destrezas de compreensão e entendimento. A responsabilidade de tecer a rede, deixando os vazios, que são os objetivos do peixe. O “tecimento” com espírito de busca da verdade, de seriedade e consciência.


Nesta trama de informações e dados estão a proximidade e o encontro dos homens, da humanidade; estão a resposta e a indagação de uma dificuldade, de uma esperança, de um sonho, da busca do verbo amar. Empreendimento difícil, não apenas no colher de informações, dados, pormenores e detalhes, mas escrever, tecer as idéias com coerência, harmonia, o encontro da obra e o processo histórico. Neste sentido, para nós, que não somos historiador, não há diferença de dificuldades.


Heidegger, filósofo alemão, diz que o Ser foi sendo perdido na história do pensamento filosófico, desde Sócrates, e que é tarefa da filosofia o resgate do Ser. Interesses, ideologias, irresponsabilidades trabalharam, e quase mui perfeitamente, para que a História dos Homens e da Humanidade fosse sendo perdida no decurso do processo histórico. O que não sabemos ainda de nossa História é imenso!...


A Idéia de uma informação, um ínfimo detalhe haverem sido perdidos! Pensamos nestes interesses e ideologias ilegítimos, que fizeram perdê-los, nestes “salauds” que, por mazelas e pitis de burgueses, representam o esquecimento. O que dizer a estes insignes senhores a respeito de suas atitudes, ações, que lhes faça ouvir com todas as letras e lhes faça entender, compreender o Homem sem História nada significar, tornar-se idiota, imbecil, tolo, o nada, em verdade? Infelizmente, esta palavra ninguém a disse. Haverá quem o faça!


Imaginem os senhores o que fora andar daqui para ali, ouvindo, colhendo dados, havendo quem não fora sincero, havendo quem se recusara a contribuir. Imaginaram. Pensem haver dados a suscitarem investigação, questões desconhecidas, outras que necessitam de reconhecimento. Há o que fora perdido. Desejo pensarem que os interesses e ideologias ilícitas, mazelas e achaques singulares trabalharam para se perderem. Fácil pensar a humanidade sem História.


A imagem, que escolhemos como tema e temática, é mui interessante, pois que revela estarmos na fronteira da lembrança e do esquecimento, de imediato surge a idéia da Dialética da “lembrança e do esquecimento”, sendo a imagem da História, o que suscita na leitura de investigação, de busca da verdade, só se revelando na tensão de ambos, nas estratégias de consciência e inconsciência coletiva, individual, universal, nos espirais em que cada espira identifica outro caminho a ser seguido, no caminhar pensativo do lugar que se vai ocupar. Ah!... Esta fronteira da lembrança e do esquecimento, este sonho de rompimento, entrar em sintonia e harmonia com a construção, com a identidade histórica!...


Se esta tensão entre lembrança e esquecimento já é difícil, complexa de mergulho, imaginem o que se torna esta dialética, após o choque instantâneo dos interesses e ideologias injurídicos, que visam com todo o deleite que isto possa significar, no fritar dos ovos, tão simplesmente as trevas, sendo a responsabilidade dos historiadores romper o silêncio, mergulhando fundo nos caminhos espiralados das trevas, tendo de arrancar de dentro com as duas mãos, sujando-as de sangue, às vezes, a fim de revelar a Luz.


Pensamos numa consideração ainda mais séria, e pensamos fazê-la, rogando obter dos senhores atenção possível acerca, um convite para levarem para casa, juntamente com a obra, sendo esta a bússola do pensamento e a consciência. Imaginem o nosso acervo cultural, artístico, histórico, que Diamantina significa, sendo Patrimônio Histórico da Humanidade; pensem o que é isto de informações, dados, detalhes, pormenores deste acervo sendo perdidos ao longo do tempo e do processo histórico, o que significa a nossa responsabilidade e espírito sério de mantê-lo intacto, abrindo possibilidades de mais importantes e fundamentais conhecimentos se revelarem, identificando-nos com a História.


Não nos dirigimos a ninguém inconsciente desta responsabilidade, sabendo de antemão e revezes que a conhecem e bem. Dizemos, senhores, haver cidade que sonha com uma História como a nossa, tendo apenas uma local, gado e cavalos no pasto, sem qualquer acervo cultural e artístico, e não terá jamais uma História como a nossa diamantinense.


Convidamos todos a serem responsáveis com nosso Patrimônio, é o nosso Orgulho, é a nossa Verdade, é a nossa Esperança. Aconteça o que acontecer, temos de articular as preocupações de nossa querida e amada Diamantina como um todo e não nos afastar dela. Ninguém pode negar isto, mesmo que alguns pensem estarmos a dizer que se sintam culpados - não precisaríamos de o fazer, está bem dito por um filósofo da Escola de Frankfurt, Walter Benjamin, “Somos culpados de nosso passado”.


Terminamos, cumprimentando os escritores-amigos, Antônio Carlos Fernandes, Wander José da Conceição, por este empreendimento, por esta nobre investigação, La Mezza Notte Lugar social do músico diamantinense e as origens da Vesperata 1751 - 1895 – 1997.


Manoel Ferreira


#RIODEJANEIRO#, 08 DE ABRIL DE 2008#

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