**QUEM NÃO É ÁGUIA NÃO DEVE POUSAR SOBRE ABISMOS**🏹 - GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA




Quem não é corvo não deve sobrevoar vulcões
quem não é coruja não deve cantar nas madrugadas
quem não é serpente não deve seduzir a desobediência...


Arauto do invisível avulta pela permanência
O oratório que vibra a fibra adormecida,
O dis-curso que liberta a liberdade esquecida,
O dia-logus que des-creve o in-audictus in-terdicti
Das vontades de poder, dos desejos da verdade,
Na plenitude da aparição, da brev-idade,
Nas origens, limiar de interrogações...


Adere os sentimentos nos liames das buscas e projetos, concilia as emoções nas eidéticas das desejâncias e volos, diá-logo de sementes regadas com a água límpida de fontes puras e singelas, monólogo de águas, nascidas além montanhas, além sertão, nascidas além solidões e silêncios, aquém chapadões, concebidas aquém infinitos universos.


A fome do azul que in-venta o avental,
tenho poesia e sentimento do mundo,
tenho versos e visão da vida,
tenho estrofes nas in-versões da estrutura
de papel, de linhas, de páginas, folhas
da ÚLTIMA FLOR DO LÁCIO,
reunir sonhos e in-verdades,
utopias e quimeras,
busca de in-finitas aspirações, inspirações,
nos mergulhos profundos de verbos e essências
a sede do verde que cria os olhares ao distante,
ao longínquo, ao alhures dos instantes-limites,
absurdos, náuseas,
o mistério insiste em permanecer in-inteligível
nas mineir-icências e mineir-alidades,
nas brasil-icências e brasil-idades,
nas carioqu-icências e carioqu-icices,
os enigmas persistem em não olvidar
as mineir-ices e mineir-idades,
as essências e o ser delas
não tergi-versem as sendas
Do aqui-e-agora.


Hinos de fé e esperanças no tempo - encarnam a ênfase e as volúpias, inundam a alma de outras querências -, de nosso ser serão pedra angular de utopias pagãs, autos dos ideais hereges, rogando a plen-itude e sublim-idade do eterno “enquanto dure”, o sensual greta-se com o suave como para dar melhor a-colhida à nobreza dos sentimentos, de outros arrebiques do belo em barrocas tardes de chuva fininha ou de sol incandescente, de outros confins a abrirem lentas a mente, as nuvens brancas dos desejos.


Quem não é águia não deve pousar sobre abismos!...


#RIODEJANEIRO#, 18 DE ABRIL DE 2019#

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