MAR DAS CARIOCAS VENTURAS E AVENTURAS**🌓 GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA



Jogos de inteligência a artificiarem sinuosas estratégias,
Naipes de perspicácia formando e alongando conveniências
De hiatos e vácuos, vencidas as perdas
Nas melancólicas correntes,
O ser se encontra em estado de intensa expectativa
A aposta do tempo reveste
De antemãos do nada o sonho e a essência...
Ou os jogadores aprendem a arrepiar-se das jogadas obtusas
Com uma sabedoria meio insana,
À espera de que lhes cheguem os espíritos vencedores
Ou o espírito fuja da jogatina de uma vez por todas.

Às avessas da in-finitude,
semeando a sempre-viva consciência,
ética e estética das dialéticas da iluminação,
acompanhada de vivacidade,
de que saciar as fomes e sedes da humanidade
é con-templar o verbo amar,
de que regar as volúpias da essência do pó-ema do ser
é vis-lumbrar, a-lumbrar, des-lumbrar,
na continuidade das esperanças,
caminho sinuoso das estrofes,
na continuidade dos amores,
na des-continuidade das sensações,
sentimentos e emoções;

Oh, tarde da minha tarde!...
Oh, felicidade antes do anoitecer!...
Oh, porto em mar alto!...
Oh, gaivotas em barcos a esmo,
Oh, bosque enigmático de trilhas estreitas,
Oh, paz na incerteza!...
Como todos me sois suspeitos!

Ao re-verso da imortalidade, o que aflora da flor na caverna do pó-ema, no pó da caverna da flor que exala o seu perfume etéreo e perpétuo, na montanha da prosa escorreita e erudita,
só o ser bosqueano pode compor tamanha sapiência, quando os olhos re-colhem e a-colhem no sonho o desejo do amor e do bem, no desejo de encontro com o espírito do subterrâneo, na vontade da Vida inerente à Paz, Compaixão, Solidariedade?;

Ao in-verso do absoluto,
esquenta na memória o que surpreende
a in-finitude das expectativas do encontro e das experiências, o perfil das iluminações, a claridade da transformação,
a visão do rio que faz o curso sem sair do leito,
a consciência da origem que rega continuamente
o desejo de perpetuação,
sempre re-velando verdades in-consci-entes,
sempre a-nunciando outras buscas,
querências à luz de outras letras,
eivadas de mentiras,
seivadas de fingimentos,
que despertam a luz das verdades,
isto é Literatura, isto é o ser em que acredito,
dispus-me a erguer a bandeira da morte por ele;

Ao verso de horiz-ontes finitos,
A fadiga do uni-verso faz meu fardo
Ser como pluma,
Ser sentimentos e emoções
Que me perpassam,
Sem que o íntimo se estiole
Em miríades de sim e não.

Em verdade, com pérfida beleza, olham para mim, a meu redor, o mar das cariocas venturas, aventuras e des-venturas, a vida de gregos desejos do Ser.

#RIODEJANEIRO#, 18 DE ABRIL DE 2019#

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