#MAGIA DE DEVANEIOS OCEÂNICOS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA



Eu no escuro nu do quarto, quando dormir quero sonhar a licitude da alegria e do júbilo, a silencitude do prazer e gozo, quero sonar as irreverências, polêmicas, heresias, sentir-lhes presentes n´alma, esplendê-las por todas as esquinas, praças públicas, botequins e bares. À procura da lua ou talvez de mim num piscar lento, boiando à luz do olvidamento de quem insisto em ser.


Forma visível, grotesca e perversa,
zombeteira, sem relevância
inerente nela a negação
do significado que deveria afirmar
pensando eu era eu
não era quem não era
não era quem.
Lembra-me do tempo,
mas para que possa esquecê-lo
por um momento de vez em quando
e não gaste todo meu fôlego
tentando conquistá-lo,
silencio o desejo
de calar
a memória,
emudeço a
liberdade de vociferar
o nada.


Seria que neste instante-limite em que ideais borbulham nas bordas das quimeras destituídas de quaisquer sensíveis presenças, pura magia de devaneios oceânicos em madrugada de ventos, ondas altas, pudesse ao menos con-templar os vestígios de utopias se anunciarem, revelaram-se e se ocultaram, não houve qualquer modo de re-colhê-las na anunciação, a-colhê-las no ocultamento?


#RIODEJANEIRO#, 28 DE JANEIRO DE 2019#

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