#FONTE DA AMPULHETA METAFÍSICA# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA POÉTICA




Ascender as mãos às nuvens, com a tinta branca da pureza dos sentimentos, estilo gótico, com direito a todos os ornamentos e arrebiques, desenhar letras, entre elas, ainda não me decidi – entre a serpente e as estrelas -, se pequenitas estrelas brilhando ou se apenas pontitos cintilantes, se a serpente do vale ou a serpente marítima.


A eterna ampulheta da existência
Será virada e revirada


Olhares tergi-versados, visões des-viadas, sentidos tres-loucados...


Seria que ousasse, em mim se patenteasse
a coragem lídima e suprema
de soprar as minhas próprias chamas,
para me não extinguir?
Quero ver um homem
Preciso de alimento
Que nutra e deleite a minh´alma,
O que veria se pudesse ver
A mim mesmo no fundo?
Ao envelado de por trás dos horizontes reais, uni-versos fictícios e poetizados, ao des-velamento de frente dos infinitos imaginários, desejos de mergulhar profundo na essência do sonho, no eidos das sorrelfas do nada e vazio, - re-colhê-los em sonhos de literalização do verbo "trans-cender", do substantivo "trans-cendência", do gerúndio "trans-cendendo", do partícipio "trans-cendido", a-colhê-los em ilusões de águas regadas -, re-velá-lo, dar-lhe luz, dar-lhes horizontes, in-finitos sentimentos, entre-{laçados} de emoções, des-{enlaçados} de inspirações, des-trelados de re-fazendas, alma sedenta de aventuras do vir-a-ser, vir-a-ser do nada, vir-a-ser do absoluto, vir-a-ser das in-verdades absolutas, inter-ligadas às verdades fugazes. A amável besta humana parece perder o bom senso, o bom humor, todas as vezes em que pensa bem, ela fica seriíssima!...


Con-templação de a-nunciações da luz a incidir-se no que há-de vir, re-flexão da verdade na continuidade do tempo que se faz continuamente, do verbo do ser que se a-nuncia perenemente, na des-continuidade do ser que se re-cria nos instantes-limites, Genesis do sonho, regar de ideais, desejos,


vontade da alma de esperança,
dos rituais credenciados de
con-templação da fé,
do sujeito sentimento
interpretado de dentro de nós,
talvez eu próprio ignore quem sou,
quantos exemplos disto há em toda a história:
aparece um homem simples, vulgar,
nem sequer um nobre,
mas um burguês qualquer
ou até mesmo um camponês,
e de um instante para outro
se descobre que ele é magnata


do místico entre-laçado nas teias do mítico res-plendor das trevas e sombras, útero de uni-versos, eivados de imagens, orquídeas brancas de plenas perspectivas à busca da luz das estrofes da vida, entre-laçada à continuidade de vivências, experiências, útero de in-fin-itudes, grávido do verbo-ser-de-querências, anseio de felicidade...


O amanhecer é surpresa, é espanto!...
#RIODEJANEIRO#, 27 DE JANEIRO DE 2019#

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