#DIALÉTICA DO COSME E DO VELHO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: PROSA



Areias evangelizando ampulhetas, em tempos verdadeiros de travessias de nonadas ao antes era o mistério, depois o desejo da luz, ao antes era o nada, depois a vontade de tudo ser, ao antes era o verbo, depois o verbo se tornou carne, pá-lavras, cata-ventos de metáforas, signos, símbolos na linguística das raízes imanentes e trans-cendentes do ser e do verbo, do verbo e verso. No presente — sempre escuro — vive a alma ambiciosa na ilusão voluptuosa do passado e do futuro, vive o desejo de amor sincero que o coração não gozou.


Erudito e erudição sobem os degraus da alma que desde a eternidade sonha o Vale da Sabedoria.


Dialéctica do princípio e da melancolia,
O para-sempre sempre acaba,
Dialéctica do genesis e das saudades futurais,
Nem de longe está-se perto de saber o porquê
O anoitecer recebe nos braços o pôr do sol,
O amanhecer afaga no peito o tempo efêmero da luz.
Dialéctica do Cosme e do Velho,
A lâmina do machado afiada
Ceifando o tronco de árvores secas,
Perpetualizando dimensões do nada:


Poeiras ecumenizando ventos, serenidades emudecidas, emudecendo no despovoado de meditações as constrições e inquietações, alumiando ao litoral de cogitações apetites e ficções do nentes-oco, ventre do concebimento, obra do aquém-além, do além-aquém de o ser não ser, do não-ser serem eleições quiméricas do vácuo-nentes, físico da existência, lance do jogo de pesquisas, in-vestig-ações, in-ventários, lugares amados do além-perpétuo, perpétuo-além, físico de bailado, bailado do físico, debate da alumiação, iluminação da dialéctica.


#RIODEJANEIRO#, 23 DE JANEIRO DE 2019#


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