(TESE) - EFÊMERO E O NADA - ENSAIO POIÉTICO DOS CAMINHOS DA LUZ - Manoel Ferreira

                          IV  CAPÍTULO - O NADA E A ARTE LITERÁRIA

4.11 - LUZES QUE RIBALTAM OS MISTÉRIOS E ENIGMAS

Na música, o fenômeno intitula-se "ups-and-downs", quando a carreira se apresenta e constitui de sucessos e não-sucessos, como fora a carreira de Joe Cocker, John Fogerty, e tantos outros. Nas letras, o fenômeno intitula-se "aclipses, declives, contornos da curvas" dos desejos, vontades, esperanças de encontro com o In-finito, a luz para todas as dimensões das utopias da Verdade e do Absoluto. Músicos desejam a etern-itude dos sons, escritores e poetas desejam as perpetuidades dos ritmos, melodias, acordes, enredos do que trans-cende as tragédias do nada, do que trans-eleva as dores e sofrimentos aos auspícios, cumes da vida inteira voltada e entregue às con-templações do espirito, buscas da espiritualidade, travessias da espiritualidade ao absoluto das vivências vivenciárias e vivenciais da poesia, poiésis poiética do po-ema dos versos e estrofes.
A palavra num poema quase nada diz, se diz alguma coisa, num poema o que diz mesmo é o silêncio de entre as palavras que concebem a sensibilidade, sensualidade. Sons do silêncio que são concebidos no eidos da vida, na essência da quotidianidade, são a eidética do tempo.
A música é a origem da poesia, é o genesis da poiésis do ser, e a poesia são o ritmo, a melodia, acorde do In-finito na sua a-pres-ent-ação, re-pres-ent-ação das dimensões sensíveis rumo, em direção às luzes que ribaltam os mistérios e enigmas, trans-elevando-os à simplicidade do "Ser" que se revela para a Vida se iluminar, alumiar de perspectivas do belo e da beleza, incidindo na terra que revela o mundo, no mundo que a-nuncia outros uni-versos, confins, arribas do além.
Em princípio, se analisarmos no dito tais palavras, estamos imersos por inteiro na Dialética do Silêncio e das Palavras,  mas se mergulharmos mais profundamente vamos encontrar a Fenomenologia das semânticas e linguísticas que re-versam e in-versam as tragédias do nada em poiésis do nada, dizendo, na ontologia do ser e tempo, querer o ritmo do efêmero e sublime, pervagando as ad-jacências do inconsciente perene de mistérios, de jogos lúdicos dos medos e fugas, tripúdios e tramóias do verbo e da carne, Jingle-jangle do silêncio e dos gemidos Na linguística do pleno, o eterno efemeriza as frestas do tempo na poiésis do espírito, o absoluto
dissolve os auspícios do sublime - deva guru om, miríades do divino. E sonhar a música da serenitude, ritmando o poema-soneto dos sonhos, é verbalizar os sons do silêncio, melodiando a sinfonia da alma, ópera do vazio,  deva guru om.
O eterno passeia no nada, o absoluto footing no vazio.
É que o homem só se real-iza na pre-sença. Pre-sença é uma abertura que se fecha e, ao se fechar, abre-se para a identidade e diferença na medida e toda vez que o homem se conquista e assume o ofício de ser, quer num encontro, quer num desencontro, quer numa realização, quer num fracacasso, com tudo que ele é e não é, que tem e não tem. É esta pre-sença que joga originariamente nosso ser no mundo. Mas ser-no-mundo não quer dizer que o homem se acha no meio da natureza, ao lado de árvores, animais, coisas e outros homens. Ser-no-mundo não é nem um fato nem uma necessidade no vísivel dos fatos. Ser-no-mundo é uma estrutura de real-ização. Por sua dinâmica, o homem está sempre superando os limites entre o dentro e o fora. Por sua força, tudo se compreende numa conjuntura de referências. Por sua integração, instala-se a identidade e a diferença no ser quando, teórica ou praticamente, se diz que o homem não é uma coisa simplesmente dada nem uma engrenagem numa máquina e nem uma ilha no oceano.
Dissemos que no nível do dito estamos na Dialética da Palavra e do Silêncio. No in-terdito, temos de mergulhar mais profundo, atingirmos a fenomenologia do silêncio. Esta fenomenologia do silêncio, que trans-cende o interim das palavras e silêncio, constituindo o eidos do in-finito, é a pre-sença que se rea-liza na presença. A poiésis da poesia, a poiética da poiésis da poesia que, na sua in-finitude, à busca do espírito da vida, se comunga com a poiéis da prosa, que  é a con-tingência dos sofrimentos e dores da alma. abrem as pers de todas as pectivas-para  a con-templaçao no tempo aberto e plenamente incidido nos limiares do eterno, as inspirações, concepções, percepções, intuições, enfim o absoluto habitando o não-ser sonhando, idealizando, na idealização iluminística da dialética do efêmero a liberdade em questão, da efemeridade da liberdade, a vida em contingências.
A poiética da poiésis da poesia é a busca da realização do fim e o fim é a plen-ititude da prosa poética da poiésis para a continuidade da busca do ser no Tempo das contingências e transcendências. Estamos na ribalta da síntese da poesia e da literatura.


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