**PRIMEIRA INSPIRAÇÃO DA ÚLTIMA PROSA DO ANO** - Manoel Ferreira

A todos os Amigos do Brasil, do Mundo, os nossos sinceros e cordiais agradecimentos por instantes e momentos tão especiais que gozamos juntos. Um grande abraço!!!

Tudo último num dia apenas - quê esplendor!
Últimas palavras, sejam poesia, sejam prosa, sejam de carinho, sejam de amor, sejam de solidariedade, sejam de compaixão, nada sejam, não esqueçamos o nonsense. Últimos abraços, sejam diplomáticos, sejam fervorosos, sejam quebra-costelas bem cinchadito no más, sejam de promessas de uma união perfeita entre namorados, noivos, ficantes, casados, causos íntimos.
Último banho, sais especiais, sabonete cheiroso, até alma fica limpinha. Perfume especial. Ùltima barba, bem escanhoada, loção primorosa, bem cheirosinha. Último amor bem aconchegante, estrelinhas depois do clímax, mais e mais promessas de um futuro de mais gozos, êxtases.
Último soneto, a chave-de-ouro revelando outros sonhos, outras esperanças, outras utopias, outros desejos, rimados e ritmados com o vir-a-ser de outro amanhecer. ùltima prosa, recitando, declamando os verbos do in-finito, as conjugações do tempo.
Ainda não escrevi a última prosa deste último dia do ano. Deveria fazê-lo, ficar como re-cord-ação, lembrança de um tempo, da vida que se trans-correu nos trezentos e sessenta e cinco dias, se mergulhando no inter-dito de tudo que fora escrito, encontram-se sentimentos dentro de sentimentos, uma bela in-vestigação do que passou, tornou-se memória. Só mesmo mais tarde, se se me anunciar alguma inspiração última - quem sabe sobre a inspiração última, seria bem interessante.
Estas primeiras palavras da última prosa que virá são apenas sementes. Mas, então, como fica: o último é sempre o primeiro; a última inspiração, a primeira, e ela nunca se esgota. Não há a última inspiração. Algumas coisas deste último dia são últimas, ficarão no pretérito, só lembranças.



Manoel Ferreira Neto


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