(TESE) - EFÊMERO E O NADA - ENSAIO POIÉTICO DOS CAMINHOS DA LUZ - Manoel Ferreira

                                           III CAPÍTULO - O VAZIO DO NADA

3.1.4 - PLEN-ITUDE DO VERBO SER

Tomando consciência do imenso valor de viver plenamente, o Eu re-existe, conhece se se reconhece na sua plen-itude. A plen-itude é a solidão. Na solidão, con-templamos e percebemos que nada humano nos é estranho, o efêmero é origem do nada, o efêmero se esvaece no nada, o nada são a janela e a veneziana para o In-finito, o Eu busca conservar o fogo do espírito que habita no verbo do espírito. Na solidão, diante do estar-sendo no mundo, no ser-aí, nosso coração de pedra se trans-forma em coração de carne, nossos medos das con-tingências se trans-formam em cor-agem de prosseguir na jornada sem limite da busca do Espírito da Vida, um coração rebelde se trans-forma em coração contrito, e um coração fechado, em coração que se abre a todas as a-nunciações do vir-a-ser, do futuro. Quando estamos repletos da presença da solidão, o Eu que se reconhece na sua plen-itude, nada podemos fazer senão eivar o verbo do espírito com a esperança e o sonho da etern-itude, pois todo o nosso ser dá testemunho da luz que veio à escuridão, dos caminhos de luz nas trevas. Na solidão do Eu e por meio dele, não nos afastamos do Espírito da Vida, ao contrário, aproximamo-nos mais e mais da plen-itude do Verbo ser.
A solidão faz do homem o Ser-para o Verbo. faz da con-tingência, dores e sofrimentos, senda e vereda para a Esperança do Ser para o Verbo.
A res-posta que a solidão, o Eu na sua plen-itude, deseja, busca é a verdade total, realidade, existência e essência comungadas, aderidas, algo que possa ser abraçado e amado, algo que possa receber a homenagem e o serviço de nossas atitudes e ações. Não se trata de uma verdade abstrata, que alimenta apenas o espírito. A vida se nos revela à medida da solidão do Eu. Falar na solidão é falar no ser e falar no ser é falar no silêncio.




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