//**PASSOS LENTOS DEIXADOS NO CAMINHO**// - Manoel Ferreira

Calor, às bessas do lúdico seduzindo a carne dos êxtases,
Luxúria
Amor, às luzes de sonhos e esperanças seduzindo a alma
Prazeres
Lúdicas sensações do eterno, absoluto, não esquecendo
As pretéritas mazelas do pecado,
Sabor, fruto pleno, viçoso, convida confins a participar,
Compartilhar, curtir arribas no universo além de todas as perspectivas,

In-verno de metafísicas, metafísicas do inverno
Na lareira, lenha de angico, dando a luz às chamas,
Lá fora, a brisa fria, gélida,
Desertas as ruas e avenidas, mendigos nas calçadas,
Solidão, silêncio, vazio
Chamas de melancolias, nostalgias,
Pretéritas sorrelfas, fantasias, ilusões
Síntese de desejos, prazeres, volúpias
Na calada da madrugada de idílios e dialéticas,
A plen-itude da sensibilidade não participa da efêmera eternidade,
In-verno de re-fazendas, inverno de re-verso calor
Sentimentos e emoções, solstícios do sabor do amor,
Do sonho, da esperança,
Do in-verno, as metafísicas,
Das metafísicas, o in-verno...

Sabor de pecado,
Sabor de mazela,
Sabor do nada.
Na compota de cristal, sobre a mesa,
O efêmero néctar do orgulho e da vaidade,
Deserto o campo de brisas gélidas,
No alpendre, a luz acesa
Casebre de sonhos, utopias
Casebre de idéias, ideais.
Casebre de desejos e verdades
Passos lentos deixados no caminho.

Manoel Ferreira.

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