//**CARTA À LUZ DO ESPÍRITO**// - Manoel Ferreira


Quisera emoções fortes,
Beijos calientes, abraços ternos,
Vida de desejos, sonhos da compl-etude,
Verso uno de sentimentos da verdade;
Quisera palavras outras, linguísticas do amor
Verbo, entrega, doação, busca do outro,
Outro de quimeras, outro de imaginações,
Outro de sorrelfas, no tapete silvestre do tempo
À luz do espírito, efemerizando o mesmo de carícias, toques,
Mas se esqueceu das estrofes do ser diáfano e lúdico
Da perspectiva do amor na imagem cristalina na pupila,
Miríades de luzes incindindo nas pequenas imagens, pontos
Se sintetizando, a presença do sublime
Sublime da ternura
Sublime do carinho
Sublime do toque diáfano do ser, volúpias ardentes.

Procuro dizer o que sinto,
Busco encostar as palavras à idéia
E não necessitar de uma alameda para as palavras,
Desejo comungar os sentimentos ao pensamento
E não desejar sendas que me levem ao sonho
De desencaixotar as minhas emoções verdadeiras.

Procuro sentir o que se me perpassa o íntimo,
Desejo sintetizar as metáforas com a insustentável
Frieza do estilo,
E não ser mister travessia para os sentidos,
E não aspirar o verbo do sublime,
De introduzir a chave na fechadura, abrindo
O leque do tempo para as sensações do clímax.

Peguei-a, num momento em que levava a taça de Campari, olhos perdidos na distância da avenida, sentia a brisa das volúpias, sentindo eu no peito eflúvios das neblinas do amor-verdadeiro. Não sentia nenhuma razão de viver, sim lúmens de sensibilidade numinando o que o amor é. Num riso límpido, brilho nos olhos, con-templou-me de seu silêncio, tocou-me a face num gesto de amor à verdade do verbo amar. Abraçamo-nos, beijamo-nos.
Ontem a esperança de outra vida
A esplender de alegrias, prazeres, sorrisos,
Ontem os ideais de outros desejos
A preencherem os espaços vazios de mim,
Ontem o amor prometendo a liberdade
De atravessar a ponte, seguir outros caminhos,
Ontem a verdade iluminando a vida, os passos...

Quisera o ontem de nosso amor, quisera o ontem de nosso encontro, eflúvios de neves no campo de trigo, mas hoje o encontro incidiu luzes para a caminhada do verso à luz de re-versas sensações do suave toque perpassa o espírito de esperanças, sonhos do eidos do amor, felicidade in-versa de alegrias da alma, e continuamos a jornada linguística do sentimento de amar o verbo amor de plen-itudes, absolut-itudes...
Manoel Ferreira.


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