(TESE) - EFÊMERO E O NADA - ENSAIO POIÉTICO DOS CAMINHOS DA LUZ - Manoel Ferreira

III CAPÍTULO - O VAZIO DO NADA

3.1 - VOLOS REGENCIAIS DA SUBLIIM-ITUDE DO ETERNO**//

Vazio que flora leve e livre à margem dos éritos do tempo, tristezas, angústias, descontentamentos, desiluções, decepções, peito arfando, mente tergi-versada para algum canto do horizonte, com os desejos que não são para serem realizados, que nasce espontâneos no eidos da alma que se projeta alhures, trans-cendendo os limites da con-ting-ência à busca da luz do verbo para suprassumir as sorrelfas e quimeras do estar-no-mundo habitado de solidão e ipseidades solitárias das quimeras do "Ser", alfim entregar-se plenamente à verdade do efêmero, a bussola para os horizontes distantes, onde no verso-uno das esperanças e sonhos do vir-a-ser dos in-fin-itivos a vida re-nasce das iríases do nada, dimensão de síntese da verdade e in-verdde, pro-jetando-se no in-finito dos volos regenciais da sublim-itude do eterno, imagística semântica do divino, sombras pálidas flanando  nas calçadas de por baixo das árvores, linguística da travessia do silêncio à solidão do ser, seren-itude da liberdade para a sabedoria da vida, metáfora da ponte partida dos mistérios e enigmas do ser-com os inauditos do verbo que se tece de rituais eidéticos para a continuidade do não-ser desejando o raio numinoso da vida na anti-poiética poiésis dos versos e estrofes  que sin-estesiam as querências, desejâncias da uni-versalidade do amor, do "sou" nas veredas e sendas do estar-sendo.
Vazio do nada. Nada, que, na contra-dança do efêmero, re-vestido de éritos do absoluto, baila nas sinuosidades dos caminhos desérticos, ínterins das sombras e claridades, performance das estesias e êxtases, baile platôncio do sensível sonhando o espírito estético do verbo regente das nad-itudes da imperfeição perfeita, perfeição imprfeita de cujos úteros nascem a fé con-ting-ente no espírito do verbo.
Nada de alma no terreno de vazio, nos becos sem saídas do abismo entre o tempo e o vento. Nada de baldio entre os éritos e o vir-a-ser, há-de ser, porvir do nada que posterga os finitos do ser em nome do ente que se prolonga nos campos líricos e desituídos, desprovidos de sementes, húmus para a eidética poiética da poiésis do pleno que con-templa a plen-itude do nada.
Vazio que, mergulhando profundo, mergulhando profundo nos absurdos da mauvaise-foi, manque-d`être nas estradas frente aos horizontes onde porventura se encontram cintilantes risos da alegre, mas ao longo da jornada vai abrindo abismos irremediáveis, perde-se a alma, perdem-se os desejos, perdem-se as dimensões sensíveis. Vazio irremediável. Silêncio pleno da vida. Olhos perdidos, frios nos universos das con-ting-ências.


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