#SÁTIRA DESCORTINADA DE AUTO COMPAIXÃO# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA



Quem tu, de mim?
Ou seria "de mim", quem tu?
Contro-vérsias à parte,
Há-de considerar em que níveis
In-vestigar a profusidade destas perquirições,
Há tantos, adversos vale considerar
A a sátira des-cortinada de auto compaixão
Fenece por incólumes princípios
Do Bem e do Mal,
Respeito irrefreável por dogmas e preceitos
Do Mundo e Entendimento.
====
Pré-ocupado demais em seduzir
Com as verborréias, falácias do Nada, Vazio,
Esqueço-me o "mim mesmo"
Suspenso nas teias da inquietação?
====
Fascinante,
Negligenciar-lhe re-conhecido,
Perdeu-se o juízo das coisas,
Por gentileza específica, longe de mim,
Fascinante,
Re-colher-me de lábios fechados,
Introspectivo, dizendo-me
Alongar a con-versa não soluciona
As "Palavras",
Ouvir as mágoas, sofrências,
Culpas, responsabilidades,
Carências, sentimentos de exclusão,
Dores e prazeres
Revezam-se ao longo do destino,
Ao longo das contingências.
====
Tu, de mim,
Quem?
Inda não houvera olhado
As sombras no espelho,
Não sabia de sua existência,
Alguma coisa em si
- des-cobri-o neste instante-já -
Estranha, estrangeira,
Não conhece as origens,
Continua a latejar em expectativa,
A carne leve
Numa intenção de entrega,
Não sabes explicar,
Vai além de pontos de vista,
De ciência, de tese, antítese, síntese,
Mesmo que fundamentados,
Quem de ti, ninguém,
Sentes rápido triste
Que a preocupação de inalar
A maresia marítima
Esvaece,
A lucidez é tão vaga,
A intuição existente no mais íntimo
Do espírito é um real in-descritível,
Sou quem te respondes,
Sem palavras ambíguas
Para explanar ângulos ad-versos
Da face entre duas sombras,
Torná-las dúbias de profusidades,
Isto de quem, tu, de mim,
Não se mostra questão,
Antes do caos da id-entidade,
Norteando as idéias inexpressíveis...
====
Tu nada és de
Quem sou nos picadeiros pane
Do manque-d´être, manque à être,
Das algazarras fúteis de braços dados
Com as finesses exclusivas,
Das brincadeiras risíveis,
Entre elas o humor e o riso,
Espalhadas ao longo de
Instantes-já, instantes-limites,
Introspectivas
Sensações de liberdade,
Aquela luxúria gostosa do sentimento de esperança,
Sortilégios dispersos de tempos, ventos,
Outrossim, convexas palavras
Retardam sentimentos ad-versos,
Embora o abismo entre mim e tu,
Entre os ângulos da face refletidos
Entre as sombras no espelho...


#riodejaneiro#, 14 de novembro de 2019#

Comentários