#NAS PALAVRAS, META-FÍSICAS E META-SONÍSTICAS# GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: POEMA



Em pé, sem dormir,
Sendo o que sei ser,
Afigura-se-me en-carnação longínqua:
“Todo ser nasce sem razão,
Prolonga-se por fraqueza,
Morre por encontro im-previsto”,
Na jornada pré-[s]-ente do eu aqui-e-agora,
Nas asas livres da utopia cristã,
Na hora e vez dos caminhos do tao,
Do tempo augusto do vedas,
Sobrevoando a terra, mundos desconhecidos,
Que, nas poiésis do verbo, nos versos da prosa,
No sonho do verbo amar,
É consciência do desejo do belo e da beleza,
É tema do amor e da paz no tao do Ser,
Encontro o encanto da verdade que tanto desejo,
A plen-itude possível do outro,
Na imagem da idéia, in-corporada ao consciente da vida,
Que me habita o íntimo das utopias e topias,
O sim em nosso não, e o não em nosso sim,
O primeiro e o último
E como tal o desconhecido,
Mas nunca e jamais uma grandeza
Entre outras no meio que conhecemos,
Mesmo topeiras dos instintos,
- Vá lá uma ironia metafísica ou ontológica, sei lá,
das poeiras primevas -,
Con-templo a a-nunciação e re-velação do espírito,
Que experimenta o belo na passagem do tempo,
Guiando a emoção em busca da sábia liberdade,
Da livre sabedoria das águas límpidas que fazem o destino.
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Pers de devaneios
Dos ideais que floram no alvorecer
De flores que des-abrocham,
Os clicks de máquina fotográfica,
Do notebook, do computador,
A imagem,
Aos toques a cada átimo de segundo
Dos lápis, pincéis, outros utensílios indispensáveis,
Ao que se a-nunciaram, as intuições, projetos,
A imagem se criando, recriando,
Até o que há de atrás do atrás da inspiração...
No espírito, na alma, no que lhes transcendem,
A procura da estética do belo na pintura,
No quadro,
Na moldura,
No original,
Sons e silêncios se manuscrevendo nas
Páginas e linhas tortuosas, contraditórias,
Por vezes nonsenses,
Solidão e náuseas,
Ritmos e melodias se enter-ligando
Nas palavras, meta-físicas e meta-sonísticas,
Espirito e alma, verso-uno de des-aprendenças
E aprendenças de outras luzes e contra-luzes,
Imagem-espelho, espelho-imagem,
O eterno sentimento de amor que se conciliam,
Palavras, sons e imagens
Vida e desejo do eterno de espíritos versos-unos
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Deitado, sem cair,
No vazio, chocando-me
Com a pluralidade do real,
Envolvido num sudário,
Infinitamente distante, remoto,
De uma primev-idade sem limites e cancelas,
Teço, nos sonhos, a sensação prazerosa
Dos êxtases de ver para além da visão habitual,
Do Ser que se faz continuamente,
Da continuidade que é também o Ser,
Crocheteio, na profundidade e serenidade do sono,
O verso verdadeiro da poiésis,
A estrofe aberta a todas as nuvens brancas
No céu azul-líquido,
Da prosa-silêncio, da solidão-litteris,
Da ópera-desequilíbrio-desequilibrado,
Nas manhãs sublimes,
De neblina cobrindo as montanhas,
Do sol escaldante fazendo o asfalto tremer,
A querência sublime, serena e suave,
É a comunicação, é a expressão
Dos sentimentos e emoções,
Sensações, pró-jetos e sentimentos
Do verbo amar,
É a linguagem, estilo
Do outro que a beleza-Estética,
Do Belo-Ético,
Da Consciência-estética-ética
da Utopia Cristã
Nasceram, enraizaram-se,
Inspirou-me,
Dentro em mim, no interior das jornadas
No campo dos caminhos,
Assim sou o silêncio de mim,
A solidão de meu Ser,
SOU-ISSO-AÍ...


#riodejaneiro, 27 de novembro de 2017#


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