POETISA ESCRITORA E CRÍTICA LITERÁRIA Ana Júlia Machado INTERPRETA A SÁTIRA POÉTICA #CIO DO CORAÇÃO ALUCINADO#




Neste poema o escritor Manoel Ferreira Neto insinua-se que faça-se o hino a todos os géneros de pessoas, aos corruptos, aos do dia Lecto grotesco à (In) justiça, aos burgueses, aos idealistas, no fundo uma ode a todas as classes subdivididas…o que ocorre-me verbalizar sobre tal excelente escrito e que não encontro muitas palavras para o analisar….a não ser que falasse em cada classe distinta..que de cada uma com certeza haveria muito a verbalizar…mas em causa está justamente a crítica que faz e que no fundo se bata palmas a todos aqueles que não valem um tostão…
Os ignorantes sôfregos, no meio da corja
Gentalha do mutismo arruinado
Por hinos de espertalhões
Pelas fragrância ruidosas da alvejar
Fedentina da escuridão abolida.
Galanteia obscuridade da cavanhaque
Da reprimenda a comparência alva
Gatunagem de claridade do amanhecer instigado
Esfaceladas tripas negras
E escuridões abstraindo-se se desamarram
A ninharia de ninharia de totalidade
À impunidade da dessuetude
À torrente da quinta-essência do ser
Ao oco que Divo licenciou antes de Si
A aumentar como a cegueira
Que espeta-se no orifício do indivíduo
Ao oco que (a)o homem sustenta
(com altivez e destreza)
Ao buraco íntegro que fenda-nos
À cessação do âmago
A Tehom, a deidade do babel e da opacidade o exageradíssimo
Báratro do nada
Em que inumamos a índole
Em que imergimos o espírito
Ao nada e a seus atributos afamados
Ao perene despojado do ser
Não o alumia fogo da fibra
Os lineamentos do semblante convertem-se fluidos
(pois a deslealdade espia bestas)
Fragmentada as lenhas do momento o ónus da idade
Apeiam-se nos consolos de ouro do império bizantino e seus fantoches
As urnas lúgubres devotam favilas
Às vísceras privadas
Fornecimento de palavras de ira
E júbilo recolhe
Da azáfama de meia-luz
E helénicos alienados sustêm como eloquência.
Enfim… Os ignorantes sôfregos
No meio da corja….
E assim, continua a sociedade podre, corrupta, desleal e linguagem sem nível- grotesca, a que no fundo engana o ignorante…pois façamos hinos a toda esta gentalha….


Ana Júlia Machado
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#CIO DO CORAÇÃO ALUCINADO#
GRAÇA FONTIS: PINTURA
Manoel Ferreira Neto: SÁTIRA POÉTICA
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Ode à libertinagem dos libertinos
Por fomentarem os instintos vários,
Deixando a alma depravada
No jogo de luz e sombra,
As atitudes e comportamentos
Ficando no cio
Do coração alucinado, des-vairado,
Varrido da silva,
As ações e ímpetos
Varrendo as nuvens
Da dignidade,
Limpando as estrelas
Das honrarias,
Faxinando a lua
Dos idílios, sorrelfas
Do amor eterno,
Andando à deriva
No sem-limite,
Na permissividade!
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Ode à permissividade dos canalhas
Só por inter-médio de todas as porteiras
E cancelas abertas, escancaradas
Torna-se possível
A construção do nada
Soldando outros estilos e linguagens
De vida,
Na imagem baça dividida
Irrompe lá do vazio
Das canalhices
Novas criações
Da desesperança,
Como toda
PERSONA NON GRATA!
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Ode às zeíces do Mané
Por ornamentarem com distinção
E estilo
O irônico e o mordaz
Da crítica do quotidiano,
Até a prostração da auto-crítica
Desolada,
O agressivo de sonoros
“filhos-da-puta”,
Até o lúdico de uma carícia familiar
E supostamente burguesa!
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Ode as cafajestices do cafajeste
Por serem elas que,
No silêncio,
Falsificam os verbos da eloqüência
Em forma,
Da verdade pontuda da carne,
Da planície lúcida
De onde emerge a montanha do ser;
Por à luz e mercê delas
A humanidade des-ocupar-se
Em ec-sistir,
Sobreviver até que a morte
Tenha o termo eterno para roer!
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Ode às suciedades do burguês
Por dinheiro fazerem poupança
Do desespero, angústia, medo,
Por os juros delas no inferno
Serem pequenos,
Por as cifras do lucro no sangue
Escolherem a morte
No instante do sono profundo,
Por na arapuca de Morfeu
Serem as suciedades
O sangue coagulado
Do espanto,
Da estupificação!
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Ode às justicices do Poder Judiciário
Por elas serem as verdadeiras responsáveis
Pela ausência de punidade,
Abrindo os caminhos e veredas
Para
A sociedade despertar daquele
Sonho de paz e tranqüilidade,
Romantismo de sétima categoria e estrela,
Entregar-se ao jogo real
Das violências todas,
Dos crimes hediondos,
Das corrupções em todos os níveis,
Trevas e desenganos
Varrendo a réstia tênue
Do crepúsculo!
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Ode aos sonhos dos sonhadores
Que desejam suas éguas desembestadas,
Seus jegues no pasto
Comendo do mais delicioso capim,
Seus porcos no chiqueiro,
Desfrutando de tranqüilidade,
Após a lavagem do meio-dia,
Suas éclogas desnatadas,
Suas liberdades que já tardam
Os camelos sedentos
No meio da cáfila!


#riodejaneiro, 28 de novembro de 2019#

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