#INTER-DITO DE IN-AUDITOS MISTÉRIOS# GRAÇA FONTIS: PINTURA GRAÇA FONTIS/Manoel Ferreira Neto: POEMA PROSAICO



Anjos do Senhor, "o outro é um ser""


A escuridão de um universo em plena desova das trevas.
Sem quaisquer quês e porquês
Perdido nas recíprocas falácias:
A comunicação com as coisas, o que era atitude louvável
E digna cai no abismático do nunca-jamais,
A comunicação com os indivíduos,
As formas, inexpressíveis descrições de fragmentos
Íntimos feitos mosaicos do espírito, pés a esmo
Dos passos ao longo de in-verdades deixam
De revelar o que há quanto às ad-versidades e desafios
Que já não englobam a porta de entrada contemporânea,
Com suas vivências e descobertas já não há
O que revelar.


Nesse desmembramento de esquivas e estranhas
Espécies vividas em estardalhaços a caírem
Na latente obscuridade do atavismo já preterizado,
Advires criterizados, cristalizados e lavrados
Pelos baldios das cenas olvidadas no tempo de verborréias
A clamarem redenção no pântano memorial
De toda profanação, heresias
A desvelarem o peregrinar além de quaisquer aquéns
Em que na realidade não há execuções verdadeiras e fatais
A outras germinações.


Anjos do Senhor, #o outro é um ser.#


O outro perdido que não tem barreiras,
Que, sem sofismas ou paradoxo,
É, ao mesmo tempo, para esse homem
O ponto de comunicabilidade maior,
Dormir é abstrair-se e espraiar-se no nada,
E acima da liberdade, acima de certo vazio,
Cria ondas musicais calmíssimas,
Depois da liberdade do estado de graça, en-canto,
Acontece a liberdade da imaginação, é um som
Como o agudo não estridente e doce de uma flauta,
Um som elevadíssimo e sem frisos.


Quiçá vento louco alude grito de inteira alegria
A conteúdos puros e inteiramente espirituais,
Na imensidão das grandes expectativas,
Visões que multiplicam as compreensões distintas
De olhares propagados no tempo numa ótica perfeita
No fim das interpretações saboreando as
Tragédias da sabedoria no idolatrar os signos secretos
A serem desvelados nas névoas turvas
Do inconsciente e circunvoluções diretas mas informais
Na zona dos imprevistos rezem a evidência
De minha fraqueza o oscilar o pêndulo
Predestinado do viajante a esmo
A sacolejar-se no ego,
E longe deverá chegar no silêncio e na mudez
Dos vivos circundando por mares na permanência
Onde não há respostas ao entregar-se a pensar
A antecipação das horas a meio querer das verdades
E renúncias no íngreme sólido do mundo
Fincando raízes na terra do futuro.


#RIODEJANEIRO#, 27 DE FEVEREIRO DE 2019#

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