#DIALÉTICA DA CRIAÇÃO E DO AMOR ENTRE OS DIVINOS TRÊS# (UMA LEITURA DE ‘A SANTÍSSIMA TRINDADE É A MELHOR COMUNIDADE) GRAÇA FONTIS: PINTURA Manoel Ferreira Neto: DISSERTAÇÃO EM TEOLOGIA



II PARTE A

A verdade na criação e na redenção é o mistério primordial da Verdade divina.

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus” (Jo, 1,1).

O Pai eterno exprime o mistério do seu coração no seu Verbo, seu filho consubstancial. Santo Agostinho faz a seguinte reflexão:

“Ao se exprimir a si mesmo, o Pai gera o Verbo, em tudo igual a ele; pois que ele não se teria exprimido plena e perfeitamente se no seu Verbo houvesse algo a mais ou a menos do que nele próprio. E este Verbo jamais poderá Ter algo de falso porque é imutável, como o é aquele que o gerou”.

E, já que, neste Verbo da verdade, o Pai exprime o mistério do seu coração, o Verbo é a resposta no mesmo amor, tal como o diz maravilhosamente são Tomás de Aquino:

“O Filho é, pois, o Verbo, mas não simplesmente uma espécie qualquer de palavra, mas o Verbo, a Palavra, que expira amor”.

A busca de construção de nosso espírito, que coincida com a história de nosso povo, especialmente na América Latina, a dialética da criação e do amor. Esta dialética que intenciona a comunhão da transcendência e da imanência, num questionamento sobre o Amor. O que é isto – Verbo Amar?
Assim, o mistério da Santíssima Trindade, revelado em Jesus Cristo e pela efusão do Espírito Santo, ensina-nos a verdade mais importante a respeito de nossa maneira de estar “Na Verdade”, ou seja, reproduzir a imagem e semelhança de Deus. A fertilidade da Verdade divina é absoluta. É a linguagem do amor fluindo do coração do Pai. E, como a sua meta consiste em exultar no amor, ela permanece no amor e brilha esplendorosamente no Verbo que expira amor, que expira o Espírito Santo.

Em Jesus de Nazaré, o Messias, o Verbo do Pai que expira amor encontrou sua plena corporificação, sua encarnação. Na suavidade e na delicadeza da forma atraente, com que Cristo partilha a verdade, reside a presença única do Verbo divino:

“Pois de sua plenitude todos nós recebemos e graça por graça. Porque a Lei foi dada por meio de Moisés; a graça e a verdade nos vieram por Jesus Cristo. Ninguém jamais viu a Deus: o Filho unigênito, que está voltado para o seio do Pai, este o deu a conhecer”(Jo 1,16-l8).

Somente o filho bem-amado do Pai, que expira e sopra o amor, e que se fez carne em Jesus de Nazaré, que foi ungido pelo Espírito Santo, pode tornar-nos livres. Não pode haver liberdade onde as verdades se acham divorciadas do amor e onde o amor não busca a plenitude da verdade.
• Espírito de verdade prometida por Cristo, que é a Verdade encarnada, não é jamais um “entusiasmo pneumático destituído de amor”. Ele não nos dispensa de refletir sobre o bem, de compartilhar com os outros experiências e reflexões; no entanto, é a abertura ao Espírito que nos protege da arrogância e do raciocínio frio. O crente sabe que “toda atividade da razão depende do Espírito (cf. 1Cor 12,8; Cl 1,9), se se trata de uma atividade que queira realmente fazer o bem e ser útil à reflexão”. A docilidade ao Espírito de verdade torna-nos aptos a aprender juntos, a partilhar a verdade com amor.

• “O desejo de amor só vive de entrega, onde têm raízes a iluminação e a consagração, cujos frutos são os sonhos que alimentamos e AFAGAMOS, e quem ao outrem que en-vela e re-vela, não poderá, Senhor, alguma vez, desalgemar de mim as mãos rápidas de gestos, deixando-me-ser aos olhos e ouvidos atentos e à minha nítida simplicidade” (Manoel Ferreira, Uma Taça às Águas da Fonte)

#RIODEJANEIRO#, 01 DE FEVEREIRO DE 2019#

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