MARIA ISABEL CUNHA ESCRITORA CRÍTICA LITERÁRIA E POETISA COMENTA O AFORISMO 594: /**BURGUESIA**/



Quanta vulgaridade execrável nesse ser sem luz nem essência. Será incapacidade ou falsidade? “ Declama com voz afinada a lírica da musiqueta “ . Será farsa ou falsidade ou a pura verdade que a pobre retira da sarjeta? Este poema chamou-me a atenção pelo tom contundente com que se refere ao destinatário. Há tantos segredos, tantas dores em cada ser humano que sinto-me incapacitada de julgar seja quem for à priori, sem conhecimento do Verdadeiro húmus desse Ser. A imagem ilustrativa revela uma personagem pensativa e triste, será superficial, oca de ideias? O jogo de luz e sombra é bem conseguido na imagem, ressaltando-lhe a profundidade do olhar. Ora um olhar profundo revela tristeza, interiorização e ausência. Parece alheada do mundo que a rodeia. Dia feliz . Um abraço.


Maria Isabel Cunha


Este poema foi composto, inspirado no meu irmão Aldo Lúcio Ferreira da Silva - jamais vi um homem tão superficial, tão ridículo, em verdade um nada em se tratando de valores morais e éticos, vive de suas vulgaridades burguesas.
A imagem ilustrativa do poema de autoria de minha Esposa e Companheira das Artes, Graça Fontis, é perfeita, um esplendor: o olhar triste revela alguns acontecimentos da vida dele, complicadíssimos - deveriam tê-lo feito pensar e refletir sobre a vida que levava(leva), ao contrário, tornou-lhe inda mais superficial, iníquo. Nunca fomos colegas, companheiros, amigos, nunca o considerei irmão: abomino os burgueses.
Abraços nossos, Maria.


#AFORISMO 594/BURGUESIA#
GRAÇA FONTIS: PINTURA(TÍTULO: #SUPERFICIALIDADE#)//ARTE ILUSTRATIVA
Manoel Ferreira Neto: AFORISMO


A carne fresca e destoante
não identifica o calor humano,
resvala o instinto na linha da iniquidade.
Lamentável uma beleza sem essência
(apenas a máscara a encobrir o nauseabundo).
A natureza a servir de apoio
do tempo
(medo da velhice mais substancial).


Miríades ondulantes de sêmen
sem vida, sem essência,
a molhar o entrepernas.
Rumina a voz esganiçada
da falsidade,
da farsa.
Declama com voz afinada
A lírica da musiqueta
da simulação,
da mentira.
Entreabre-se a emoção mascarada
da superficialidade.
Ilumina a escuridão mais profunda
nos olhos do requinte.
Refestela o sentimento mentiroso
nas bordas das palavras
em gozo, em clímax.


Adultera a verdade
no simples toque dos olhos.
Morre a esperança,
anula-se a felicidade;
rui a paz,
elimina-se a alegria;
resvala o consentimento,
angustia-se o bem-estar.


No mundo,
a vida lega a luz a seres tão vulgares.


(**RIO DE JANEIRO**, 22 DE FEVEREIRO DE 2018)


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